terça-feira, 11 de outubro de 2022

Evolução dos salários mínimos na Europa

As diferenças entre os salários mínimos na Europa são muito grandes, revelando aquela península asiática como uma área de grandes clivagens entre os vários países; evidenciando-se assim, uma área de grandes e conhecidas desigualdades económicas.

Em 2015, o quociente entre o salário mínimo mais baixo (Albânia) e o mais elevado (Luxemburgo), com € 157 e € 1923, era superior a 12 vezes; sete anos depois, o quociente reduziu-se bastante ( 8,6 vezes) mantendo-se como protagonistas os dois países citados.

Malta e Albânia são os países onde, no período 2015/2022 a variação anual do salário médio foi mais baixa - € 10.3 e 16, respetivamente, para além dos EUA com €12.4; verificando-se uma quebra de € 7.4 na Turquia. Em contrapartida e, para o mesmo período, os mais nutridos aumentos do salário mínimo registam-se em Espanha (€ 58.6), Lituânia (€ 57.9) e o rico Luxemburgo (€ 55.8). É de sublinhar que na República Checa o aumento do salário mínimo no período, pouco atrás fica do salário mínimo efetivo em 2015.

Sinteticamente e, observando o gráfico abaixo, em 2015 somente 12 países apresentavam salários mínimos superiores a € 500, um número que se reduz a quatro países em 2012 – Albânia, Bulgária, Sérvia e Turquia.

Quanto aos salários mais elevados em 2015, observavam-se sete situações acima dos € 1000, todos em países ricos do noroeste europeu – Alemanha, Bélgica, França, Irlanda e Países Baixos, além dos EUA e do cofre luxemburguês onde o salário mínimo é de € 2313 no ano em curso, cerca de € 400 acima do vigente em 2015.

Em 2022, além dos países já referidos para 2015, há a acrescentar apenas os casos de Espanha e da Eslovénia que iniciaram salários mínimos superiores a € 1000 ($ 757 em 2015 e $ 1167 em 2022) no caso espanhol e, $ 791 e $ 1074, no que respeita à Eslovénia. Os maiores aumentos do salário mínimo em 2015/22 verificam-se no caso espanhol (+ € 410) e da Lituânia (+ € 405).

A proximidade geográfica e a relativa complementaridade entre Espanha e Portugal mostra que os aumentos do salário mínimo no período foram respetivamente de € 410 e € 233; o que evidencia o alargamento das diferenças socio-económicas entre os dois países ibéricos.

É notória, na comparação entre Espanha e Portugal, que em Espanha o salário mínimo aumenta € 410 no espaço de sete anos, contra € 233 em Portugal, no mesmo período; algo que se reflete claramente na demografia dos dois países e que mantém, para Portugal, a medalha do país mais pobre da Europa Ocidental.

Essas diferenças têm vindo a aumentar, acentuando a periferização de Portugal, no contexto ibérico e europeu. Isso é visível no capítulo dos graus de instrução, na demografia, como se pode observar aqui;

Estrutura e evolução dos vários níveis de habilitações na UE (2011/20)

             https://grazia-tanta.blogspot.com/2021/09/estrutura-e-evolucao-dos-varios-niveis.html

  • As desigualdades provenientes da demografia na UE

             http://grazia-tanta.blogspot.com/2022/05/as-desigualdades-provenientes-da.html

  • A decrepitude periférica

             https://grazia-tanta.blogspot.com/2021/08/a-decrepitude-periferica.html

  • Desigualdades na dinâmica demográfica na Península Ibérica (1990/2019)

https://grazia-tanta.blogspot.com/2020/07/desigualdades-na-dinamica-demografica.html

O gráfico que se segue evidencia as grandes diferenças entre os rendimentos salariais dos europeus, mesmo incluindo os EUA que são apenas um gendarme encastrado no espaço europeu e a Turquia que tem uma proximidade com a Europa, onde se inclui uma parcela do seu território.   


Sinteticamente, evidencia-se a seguir o quadro europeu das desigualdades salariais, considerando cinco escalões de salários mínimos mensais, para 2022:

1 – Indicadores acima de € 1500, por ordem de grandezas – Luxemburgo, Bélgica, Irlanda, Países-Baixos, Alemanha e França;

2 – Indicadores entre € 1000 e € 1500 – Espanha e Eslovénia;

3 – Indicadores entre € 750 e € 1000 – Grécia, Portugal e Malta;

4 – Indicadores entre € 500 e € 750 – Lituânia, Rep. Checa, Estónia, Eslováquia, Polónia, Croácia, Montenegro, Roménia, Hungria, Letónia;

5 – Indicadores abaixo de € 500 – Sérvia, Bulgária e Albânia.

 

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