segunda-feira, 23 de maio de 2022

As desigualdades provenientes da demografia na UE

Os últimos 26 anos (1995/2021) mostram as enormes desigualdades da dinâmica demográfica na Europa comunitária. Essas desigualdades mostram o natural fracasso das políticas de igualização na vida e no bem-estar dos europeus e das políticas ditas de coesão social, por parte das oligarquias partidárias no poder, fiéis respeitadoras dos interesses do capital, mormente de perfil financeiro.

Essas desigualdades, perante a atonia do que se chama “esquerda” e, a miscigenação cultural das sociedades atuais favorecem narrativas racistas e fascistas, deixando para o esquecimento os atentados de origem jihadista, dominantes até há poucos anos. Os grupos fascistas e racistas são um produto interno na UE e nos EUA, com um sedimento próprio e, bem integrado no sistema político da Ucrânia, como se vem a assistir.

Neste documento, são consideradas apenas as situações e as dinâmicas demográficas no contexto da UE.

No primeiro período considerado (1995/2010), destaca-se o enorme crescimento demográfico da Espanha[1], seguindo-se-lhe a França com mais 356 mil habitantes e a Itália com um acréscimo de 156000 pessoas. A crise financeira que desabou sobre os povos veio a acentuar as desigualdades que, naturalmente, conduziram a movimentos de emigração, da constituição de bolsas de pessoas vindas de áreas periféricas da Europa (Leste, Balcãs e Portugal), como da Ásia, da África, da América Latina, com o caudal de xenofobias e racismos, de grupos fascistas, mais ou menos explícitos, como o Chega português, o Vox espanhol, o AfD alemão, a consagrada LePen e outras pestíferas entidades; … cujas diferenças face aos grupos tradicionais de recorte democrata-cristão, liberal ou social-democrata são, verdadeiros infinitésimos.

No período seguinte (2010/2021), o acréscimo populacional espanhol é muito inferior ao observado no período anterior (83000 pessoas por ano); e, os maiores volumes de crescimento demográfico registam-se em França (273 mil, inferior ao período anterior), na Alemanha (123 mil muito acima dos parcos 18 mil anuais registados em 2010), seguidos da Suécia (94 mil), da Espanha, dos Países Baixos e outros.

São onze os países com evolução demográfica positiva e crescente, entre os períodos considerados; para além dos atrás referidos, salientamos a Bélgica, a Áustria, a Dinamarca e a Rep. Checa. Quanto aos casos de redução dos excedentes populacionais entre os dois períodos, salientamos, pelo seu volume, a Espanha, a Itália, a França e, numa escala menor, a Irlanda.

Entre os países com saldos demográficos negativos nos dois períodos - potenciais fornecedores de mão-de-obra barata para terceiros[2] - sublinhem-se, pela sua dimensão, a Roménia e a Bulgária, para além da Croácia, da Hungria, da Letónia, da Lituânia e da Polónia. Em onze anos, aqueles países perderam quase três milhões de habitantes, um terço dos quais na Roménia e na Bulgária; isto é, nos dois últimos países, mais de 10% da sua população conjunta, em 2010 (cerca de 27 milhões).

É bem evidente que a pujança económica da UE tem um centro tradicional, da França à Escandinávia, incluindo a Irlanda e, ligado, a zonas intermédias de desenvolvimento capitalista, como Espanha e Itália, por exemplo. Tudo o mais constitui um leque de bolsas de recrutamento de mão-de-obra barata (in situ ou emigrada), num contexto de acirrada concorrência com gente do Próximo e Médio Oriente, de África ou, da América Latina, zonas acossadas pela desestruturação económica e social, pelos conflitos armados, próprios das zonas periféricas do capital global; pelo saque e a brutalidade dos governos, mesmo que se demonstrem como democratas, lá porque realizam eleições. Estamos longe, portanto, das intenções de homogeneização, desenvolvimento regional integrado, de bem-estar, definidas oficialmente por todos os gangs partidários, de burocratas incapazes que se vêm sucedendo nas instituições da UE. A atual e profunda subalternidade dos burocratas nacionais europeus face aos EUA, a aceitação canina das ações levadas a cabo por aquele país, apresentam elementos claros de uma postura colonial por parte dos EUA; estes, claramente mais afastados de uma forte influência no Oriente, aproveitam-se da fragilidade política dos burocratas europeus, gestores de populações tendencialmente envelhecidas e conservadoras.   

As reduções de população apenas no período 2010/21 registam-se em dois países; curiosamente dos mais atingidos pelas medidas das troikas – Grécia e Portugal que, naquele período terão perdido, respetivamente, 440000 e 250000 habitantes. No caso português, a redução populacional ocorre no seguimento da atuação de dois gangs de criminosos – PSD e PS – respetivamente dirigidos por dois vermes de nome Passos Coelho e António Costa.

Como se pode observar no gráfico seguinte, na comparação da evolução registada entre os dois períodos analisados, há várias situações:

 »  situações de crescimento populacional positivo e ascendente nos dois períodos:

Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Luxemburgo, Malta, Rep. Checa e Suécia;

»  situações de crescimento populacional positivo mas descendente entre os dois períodos:

Chipre, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Países Baixos  e UE

»  situações de decrescimento populacional, aliviado entre os dois períodos:

Bulgária, Estónia, Letónia, Polónia e Roménia

»  situações de decrescimento populacional, agravado entre os dois períodos:

Croácia, Hungria, Lituânia

» países com passagem direta de crescimento a decrescimento populacional, entre os dois períodos:

            Grécia e Portugal[3]

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Este e outros textos em;

http://grazia-tanta.blogspot.com/                               
https://pt.scribd.com/uploads
http://www.slideshare.net/durgarrai/documents


[1] Em 1990/2019 o volume de imigrantes registados em Espanha passou de 822 mil para 6,1 milhões, enquanto os autóctones cresceram apenas três milhões https://grazia-tanta.blogspot.com/2020/07/desigualdades-na-dinamica-demografica.html

[2] Sem que daí se possa inferir uma não chegada de imigrantes, vindos de África, da América Latina ou do sul da Ásia, destinados aos trabalhos mais duros e mais mal pagos, com menos acesso a direitos.

[3]  Com os nossos “agradecimentos” a Passos, a Costa e aos seus gangs de imbecis e malfeitores

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