A longo
prazo, tudo indica que na Ásia se firmará o núcleo mais dinâmico do capitalismo
global, mormente a partir da China, com um capitalismo controlado por um
partido-estado tentacular que soube retirar as lições do fracasso do capitalismo
de estado soviético. Essa dinâmica depende bastante da incorporação da Europa e
vem beneficiando da evidente decadência dos EUA que, por sua vez, havia
superado a Europa a seguir à II Guerra.
Essa
mudança vai-se fazendo através da construção de redes políticas e de negócio
por parte da China e por novas desigualdades e guerras estrategicamente defensivas,
dos EUA, baseadas na sua evidente supremacia militar. Que custos humanos terão
estas mudanças?
Sumário
1 – A Ásia, depois de
berço da civilização, reassume-se como o novo centro do mundo
1.1 – O predomínio da
Europa através da colonização e do capitalismo decai depois de 1945
1.2 – A Europa, de novo
uma península asiática?
2 – O
perfil demográfico das áreas geopolíticas asiáticas
2.1 – Evolução demográfica no Próximo e
Médio Oriente
0000000000
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1
– A Ásia, depois de berço da civilização, reassume-se como o novo centro do
mundo
A Ásia acolheu o berço da civilização humana, depois dos
primeiros homens terem saído de África, do vale do Rift, ao que se julga, por
volta de 170000 AEC (Antes da Era Comum[1]).
Essa viagem correspondeu à instalação na Mesopotâmia, na Arábia e no planalto
iraniano cerca de 146000 AEC. A ocupação humana do norte da Índia terá ocorrido
pelos 125000 anos AEC e a da China e da Indochina cerca de 30000 anos depois
(95000 AEC).
Apesar de geograficamente próximos da Mesopotâmia, a presença
humana só terá ocorrido em torno de 38000 AEC em áreas como o Cáucaso, os Balcãs
ou o sul da Itália; época em que, certamente os seres humanos da Indochina ou
do sul da China chegaram à Austrália, aproveitando o nível das águas dos mares,
muito mais baixo do que atualmente e que favoreceu as passagens.
A expansão pela Europa prosseguiu, tendo os humanos chegado à
Península Ibérica, ao sul da Grã-Bretanha e da Dinamarca em 29000 AEC; tal como
à Sibéria. No que se refere à Europa, por alturas de 18000 AEC, toda ela
incorporava colónias paleolíticas de seres humanos, excepto a Escócia e a
Escandinávia; por essa época, os humanos atravessaram o estreito de Bering,
principiando a colonização do continente americano.
Foi na Ásia que se procedeu primeiro à domesticação das espécies
vegetais fornecedoras de frutos, cereais, leguminosas e verduras que permitiram
ao Homem tornar-se menos dependente da caça, da captura de peixes e da recolha
de frutos aqui ou ali, consoante a sorte que tivesse nos seus devaneios pelo
espaço. Esses primeiros passos para a sedentarização e o aparecimento da agricultura
surgiram, primeiramente, de modo independente, no denominado Crescente Fértil –
então muito mais húmido do que hoje – e na China.
Os humanos que se instalaram nessas duas regiões asiáticas não
eram mais inteligentes do que os seus congéneres que entretanto se foram
espalhando pelo globo. As suas vantagens eram as fornecidas pelo clima que lhes
oferecia chuvas de outono e calor no verão, num ciclo muito favorável para
grande parte das espécies vegetais; estas, por sua vez, atraiam os animais,
herbívoros e os seus predadores carnívoros. Essa regularidade relativa do clima
permitiu aos homens uma adaptação facilitada a que se juntou o seu espírito de
observação, por exemplo, para a seleção, pelo tamanho, dos grãos dos cereais –
trigo e cevada e arroz na China - preferindo os maiores, para proceder à sua
prioritária reprodução.
Foi na Ásia que se gerou a agricultura e a domesticação de
animais, produtores de carne, leite e capacidade de aplicação da sua força no
trabalho da terra, como montadas e na tração, a partir do momento em que a roda
foi inventada em Mari, na actual Síria cerca de 2850 AEC. Isso não aconteceu,
por exemplo, no isolado continente americano, antes da chegada de Cortez e
Pizarro, uma vez que não havia grandes mamíferos como montadas ou animais de
trabalho, no planalto mexicano; ou não eram adaptáveis a tal, como o lama,
entre os incas.
A agricultura, sedentarizou as pessoas, criou novas funções e a
complexidade das sociedades aumenta; e aguçou a curiosidade, a criatividade e a
experimentação, com um efeito de multiplicador. Assim, as técnicas utilizadas
foram surgindo, aqui e ali, transmitindo-se, pelo espaço… sem registo de
patentes. O neolítico chega à Índia e aos Balcãs, cerca de 6400 AEC e a
cerâmica nasce na Mesopotâmia, beneficiando da abundância de água e argila.
Outros conhecimentos ou criações fulcrais no quarto milénio AEC,
são: domesticação de cavalos na Sibéria, produção de linho na Síria, de seda na
China e a navegação no Egipto. No terceiro milénio, elencamos as tábuas cuneiformes
no Elam, o bronze e a moeda na Suméria, o calendário de 365 dias e o mel no
Egipto, o chá na China e, já na passagem para o segundo milénio AEC, também as
ervas medicinais, etc.
Relevamos ainda os códigos de Ur-Nammu (2040 AEC) e o de
Hamurabi 270 anos depois, ambos na Mesopotâmia, vocacionados para o
estabelecimento de leis que regrassem os direitos e os deveres comunitários. Em
Roma, em 450 AEC viriam a estabelecer-se as 12 Tábuas da Lei, a base do direito
romano que, por sua vez foi o alicerce para os atuais sistemas jurídicos na
Europa.
Nem tudo foi positivo. Na Ásia surgiram as religiões que
configuram ou manipulam as mentes, geradoras de ódios, conflitos e guerras,
mormente no caso das designadas “do Livro” – judaísmo, cristianismo e
islamismo; numa escala muito superior às outras, também todas ali nascidas – o
hinduísmo, o budismo, o jainismo; para além do confucionismo, que se situa mais
como uma moralidade pública do que uma religião.
Na Europa, a cultura minoica, surge em Creta, ligada a Ebla, uma
civilização existente onde hoje é a Síria, cerca de 2500 AEC e transmite-se ao
Peloponeso, constituindo ambas as áreas mais desenvolvidas da Europa naquele
tempo. Em torno de 1630 AEC, impõem-se na Grécia os aqueus, indo-europeus,
portadores da cultura do bronze e que, pouco mais de 500 anos depois, são
superados pelos dórios, conhecedores do ferro e procedentes da Macedónia.
Em 1070 os gregos estão instalados na Ilíria, na Córsega e na
Sardenha e, em 779 regista-se com a Etrúria, o que se poderá chamar o primeiro
estado europeu. Por essa época é a fundação de Roma e a instalação dos gregos
na Crimeia e no sul de França. As guerras greco-persas (495 AEC) mostram a
existência de um desenvolvimento nesta parte da Europa algo similar ao da Ásia
Ocidental.
Entretanto, Roma desencadeia uma imparável expansão na bacia
Mediterrânica que ficará, na sua totalidade, a enquadrar um Mare Nostrum; na Ásia ocidental
constitui-se então, uma duradoura frente civilizacional, irregular do ponto de
vista militar, entre Roma e o império parto e, depois o sassânida, que
terminará com a expansão árabe, no século VII.
O desmoronar do império romano através das várias partilhas
entre generais acentuou-se, sobretudo a oeste, com um desmoronamento da unidade
imperial no seguimento das invasões bárbaras. O império bizantino, portador da
cultura greco-romana, bem implantada no Mediterrâneo oriental, foi
enfraquecendo gradualmente, por ação da expansão muçulmana no século VIII, dos
cruzados e seus aliados venezianos ou genoveses e dos turcos, seldjúcidas e
depois dos otomanos.
Os otomanos constituíram a última ameaça para a Europa, vinda da
Ásia, primeiro jugulada no mar, em Lepanto (1571) e mais tarde com um
fracassado segundo cerco turco a Viena (1683). Nessa época iniciava-se a globalização,
simbolicamente, com a chegada de Gama à Índia, a circum-navegação de Magalhães
e a re(descoberta) da América. Os europeus iniciaram a apropriação do comércio
marítimo na Ásia, a que se seguiu a ocupação de territórios e a partilha
colonial que findou em finais do século XIX; beneficiando ainda do voluntário
isolamento da China, o estado mais poderoso a nível global, no século XIV.
1.1 – O
predomínio da Europa através da colonização e do capitalismo decai depois de
1945
A colonização europeia afundou a economia e a sociedade indiana
na pobreza e foi acompanhada, nos séculos XIX e XX, pelos japoneses, na China e
na Coreia, depois de tirarem a lição devida da ameaça de bombardeamento por
parte do almirante norte-americano Perry. A partilha de territórios entre
franceses, ingleses e holandeses (na Ásia, aos portugueses sobrou pouco mais do
que a saudade do século XVI) foi acompanhada pelos americanos que subtraíram as
Filipinas a uma Espanha decadente, na entrada do século XX.
A China, demasiado grande e populosa para um só colonizador
formal, foi objeto de uma parceria, no século XX, entre as principais potências
europeias, os EUA e o Japão. A Rússia iniciou no século XVII a ocupação da
Sibéria, do Cáucaso e dos estados da Ásia central. A Pérsia e o Afeganistão
fugiram a uma colonização típica devido à rivalidade entre britânicos e russos,
para além das derrotas militares que a Grã-Bretanha sofreu às mãos dos afegãos.
Já no século XX, após o desmembramento do império otomano,
ingleses e franceses retalham o mundo árabe. Aos primeiros coube o
correspondente ao Iraque, à Palestina e uma artificial Jordânia (entregue a uma
família de dignitários, os hachemitas); a que, mais tarde. se seguiu o crime da
entrega da Palestina e do seu povo aos instintos genocidas dos sionistas. A
França, por seu turno, ficou com a Síria da qual decidiu separar o Líbano,
porque então tinha uma maioria cristã maronita, com “óbvios” direitos acima dos
árabes muçulmanos; e, mais tarde (1938) entregou o sandjak de Alexandretta (hoje Iskenderun) à Turquia para que esta
ficasse neutra numa então já previsível II Guerra.
Entretanto, com a descoberta de petróleo na Arábia, quem mais se
aproveita disso é uma tribo de salteadores do deserto - os Saud - que vence as
outras tribos e conquista o cosmopolita Hedjaz, impondo a demência wahabita. A
sua ligação às petrolíferas e mais tarde à sustentação do dólar como moeda
global, tornou a monarquia saudita uma peça central no Médio Oriente, mormente
para os EUA; a par com a continuidade da existência da entidade sionista, um
género de fortaleza ocidental, com grande superioridade em armamento na região
(é o único país a ter armas atómicas, com o tácito apoio do mundo ocidental).
No Extremo Oriente, o Japão desenvolveu uma forte economia
entregando (ou forçado a entregar) aos EUA a suserania no mar da China e os
respetivos custos que devem fazer sorrir a indústria militar americana; por
outro lado, as suas relações históricas com a China e, sobretudo com a Coreia,
geraram um caudal de danos, de queixas em que o racismo dos japoneses não ajuda
de todo. Os EUA têm uma constelação de bases militares no Japão (Okinawa e mais
outras dezenas de instalações militares); Guam, uma sua colónia nas Marianas; e
uma trintena na Coreia do Sul, focadas na ameaça à China e à Coreia do Norte, à
sombra da guerra que se desenvolveu há… 65 anos.
1.2 – A Europa, de novo uma península asiática?
A separação terrestre entre a Ásia e a África faz-se numa curta
faixa de terra que prolonga o golfo do Suez com o canal do mesmo nome; e que,
de facto nunca separou coisa alguma através do tempo. Com a América, a
separação da Ásia é nítida e processa-se através do frio estreito de Bering.
Entre a Ásia e a Europa não há uma separação geográfica clara
mas apenas delimitações meramente convencionais, de caráter político. Por
exemplo, considera-se a Rússia um país europeu mas a parte maior do seu
território é na Ásia, embora em termos populacionais a maior faixa esteja na
Europa.
Quanto à Turquia, o mesmo sucede mas, em sentido inverso, com o
território e a população concentrados na Ásia, mantendo na Europa pouco mais do
que a Grande Istambul. Só a economia e a política admitem que a Turquia seja um
candidato à entrada na UE, desde há uns … 40 anos, enquanto tal cenário nunca
se colocou à Rússia pelas instâncias comunitárias; nem a Rússia alguma vez terá
colocado essa hipótese.
A hipótese de integração europeia da Turquia, nunca passará
disso mesmo, uma hipótese. A concretizar-se, o país tornar-se-ia o país com
maior população da UE (acima da Alemanha, onde para mais residem milhões de
turcos…); por outro lado, os turcos são na sua esmagadora maioria islâmicos,
algo que iria encontrar muita oposição de nacionalistas, racistas,
islamofóbicos, cujo número tem crescido à sombra da inépcia das oligarquias
europeias, que têm alimentado AfDs, LePens, Salvinis, Wilders e entulho do
mesmo tipo. A presença de um ditador como Erdogan, arrefece os mais entusiastas
do alargamento que, no entanto aceitam Orbans e Kurz no núcleo duro do velho
império dos Habsburgos; e, para terminar, teme-se na Europa a entrada de
pessoas de línguas do ramo turco, como os azeris e os povos da Ásia central,
com acordos com a Turquia no âmbito da turcofonia, para além dos ouighurs
chineses. Quanto à Rússia é demasiado grande e poderosa, oferece anti-corpos
vários aos burocratas que colocaria dores de cabeça ao Trump de serviço; e
jamais pertenceria ao manso pelotão que integra uma NATO, dirigido a partir de
Washington. Portanto, não haverá uma UE que chegue aos Urais.
Convencionou-se designar a Europa como um continente a par da
Ásia, por razões mais políticas e económicas do que geográficas, repetimos; as
orgulhosas e preconceituosas classes políticas europeias não aceitariam estar
integrados numa península asiática, como a Índia, a Arábia, a penínsulas malaia
ou a de… Kamchatka. As ilhas do Egeu unem mais do que separam as grandes massas
contínuas dos dois lados do mar… como o perceberam os refugiados chegados a
Lesbos. Por seu turno, o Bósforo (550 a 3000 m de largura) ou os Dardanelos
(1500 m), são particularmente estreitos, com uma separação entre a Europa e a
Ásia que se pode vencer com umas braçadas; são muito mais apertados do que o
canal da Mancha que tem, na área mais estreita 33km… uma dimensão que,
certamente não influenciou no Brexit; ou, mais estreitos do que o estreito de
Messina (3300 m).
No Cáucaso, as altas montanhas separam, a norte, as atuais seis
repúblicas da Federação Russa, daquelas outras que se situam a sul, a Geórgia,
a Arménia e o Azerbaijão. Geograficamente, as últimas estão contidas na Ásia,
com maiores continuidades topográficas com a Turquia e o Irão do que com as
seis repúblicas russas. Pode pensar-se que sendo a Geórgia e a Arménia de
cultura cristã ortodoxa, deveriam ser incluídas na Europa mas, o mesmo não pode
ser aplicado ao Azerbaijão, islâmico, xiita e com fortes ligações ao Irão, onde
aliás há também uma população de azeris. Se a cultura religiosa é um fator
determinante, então as repúblicas muçulmanas contidas na Federação Russa e a norte
da cordilheira, deveriam ser incluídas na Ásia, Neste trabalho, decidimos
considerar a cordilheira do Cáucaso, que aliás tem bastantes caraterísticas que
dificultam a sua travessia, como o separador entre a Europa e a Ásia; e que
permitem seja um caleidoscópio de etnias e culturas.
Se no Cáucaso, a geografia física se pode aplicar como elemento
de separação e, se no Cáspio a separação se admite com naturalidade, o mesmo
não acontece com a típica consideração nos Urais ou do Volga como separadores
da Europa e da Ásia, tratando-se de mais uma delimitação arbitrária, de
conveniência. Os Urais, não atingem mais do que 1500/1600 m de altitude em
alguns pontos; e, por exemplo, na região de Yekaterimburg não chegam aos 400 m,
nunca tendo constituído obstáculo para as invasões mongóis ou tártaras, como
não contrariaram a incorporação da Sibéria ou dos estados islâmicos da Ásia
Central pela Rússia imperial. Quando Stalin transferiu fábricas para Leste dos
Urais, não foi tanto por estes serem de difícil transposição pelos nazis mas,
porque o esforço e a logística para percorrer a distância de 1650 km (!) entre
Moscovo e Ekaterinburgo, com emboscadas pelo caminho, não era coisa que os
generais de Hitler considerassem de pouco risco; sobretudo quando não
conseguiam sequer tomar Moscovo nem a então, Leninegrado. Quanto ao Volga,
bastante navegável é, como todos os rios, mais um elemento de ligação do que de
separação; e quando servem de fronteira mantém a sua porosidade.
Na realidade a Europa é uma península de um continente
euro-asiático, com um largo istmo, é certo, com uma população de 745 M em 2016
(10% da Humanidade, contra 22.7% em 1950) o que contrasta claramente com os
4463 M de habitantes da Ásia (59.8% do total, contra 54.3% em 1950).
Tendo em conta a perda de poder e protagonismo da Europa no
quadro global, após a descolonização; o nanismo cultural que domina a maioria
nas classes políticas europeias, bem como a sua estagnação demográfica, que
contrasta com a explosiva demografia africana e a dimensão também crescente da
população asiática, entende-se claramente a estratégia chinesa com a criação da
rede de infraestruturas de transporte que atravessarão o continente
euro-asiático. Será que a via percorrida por Marco Polo recupera importância
relativamente à rota de Vasco da Gama na ligação entre a Ásia e a Europa?
Peyrefitte em 1973, na senda de Napoleão, escreveu “Quando a China Despertar, o
Mundo tremerá”. Talvez não venha a tremer, tal como a China não voltará à
demência política dos mandarins, no século XIV, em afundar, os seus
espetaculares navios e fechar-se no casulo; nem o Trump de serviço colocará
sucedâneos de porta-aviões na Ásia Central… como acontece no mar da China.
No relatório Global Wealth Review-2018, pode observar-se o
crescimento da riqueza nos principais países (em %), recente e no futuro, onde
está bem presente o declínio da Europa; os indicadores têm pouco a ver com o
PIB mas bastante com a valorização dos capitais em bolsa.
|
2007/17
|
2016/17
|
2017/27
|
EUA
|
20
|
15
|
20
|
China
|
198
|
22
|
180
|
Japão
|
22
|
15
|
30
|
Grã-Bretanha
|
-2
|
3
|
10
|
Alemanha
|
0
|
5
|
10
|
Índia
|
160
|
25
|
200
|
França
|
-11
|
5
|
10
|
Canadá
|
25
|
11
|
30
|
Austrália
|
83
|
17
|
70
|
Itália
|
-19
|
4
|
10
|
Na questão do projeto “One belt, one road”, há a considerar:
·
É, obviamente, um projeto político levado a cabo por um país (a
China) relativamente homogéneo em termos étnicos e culturais, com uma população
enorme, num ambiente capitalista, com um poder estatal centralizado e despótico
que tem uma estratégia de longo prazo, de condução da economia e da política;
·
Em termos económicos, trata-se de facilitar o enquadramento de
uma Europa rica, com elevados rendimentos e capacidades tecnológicas que
funcione como mercado para a produção chinesa; em capitalismo, quem não
conquista ou inventa mercados, morre. Para além da Europa, pretende-se incluir:
a Ásia Central e o Médio Oriente, com grandes recursos energéticos, muito úteis
enquanto durar o paradigma dos combustíveis fósseis; as grandes populações da
Ásia do Sul, como reserva de mão-de-obra barata e uma massa enorme de futuros consumidores;
as matérias-primas africanas e, um futuro mercado com 2500 M de pessoas em
2050; e ter do mesmo lado, os recursos energéticos e a capacidade militar da
Rússia;
·
A designada Rota da Seda, com todas as suas variantes terrestres
e marítimas é uma rede de comércio muito alargada – mercadorias e energia - que
funcionará numa rede de infraestruturas, em curso, para a qual estão
disponíveis os enormes recursos financeiros da China e do AIIB (Asian Infrastructure Investment
Bank) criado em 2017 com 57 países fundadores, entre os quais estão a maioria
dos países ocidentais da UE, da Ásia (mas não o Japão), a Rússia e o Brasil -
único do continente americano - o que constitui um facto revelador do desagrado
dos EUA face ao projeto;
·
É evidente que neste contexto de integração dos três continentes – Europa,
Ásia e África – haverá lugar também para uma ligação mais profunda da América
Latina, pese embora o seu caráter excêntrico naquele contexto; mas que poderá
proceder a uma integração entre as duas margens do Pacífico (o Acordo de Associação Transpacífico (TPP) foi
lançado, mesmo com a recusa de
Trump e a China de fora mas, incluindo, entre outros, o Japão e a Austrália, o
Chile, o México e o Peru).
·
O elemento implícita e voluntariamente fora desta estratégia são os EUA,
herdeiros e protagonistas da teoria de Alfred Mahan[2] segundo o qual, as massas
continentais devem ser monitoradas e dominadas pelas “ilhas”, que as rodeiam e
contêm. Dentro dessa lógica, os EUA vão mantendo, nomeadamente em torno da
Ásia, um cordão de dezenas de instalações militares, várias esquadras de navios
de guerra e zonas em permanente estado de insegurança e guerra (Médio Oriente e
Coreia), tendo como aliados próximos a entidade sionista e a Arábia Saudita e
outras criações ocasionais como o Isis/Daesh, depois da al-Qaeda; que depois,
como o Golem, ficam incontroláveis, como se tem assistido.
2 – O perfil demográfico das áreas geopolíticas asiáticas
Tal como efetuámos relativamente à Europa e
à África, medimos a evolução da população asiática entre 1950 e 2016,
procedendo ainda a uma avaliação prospetiva para 2050, seguindo as projeções
divulgadas pela CNUCED/UNCTAD, instituição do universo das Nações Unidas.
Assim, a demografia asiática revela 1374 M de pessoas em 1950, 4463 M em 2016 e
prevê uns adicionais 800 M em meados deste século.
Ainda que sempre crescente em todo o período, a população
asiática, no contexto global, mostra que o seu peso relativo sobe regularmente
de 54.3% em 1950 para 60.7% em 2000, decaindo um pouco até 2016 (59.8%),
prevendo-se para 2050 que corresponda a uma parcela do total, próxima da
registada um século atrás; isto é, 53.8% do total. Essa previsão de perda de
peso relativo da Ásia deverá ocorrer também, especialmente na Europa e também
de modo mais ligeiro, na América; todos esses três continentes perdem
representatividade na população mundial face à África como vimos atrás. Assim, a população
asiática que, em 1950 era seis vezes superior à africana é 3.7 vezes superior
em 2016 e sê-lo-á, cerca do dobro em 2050. Quanto à Europa a situação evolui de
modo muito rápido, com a Ásia a ter 2.4 vezes mais população que a Europa em
1950 e, seis ou 7.3 vezes mais, em 2016 e 2050, respetivamente. Para além de
geografia física indicar a Europa como península asiática, também a demografia
aponta para uma menor relevância no seio da massa euro-asiática, como também
acontece na comparação com a África.
Procedemos, para detalhar mais a abordagem demográfica, à
divisão da Ásia em duas enormes áreas, sensivelmente separadas pelo rio Indo –
uma separação que vem de remota antiguidade: uma será o Próximo e Médio
Oriente, na clássica e eurocêntrica forma de considerar a parte mais ocidental
da Ásia, muito maioritariamente de cultura islâmica e a outra, muito menos
homogénea culturalmente, a leste do Indo e que designámos por Ásia Central e
Oriental[3].
Em qualquer dessas áreas há diferentes ritmos de criação de
riqueza e bem-estar, podendo separar-se dos restantes, uns quantos
países-âncora, como fizemos para a África; esses países que terão uma
representatividade e uma força centrípeta relativamente aos povos situados num
raio mais ou menos alargado. Por outro lado, a Ásia, no seu todo, tem uma
determinante influência planetária, mormente nos casos evidentes da China, da
Índia e do Japão, por razões demográficas, económicas e políticas.
Tendo como referência o ano de 1970 verifica-se que a evolução
demográfica da Ásia no seu total é determinada pela Ásia Central e Oriental que
tem uma grande ponderação no total do continente; e isso dá maior relevo, no
gráfico, ao conjunto dos países do Próximo e Médio Oriente quando observados
isoladamente. Olhando para o gráfico, observa-se que para a Ásia Central e
Oriental a população cresce 2.4 vezes, enquanto para o Próximo e Médio Oriente
o aumento é superior a cinco vezes, na projeção para 2050.
Em regra, os conjuntos âncora em cada um dos blocos de países
têm um dinamismo demográfico claramente inferior aos países restantes do mesmo
conjunto. No caso da Ásia Central e Oriental, nos 46 anos terminados em 2016, a
população fica um pouco além da duplicação para os países âncora mas,
multiplica-se por 2.7 vezes para os restantes; e, na projeção para 2050, também
face a 1970, os países âncora tendem a aumentar a sua população 2.1 vezes
enquanto para os outros o aumento poderá ser de 3.6 vezes.
No caso dos países do Próximo e Médio Oriente a situação é
semelhante ao atrás referido mas em patamares muito mais elevados. Os países
âncora apresentam valores de crescimento claramente abaixo dos restantes,
relativamente a 1970 (2.8 contra 4.9 vezes, em 2016); nas previsões para 2050
aumenta a desproporção (3.4 vezes para os países âncora e 8.5 vezes para os
outros do agrupamento).
Finalmente, refira-se que o crescimento demográfico dos países
âncora no Próximo e Médio Oriente evolui em paralelo com os outros (não âncora)
da Ásia Central e Oriental; o que revelará – não iremos aprofundar a questão –
diferenças em termos de taxas de natalidade e mortalidade infantil, como também
uma relativa equiparação entre o dinamismo demográfico entre os mais pobres dos
mais ricos com os mais ricos dos mais pobres.
Comparando
a situação dos países âncora e restantes, de África e do Próximo e Médio
Oriente, em 2016 e 2050, observa-se que em África há uma evolução demográfica
aproximada entre os países âncora e os restantes; e que nos países do Próximo e
Médio Oriente as diferenças são muito mais acentuadas. Isto poderá
interpretar-se como uma grande homogeneidade entre as populações africanas, com
índices de crescimento demográfico indiferentes à situação de países âncora ou
não; e que as diferenças de dinamismo económico não diferenciam os níveis de
crescimento demográfico.
nº de vezes a população
de 1970
|
2016
|
2050
|
Âncoras - África
|
3.2
|
6.3
|
Âncoras – P M Oriente
|
2.8
|
3.4
|
Restantes - África
|
3.6
|
8.1
|
Restantes – P M Oriente
|
4.9
|
8.5
|
2.1 – Evolução demográfica no Próximo e Médio Oriente
Os países do Próximo e Médio Oriente podem agrupar-se de vários
modos. Quase todos são de matriz islâmica, exceptuando a Arménia e a Geórgia
onde a cultura dominante se baseia no cristianismo de raiz bizantina. O mesmo
sucede com a entidade sionista que se arvora politicamente numa designação de
“estado judeu” que não é; primeiro, porque o judaísmo histórico sempre se
integrou nos outros estados-nação sem almejar
constituir um próprio – até ao surgimento do sionismo, em meados do século XIX; e, em
segundo lugar, porque no poder domina uma oligarquia racista, genocida e
descrente.
Entre os estados de cultura islâmica a sua maioria tem população
sunita, embora os xiitas sejam dominantes no Irão, no Iraque, no Líbano, no
Bahrein, no Azerbaijão e no Yémen (zaiditas) ou constituam importantes minorias
na Arábia Saudita, no Afeganistão, na Síria (alauitas) e na Turquia. Por sua
vez, no Oman, o predomínio cabe aos ibaditas, uma outra expressão do islamismo.
A maioria dos países deste conjunto tem grande dependência da
exploração de combustíveis fósseis - Azerbaijão, Arábia Saudita, Emiratos
(entre estes, só três têm hidrocarbonetos, Abu Dhabi, Dubai e Sharja), Kuwait,
Irão, Iraque, Qatar e Oman, tendo a entidade sionista iniciado recentemente a
captação de gás natural no mar. Nos restantes, os hidrocarbonetos têm pouco
significado relativo ou, não existem para exploração; para além do Bahrein –
pioneiro da extração, no Golfo, em 1932 – onde a exploração acabou, por
exaustão dos jazigos.
Em muitos destes países há grande parcela de imigrantes. Na
Jordânia, parte substancial da população é palestiniana ou tem essa
ascendência. Na Arábia Saudita há uma grande minoria de yemenitas para além dos
xiitas da margem do Golfo que, sendo sauditas, não deixam de ser discriminados,
por esse motivo. No Kuwait, no Qatar e nos Emiratos os seus naturais são
francamente minoritários e os imigrantes, em grande parte, paquistaneses,
bengalis ou filipinos, são discriminados e objeto de grande exploração,
ocupando-se sobretudo de serviços domésticos.
Quanto à demografia na região, observa-se grande diversidade de
situações no período 1970/2016. Em primeiro lugar, referimos o assombroso ritmo
de crescimento demográfico nos Emiratos (83.4% ao ano), seguidos do Qatar com
“apenas” 48.8% anuais; em termos reais significa a passagem de 235 mil para
9270 mil no primeiro caso e de 110 para 2570 mil no segundo, na sequência de um
inusitado recurso à entrada de imigrantes. Outros casos de elevada média de
crescimento populacional registam-se no Bahrein, no Oman, na Jordânia, na Arábia
Saudita e no Kuwait.
Os casos de mais baixo crescimento demográfico anual
verificam-se no Azerbaijão (1.2%) e Turquia (2.8%). Comparando com a Europa, no
mesmo período, só alguns países têm taxas semelhantes ou superiores a estas
últimas situações; falamos de… Andorra (4.8%), S. Marino (1.6) e Luxemburgo
(1.5%) como observámos
recentemente.
Em suma, os maiores dinamismos demográficos da Europa estão ao nível dos mais
baixos do Próximo e Médio Oriente. E isso, a despeito das guerras levadas a
esta região pelos chamados Ocidentais, cujo parco crescimento demográfico –
quando existe – depende essencialmente da importação de imigrantes baratos,
mormente de África ou do Próximo e Médio Oriente. “Isto é civilização, assim
falou um senhor” (Fausto Bordalo Dias).
No Próximo e Médio Oriente também há casos de redução
populacional em 1970/2016 – Arménia e Geórgia – cujas perdas se situam,
respetivamente, em -0.3 e -1.1% anuais.
Quanto às perspetivas de evolução para 2050, tendo como base as
populações registadas em 2016, observa-se uma quebra acentuada e generalizada
nos ritmos de crescimento demográfico anual, comparativamente ao período atrás
referido, findo em 2016. Para o Líbano surge uma quebra populacional média de
0.3% tal como se verifica para a Arménia e a Geórgia, nestes últimos casos, com
um abrandamento do ritmo de perda de população que já vem de trás. Os casos
onde são previstas maiores taxas de crescimento populacional para 2050 são o
Iraque (3.5% por ano), a Palestina (3%) e a Síria (2.5%); e entre os mais
anémicos dinamismos demográficos na região, salientam-se o Irão (0.5%) e a
Turquia (0.6%), dois dos três estados-nação que considerámos como âncoras
regionais. Estes dois últimos casos, contudo, apresentam indicadores muito
superiores à generalidade dos países europeus, se se excluírem o Luxemburgo e a
Noruega.
Uma comparação interessante entre indicadores de crescimento
demográfico em 1970/2016 é a que relaciona a Palestina (7.1% anuais) e a
entidade sionista (4.1%), reproduzindo-se essa grande desproporção nas
expectativas para 2050 (3% e 1.6%, respetivamente). Se se considerar a
população do estado palestiniano, somando os chamados “árabes” de origem
palestiniana que vivem no estado sionista (15 a 20% do total), acrescentando o
facto de que a sua natalidade é mais elevada que a dos ocupantes e, finalmente,
que há um elevado número de imigrantes vindos de outros locais, pode dizer-se
que hoje, a população palestiniana é equiparada à dos efetivos israelitas. Se
as dinâmicas demográficas até 2050 se confirmarem e que não é previsível uma
massiva chegada de novos judeus atraídos pela “pátria israelita” é evidente que
há um problema grave que se coloca, a longo prazo, ao chamado estado israelita,
revelador da sua fragilidade estratégica. Essa fragilidade vai subsistindo
enquanto garantida pelo poder militar, pela desunião ou conivência dos estados
árabes e ainda, da tolerância dos europeus ou do declarado apoio dos EUA de
Trump, como se vem observando no episódio do reconhecimento de Jerusalém como
capital sionista ou, do desprezo face à morte de populares palestinianos pelas
balas da FDI/Tsahal, no aniversário da Nakba.
Outra questão que vai subsistindo na região prende-se com a
identidade curda, repartida por quatro países – Turquia, Iraque, Irão e Síria –
com maior peso na população total dos dois primeiros. As guerras no Iraque
elevaram as capacidades de organização autónoma dos curdos, beneficiando,
primeiro, da proteção dos EUA contra Saddam; e depois do mesmo apoio face à
ameaça do ISIS sobre o território curdo, como também do governo iraquiano
(xiita) instalado em Bagdad. Na Síria,
as comunidades curdas, vivendo junto da fronteira turca beneficiaram da
incapacidade militar inicial de Assad perante as investidas do ISIS e outros
grupos, para gerarem áreas de auto-organização, no seguimento da expulsão dos
jihadistas das áreas de implantação curda na Síria. Sabe-se, porém que para o
governo turco, o seu exemplo é visto como um fator de contágio para a população
curda vivendo na Turquia; como se observou na recente investida turca sobre
Afrin.
Os EUA envolveram-se na desestabilização do corredor de ligação
entre o litoral sírio/libanês e o Iraque ou o Irão, procurando o seu
encerramento, enquanto a Rússia, se mostra decidida a manter a sua única
posição política e militar no Mediterrâneo, em torno do que se chama o eixo xiita.
Os EUA e os seus peões regionais – mormente a Arábia Saudita e a entidade
sionista - falharam no derrube de Assad, cuja consequência seria o isolamento
do Líbano, dominado pelo xiita Hezbollah e principalmente, distanciando o Irão,
cujo acesso ao Mediterrâneo passaria pela Turquia, também com propósitos de
suserania na região. Quando se tornou clara a derrota dos grupos jihadistas[4], Trump criou uma nova
frente de disputa, denunciando o acordo multilateral de 2015 relativo ao não
uso pelo Irão de armas nucleares que, no entanto, são detidas e aceites
tacitamente a Israel, há décadas.
Por seu turno, a Turquia procede a uma política de ziguezagues.
Dá uma natural prioridade ao não levantamento da sua população curda; negociou
petróleo, numa fase inicial, com o ISIS que combatia Assad; aceitou a oferta
monetária da UE para controlar/reter os refugiados a caminho da Europa; esperou
o momento certo para ocupar a zona curda síria de Afrin e, apesar de ser membro
da NATO, vem estabelecendo pontes com a Rússia, com promessas de compra de
armamento sofisticado.
A Arábia Saudita há vários anos, com o apoio dos emires do
Golfo, envolveu-se numa guerra civil no Yémen, com o objetivo de ter um acesso
mais alargado ao Índico, com o domínio da margem oriental do Bab el Mandeb e
alargar o predomínio wahabita na região, em detrimento do xiismo. Uma guerra
pouco mediática para a qual a “comunidade internacional”, alinhada pelo seu
tenor Trump (como antes por Obama) olha para o lado; tal como acontece com o
abate de manifestantes palestinianos pelos sionistas. que se tornou também uma
rotina.
Finalmente, outro crónico foco de conflito na região, o
Afeganistão. Depois da falhada invasão soviética que contribuiu largamente para
o desmembramento da URSS, seguiu-se a intervenção dos EUA à frente da
“comunidade internacional[5]” na busca de bin Laden e do mullah
Omar. Com a formação de um governo afegão apoiado pelos EUA, estes ensaiaram
uma retirada; porém, atualmente, os talibans controlam grande parte do
território e o governo e a embaixada dos EUA, estão acantonados numa “zona
verde” de Cabul, fortemente defendida, com a presença acrescida de tropas
americanas, com soldados portugueses a ajudar na segurança do aeroporto da
capital. Neste contexto, a China negoceia com o governo afegão áreas de
exploração mineira e, certamente saberá como não ser vítima de ataques dos
talibans.
(continua)
Textos anteriores sobre a evolução da população mundial
Europa
África
Este e outros textos em:
http://grazia-tanta.blogspot.com/
https://pt.scribd.com/uploads
http://www.slideshare.net/durgarrai/documents
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[1] AEC é uma forma de apresentar a cronologia
sem a conectar com qualquer religião, como o tradicional AC (antes de Cristo); se conveniente pode
usar-se EC (Era Comum) para os tempos posteriores a um instituído ano zero
[2] Alfred Mahan foi um oficial de marinha norte-americana que
considerou necessário para a preponderância das potências imperiais
(Grã-Bretanha e depois, os EUA) a posse de uma marinha de guerra poderosa e
bases navais para rodear as grandes massas continentais, mormente na Ásia
[3] Próximo e Médio Oriente – Afeganistão, Arábia Saudita,
Arménia, Azerbaijão, Bahrein, Emiratos Árabes Unidos, Entidade sionista,
Geórgia, Irão, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Oman, Palestina, Qatar, Síria,
Turquia e Yémen, onde sublinhamos os que considerámos como âncoras regionais.
Ásia Central e Oriental – Bangla Desh, Butão, Brunei Darussalam, Cambodja, Cazaquistão,
China (mantendo em separado, para efeitos de análise a República Popular,
Hong-Kong, Macau e Taiwan), Coreia do Norte, Coreia do Sul, Filipinas, Guam
(colónia dos EUA), Índia, Indonésia, Japão, Quirguizistão, Laos, Malásia,
Maldivas, Maurícia, Mongólia, Myanmar, Nepal, Palau, Paquistão, Singapura, Sri
Lanka, Tailândia, Tajiquistão, Timor-Leste, Turquemenistão, Uzbequistão e
Vietnam. Os países que considerámos como âncoras regionais estão identificados
com um sublinhado.
[4] Sobre
o jihadismo veja-se
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2015/11/o-jihadismo-os-semeadores-de-ventos-e_24.html
ou http://grazia-tanta.blogspot.pt/2015/11/o-jihadismo-os-semeadores-de-ventos-e_24.html
(english version)
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