Espanha
e Portugal são duas realidades demográficas muito distintas. Em Espanha há elevada
imigração e crescimento da população autóctone. Em Portugal, observa-se uma imigração
comparativamente modesta e quebra na população autóctone. Por outro lado, são evidentes
as diferenças na formação de riqueza (aumento do PIB), muito mais baixa em
Portugal no século XXI.
++++++++++||||||||||++++++++++
Sumário
1 - Evolução
demográfica em Espanha e Portugal (1990/2019)
2–
Imigração
2.1 - Principais origens da imigração em Espanha
2.2 - Principais origens da imigração em Portugal
3
- Emigração
3.1 – Principais destinos
da emigração espanhola
3.2 – Principais destinos
da emigração portuguesa
1
- Evolução demográfica em Espanha e Portugal (1990/2019)
A
evolução demográfica numa dada área – país, cidade, aldeia – reflete a sua
saúde económica global, o grau de conflitualidade interno ou, face ao exterior.
Isto é, se são os possidentes locais ou, entes exteriores que determinam a vida
social e económica nessa área geográfica.
Num
dado espaço geográfico, quando a situação se mostra favorável a uma vida
tranquila e geradora de bem-estar, manifesta-se uma tendência para um aumento
populacional, resultante de cuidados conducentes à redução da mortalidade, aumento
da longevidade ou ainda, da atração que exerce sobre pessoas vindas de fora,
seja de áreas próximas ou mesmo, de outros continentes.
As
taxas de natalidade tendem a baixar na maioria das comunidades humanas. Podem
situar-se próximas do patamar que garante uma reprodução regular e moderada da
população – dois filhos por mulher; embora haja áreas onde esse mínimo não é
atingido – por exemplo, na Europa Ocidental ou no Japão.
Se
o bem-estar social se reduz, a sua população tende a reduzir-se, seja pela
baixa natalidade, inerente à penúria de oportunidades de uma vida boa, como
pela saída (emigração) para outras áreas geográficas, mais próximas ou mais
distantes.
Nos
tempos que correm, com o crescente desvario do modelo de gestão económica
capitalista e as burlas políticas em que se consubstanciam as chamadas
“democracias representativas” surgem as gritantes desigualdades entre as várias
áreas do planeta. Umas, apresentam baixas taxas de natalidade e populações
tendencialmente envelhecidas e outras, evidenciando um elevado número de
jovens, que se confrontam com baixas probabilidades de trabalho e subsistência
nos seus locais de origem e que emigram para qualquer lado onde possam melhorar
o seu usufruto da presença no planeta.
A
Península Ibérica, há muito repartida entre dois estados-nação – e, sem
prejuízo dos direitos à autodeterminação de alguns povos que ali vivem - apresenta
situações distintas e mesmo mais diferenciadas se se proceder a uma segmentação
pelas respetivas comunidades ou regiões. Porém, vamos cingir-nos às duas
entidades políticas – Espanha e Portugal; não temos dados para as comunidades
ou regiões.
Procedemos
à apresentação da população residente nos dois estados-nação para os últimos trinta
anos, evidenciando a evolução da população total e os seus segmentos
constituintes – população autóctone e população imigrada; bem como os impactos
implícitos resultantes das saídas para outros países, seja de elementos ali
nascidos, como de imigrantes que redirecionam as suas vidas, para outras
paragens. Mais adiante abordaremos a evolução da emigração nos dois países.
População residente
|
||||||||||
|
Espanha
|
Portugal
|
||||||||
total
|
imigrantes
|
autóctones
|
total
|
imigrantes
|
autóctones
|
|||||
1000
|
1000
|
%
|
1000
|
%
|
1000
|
1000
|
%
|
1000
|
%
|
|
2019
|
47100
|
6104
|
13,0
|
40996
|
87,0
|
10296
|
888
|
8,6
|
9408
|
91,4
|
2017
|
46658
|
5947
|
12,7
|
40711
|
87,3
|
10291
|
880
|
8,6
|
9411
|
91,4
|
2015
|
46440
|
5891
|
12,7
|
40549
|
87,3
|
10341
|
865
|
8,4
|
9477
|
91,6
|
2010
|
46667
|
6280
|
13,5
|
40387
|
86,5
|
10573
|
763
|
7,2
|
9810
|
92,8
|
2005
|
44010
|
4107
|
9,3
|
39903
|
90,7
|
10512
|
771
|
7,3
|
9741
|
92,7
|
2000
|
40666
|
1657
|
4,1
|
39008
|
95,9
|
10331
|
651
|
6,3
|
9679
|
93,7
|
1995
|
39808
|
1020
|
2,6
|
38788
|
97,4
|
10044
|
533
|
5,3
|
9511
|
94,7
|
1990
|
38881
|
822
|
2,1
|
38060
|
97,9
|
9970
|
436
|
4,4
|
9535
|
95,6
|
Destaca-se,
em primeiro lugar a grande diferença entre as dinâmicas populacionais no
período 1990/2019, para os dois países. Nesses trinta anos, a população
residente em Espanha cresce 21,1%; e em Portugal 3,3%; isto é, aumentos de 8,2
M de pessoas em Espanha e, cerca de 300 mil em Portugal.
O
peso da população imigrada em Portugal é mais elevado do que em Espanha na última
década do século XX; porém, a partir de 2005, como se vê no quadro acima, a
população imigrada em Espanha, quase quadruplica na primeira década do século
atual (mais 4,6 M) enquanto no mesmo período o acréscimo verificado em Portugal
é apenas de uns 110 mil indivíduos.
Se
observarmos a evolução da população de raiz local, em Espanha ela cresce 7,7% e
em Portugal decresce 1,3%, durante os trinta anos considerados Quanto à
população imigrada em Espanha, ela aumentou 7,4 vezes face a 1990 e, em
Portugal apenas duplicou. A partir de 2010, o peso dos imigrantes no total da
população em Espanha eleva-se muito acima do registado em Portugal.
2–
Imigração
A
imigração é um fator de primeira relevância, particularmente em Espanha onde é
determinante para a forte progressão demográfica; num acréscimo demográfico
global superior a 8,2 M, 5,3 M correspondem à subida do número de imigrantes e
2,9 M de população autóctone. Em Portugal, o aumento dos imigrantes no período
(450 mil) é o elemento que evita uma redução populacional global, uma vez que a
população autóctone se reduz cerca de 100 mil pessoas em 1990/2019.
A
evolução, nos dois países, da população autóctone, da imigrada e do crescimento
médio do PIB, evidencia claramente as suas diferenças (ver nas ligações abaixo referidas,
textos sobre as desigualdades na Península e o empobrecimento português[1])
Espanha
%
|
Pop Total
(período)
|
Pop Imigr
(período)
|
Pop Autoc
(período)
|
PIB médio
(anual)
|
1990/2000
|
4,59
|
1,02
|
0,02
|
3,10
|
2000/2010
|
14,76
|
278,94
|
3,53
|
2,42
|
2010/2019
|
0,93
|
-2,80
|
1,51
|
1,05
|
Portugal %
|
Pop Total (período)
|
Pop Imigr (período)
|
Pop Autoc (período)
|
PIB médio (anual)
|
1990/2000
|
0,04
|
0,49
|
0,02
|
3,02
|
2000/2010
|
2,34
|
17,09
|
1,35
|
1,02
|
2010/2019
|
-2,62
|
16,43
|
-4,10
|
0,79
|
A
observação dos últimos quadros revela que há grandes diferenças no crescimento
populacional total, e que é muito mais elevado em Espanha. Na década mais
recente, há um decréscimo da população imigrada em Espanha, enquanto em
Portugal se mantém regular a evolução da mesma.
Quanto
à população de raiz, a sua evolução em Portugal, no presente século, é mais
débil do que em Espanha, chegando mesmo a haver redução populacional na última
década. E, quanto à evolução do PIB, ela revela em Portugal, um grau de formação
de rendimento claramente inferior ao observado em Espanha, acentuando assim o
caráter periférico do país, no presente século.
2.1
- Principais origens da imigração em Espanha
1990
|
2000
|
2010
|
2019
|
||||
Marrocos
|
133341
|
Marrocos
|
266706
|
Marrocos
|
763734
|
Marrocos
|
711792
|
França
|
100111
|
França
|
174641
|
Roménia
|
727521
|
Roménia
|
622555
|
Alemanha
|
80772
|
Alemanha
|
160472
|
Equador
|
496666
|
Equador
|
415310
|
R. Unido
|
61463
|
R. Unido
|
118972
|
Colômbia
|
376161
|
Colômbia
|
367816
|
Argentina
|
42923
|
Argentina
|
79339
|
R. Unido
|
319145
|
R. Unido
|
302020
|
Portugal
|
35909
|
Portugal
|
65690
|
Argentina
|
282553
|
Argentina
|
259946
|
Outros
|
367086
|
Outros
|
791465
|
Outros
|
2965780
|
Outros
|
3424764
|
Total
|
821605
|
Total
|
1657285
|
Total
|
6280065
|
Total
|
6104203
|
Para
além do constante predomínio dos imigrados marroquinos em todo o período de
trinta anos, nota-se a presença em lugares cimeiros de vários países europeus,
incluindo Portugal mas, apenas na última década do século XX; e isso, mesmo num
contexto de duplicação da entrada de novos residentes portugueses na década
terminada em 2000. A partir de 2010, observam-se valores globais muito mais
elevados – perto de quatro vezes os registados em 2000 – um valor que não será
ultrapassado daí em diante o que revela uma certa estagnação da população imigrada
na última década, época da profunda crise financeira, com sequelas no
desemprego e na capacidade de absorção de novos imigrantes.
A
partir de 2010 o perfil da comunidade imigrante altera-se, face a 2000, com o
surgimento, em grande número, de imigrantes romenos e sul-americanos; todos,
porém, apresentam uma menor presença em 2019, incluindo nesse decrescimento, a
comunidade marroquina O Reino Unido mantém-se como o único país europeu a
constar no topo e, com um forte incremento no século atual, quando comparado
com o observado em momentos anteriores; e, certamente, o seu perfil
socio-económico - muito distinto dos restantes imigrantes – estará centrado em pessoas
que encontram em Espanha uma carga fiscal mais amena e um clima mais saudável.
Num
contexto próximo da paridade, a imigração de mulheres mostra-se ligeiramente superior
à dos homens, excepto em 2000, 2005 e 2010.
2.2
- Principais origens da imigração em Portugal
1990
|
2000
|
2010
|
2019
|
||||
Angola
|
154254
|
Angola
|
169591
|
Angola
|
156251
|
Angola
|
158958
|
França
|
75053
|
França
|
95316
|
Brasil
|
134245
|
Brasil
|
136526
|
Moçamb.
|
36695
|
Brasil
|
91614
|
França
|
90792
|
França
|
92335
|
C. Verde
|
36695
|
Moçamb.
|
74985
|
Moçamb.
|
70228
|
Moçamb.
|
71421
|
Brasil
|
35931
|
C. Verde
|
53008
|
C. Verde
|
59532
|
C. Verde
|
60543
|
Alemanha
|
19705
|
Ucrânia
|
28315
|
Ucrânia
|
46533
|
Ucrânia
|
47323
|
Outros
|
77449
|
Outros
|
138643
|
Outros
|
205244
|
Outros
|
321056
|
Total
|
435782
|
Total
|
651472
|
Total
|
762825
|
Total
|
888162
|
O
perfil das origens dos imigrantes em Portugal é muito estável a despeito de,
nos 30 anos considerados, o seu número ter duplicado. Essa estabilidade é evidente
em todo o período para os angolanos e, neste século, para os oriundos de
França, Moçambique ou Cabo Verde. A presença de brasileiros cresce
substancialmente no final do século passado e estabiliza na última década,
dadas as dificuldades da situação económica vivida em Portugal. O conjunto dos
ucranianos consolida a sexta posição na última década considerada.
A
presença de mulheres entre os imigrados em Portugal é sempre maioritária, por
pequenas margens; porém, desde 2015, as mulheres representam 53-54% do total.
3
- Emigração
No
atual contexto de maior densidade das relações entre os países e os seus povos
há vários elementos que favorecem movimentos migratórios.
As
desigualdades mantêm-se muito marcadas e, em muitos casos, crescentes. Por
outro lado, há um maior e mais rápido conhecimento da situação laboral em
outros países por parte dos potenciais emigrantes, bem como maiores facilidades
de trânsito. A existência legal de bloqueios à entrada de emigrantes é muitas
vezes subvertida para que se forme nos países mais ricos um proletariado
profundamente explorado, precarizado, marginalizado e, submetido a todas as
arbitrariedades, no país de destino, como no percurso de acesso.
Para
além dessas bolsas de emigrantes ultra-explorados e mesmo perseguidos - para
que se acentue a sua fragilidade no trabalho e na vida - o acesso ao trabalho
no exterior do estado-nação de origem vulgarizou-se, sobretudo com destino aos
países mais ricos ou menos pobres.
As
melhorias gerais da formação escolar ou profissional e o domínio de línguas
estrangeiras, mormente o inglês, constituem fatores que facilitam o encontro de
trabalho fora do país de origem. Embora seja maior o fluxo de migrantes que se
deslocam dos países mais pobres para outros mais ricos, também há casos de
deslocação de gente dos países mais ricos para se domiciliarem em países mais
pobres, tendo em conta as vantagens próprias de climas mais atrativos, custo de
vida mais baixo e incentivos fiscais oferecidos pelos governos hospedeiros.
Entre
as motivações para a emigração, historicamente muito relacionadas pela procura
de trabalho em condições mais compensadoras, há ainda a considerar quantos
fogem, apressadamente das suas áreas de origem perante guerras, conflitos
étnicos e inerentes atrocidades.
Os
fluxos de emigração, a espanhola e a portuguesa têm, dimensões relativas e
evolução, muito distintas.
A
emigração espanhola apresenta nos dois momentos mais distanciados valores muito
próximos e que se revelam como os mais elevados durante o período considerado. A
sua dimensão decai lentamente até atingir um mínimo em 2010 - pouco acima de um
milhão de pessoas, correspondentes a 2.3% da população.
Segue-se,
em 2015, uma subida de uns 200000 emigrantes, certamente como fruto da crise
financeira e do desemprego que atingiu o país… demasiado grande para uma
humilhante intervenção da troika. Note-se
que 2015 é o único momento relevado no quadro em que a população global se
reduz; porém, a emigração espanhola que decai até 2010 volta a crescer,
particularmente no período 2010/15.
População
residente e emigração
|
Espanha
|
Portugal
|
||||
total
|
emigrantes
|
total
|
emigrantes
|
|||
1000
|
1000
|
%
|
1000
|
1000
|
%
|
|
2019
|
47100
|
1445
|
3,1
|
10296
|
2632
|
25,6
|
2017
|
46658
|
1346
|
2,9
|
10291
|
2267
|
22,0
|
2015
|
46440
|
1271
|
2,7
|
10341
|
2461
|
23,8
|
2010
|
46667
|
1087
|
2,3
|
10573
|
1950
|
18,4
|
2005
|
44010
|
1114
|
2,5
|
10512
|
1745
|
16,6
|
2000
|
40666
|
1290
|
3,2
|
10331
|
1995
|
19,3
|
1995
|
39808
|
1362
|
3,4
|
10044
|
1922
|
19,1
|
1990
|
38881
|
1439
|
3,7
|
9970
|
1873
|
18,8
|
Se
os emigrados espanhóis variam entre 2,3 e 3,7% da população global, num quadro
relativamente estável no lapso de tempo de trinta anos, no caso português a
situação é muito diferente.
No
período 1990/2010 os emigrantes portugueses correspondem a cerca de 18/19% da
população residente, excepto em 2005, onde se revela um nível mais baixo; no
período subsequente a sua representatividade cresce substancialmente, até aos
dias de hoje, na sequência da intervenção da troika e das medidas anti-sociais que daquela decorreram, levadas a
cabo pelas duas alas do partido-estado PS/PSD. Isso enquadra-se num processo
de empobrecimento relativo que vem de longe e que se materializa, no último
ano, num volume de emigrantes correspondente a cerca de um quarto da população
residente.
A
tradição de uma emigração portuguesa particularmente masculina, vem mudando nos
últimos anos e, em 2015 como em 2019, a parcela de mulheres no total passou a
ser dominante. A maior escolaridade, um espírito de maior independência face
aos homens e à família, por parte das mulheres, são factores que, associados às
dificuldades de trabalho ou de remuneração condigna, conduzem a volumes de
emigração anual que lembram os observados poucos anos antes do fim do regime
fascista, em 1974. Os reduzidos salários vigentes em Portugal e a precariedade
laboral podem ser observados nos textos referidos abaixo[2].
3.1
- Principais destinos da emigração espanhola
1990
|
2000
|
2010
|
2019
|
||||
França
|
447770
|
França
|
306070
|
França
|
285868
|
França
|
303245
|
Argentina
|
179945
|
Argentina
|
107660
|
EUA
|
90296
|
Alemanha
|
155083
|
Alemanha
|
133808
|
Alemanha
|
101500
|
Argentina
|
84969
|
EUA
|
120608
|
Venezuela
|
92458
|
EUA
|
86286
|
Alemanha
|
81357
|
Argentina
|
99769
|
EUA
|
80702
|
Venezuela
|
75453
|
Venezuela
|
74051
|
R. Unido
|
98372
|
Brasil
|
51448
|
R. Unido
|
64301
|
R. Unido
|
67738
|
Venezuela
|
73054
|
Outros
|
452888
|
Outros
|
549009
|
Outros
|
402273
|
Outros
|
594811
|
(Portugal)
|
(12207)
|
(Portugal)
|
(15191)
|
(Portugal)
|
(13976)
|
(Portugal)
|
(16112)
|
Total
|
1439019
|
Total
|
1290279
|
Total
|
1086552
|
Total
|
1444942
|
Como
se viu atrás, a emigração espanhola é relativamente estável tal como é estável
o grupo dos principais destinos, entre os quais se destaca, a grande distância,
a França; outros países europeus destacáveis são a Alemanha e o Reino Unido A
Argentina e a Venezuela destacam-se entre os países latino-americanos e, por
seu turno, os EUA mantendo-se sempre entre os principais destinos, apresentam
um grande aumento em 2019.
O
conjunto dos países agregados entre os “outros” é vasto e com um volume
significativo – aproximadamente próximo da soma dos três principais destinos
Para os anos considerados, Portugal surge entre o 15º e o 20º lugar, com
valores baixos e regulares quanto à atração de emigrantes espanhóis. Dada a
proximidade geográfica, das línguas e das culturas, razões de ordem económica
impedem uma emigração mais volumosa de pessoas do estado espanhol para
Portugal; essas razões pesam mais para quantos se dirigem de Portugal para o
país vizinho, reconhecidamente com melhores condições salariais e de vida.
Sem
o recurso a uma avaliação mais detalhada nota-se, para alguns países, lugares
cimeiros quer na imigração quer na emigração. Assim, os fluxos de imigração são
superiores para países como Argentina, Portugal ou Reino Unido; o contrário
sucede, particularmente no caso da França, claramente o principal destino da
emigração espanhola.
3.2
- Principais destinos da emigração portuguesa
1990
|
2000
|
2010
|
2019
|
||||
França
|
806641
|
França
|
586242
|
França
|
649528
|
França
|
687530
|
Brasil
|
244319
|
EUA
|
200363
|
Suíça
|
223088
|
Suíça
|
226361
|
EUA
|
209386
|
Brasil
|
176510
|
EUA
|
176803
|
Brasil
|
185489
|
Canadá
|
152654
|
Suíça
|
151328
|
Brasil
|
164705
|
EUA
|
176315
|
Alemanha
|
111027
|
Canadá
|
141057
|
Canadá
|
138589
|
Canadá
|
148513
|
Suíça
|
109787
|
Alemanha
|
102455
|
Reino Unido
|
129340
|
R. Unido
|
146879
|
Outros
|
239643
|
Outros
|
637431
|
Outros
|
468339
|
Outros
|
1060472
|
(Espanha)
|
(42238)
|
(Espanha)
|
(75768)
|
(Espanha)
|
(112032)
|
(Espanha)
|
(109184)
|
Total
|
1873457
|
Total
|
1995386
|
Total
|
1950392
|
Total
|
2631559
|
A
tradicional emigração em França sofre um recuo na última década do século
passado e volta a crescer em 2010 e 2019, o mesmo sucedendo com os emigrados
para o Brasil. A emigração na América do Norte também decai no final dos anos
noventa, mantendo-se relativamente estável posteriormente.
A
Suíça apresenta-se como o país para onde a emigração portuguesa se mostra mais
dinâmica ao ponto de se fixar no segundo principal destino, no presente século.
Por outro lado, a comunidade portuguesa na Alemanha perde importância no final
do século XX, ultrapassada pelo volume de emigrantes no Reino Unido, já no atual
século.
No
caso da Espanha, a sua relevância como destino de emigrantes portugueses cresce
claramente até 2010 tendo, em seguida apresentado um pequeno recuo, uma vez que
a crise financeira promoveu um volume muito elevado de desempregados em Espanha.
Nota
Todos
os elementos estatísticos foram colhidos na base de dados do jornal Expansión
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