Os países com grandes saldos positivos no comércio externo são a Alemanha, a China e a Rússia; os que acumulam grandes deficits são os EUA e o seu acólito Grã-Bretanha
As oligarquias financeiras, as classes políticas - regionais ou nacionais - e a competição comercial vão destruindo o planeta; perante a ausência e as dificuldades dos povos na superação do desastre anunciado. Talvez um dia a multidão dos humanos se liberte da estupidez nacionalista, do torniquete capitalista, se canse das corruptas classes políticas e saiba como coexistir sem preocupações com o PIB, a dívida, as fronteiras e a competição, sem forças armadas e seus arsenais. Convirá é que isso aconteça antes do planeta entrar em decadência irreversível e que o capitalismo, direta ou indiretamente, deite tudo a perder.
Os saldos comerciais
Procedemos a uma recolha para cinco anos de dados (2016/21) sobre o comércio externo de mercadorias, da maioria dos países europeus e ainda da China, da Rússia e dos EUA. Assim, para cada um dos países identificados, apurámos os principais parceiros na exportação e na importação, com o apuramento de deficits e superavits.
Os países com excedente comercial médio (milhões de dólares) nos seis anos do período (2016/21) são os seguintes, incluindo-se também no quadro, o excedente médio por ano e habitante. Os valores por habitante são baixos mas, quando multiplicados pelo volume da população, sobressai uma quantia enorme de dinheiro que, naturalmente, será gerido por capitalistas e pelas classes políticas, gestoras do aparelho de Estado, manipuladores da legislação e, sempre atentos para subtrair mais um pouco dos bolsos da população. É evidente que um excedente resultante de uma atividade assente na produção material tem um significado muito superior do que um outro onde, na contabilização do PIB, domine a produção de serviços e as habilidades do sector financeiro na criação de “valor”.
País |
Superavit anual médio (2016/21) (M $) |
$/hab |
País |
Superavit anual médio (2016/21) (M $) |
$/hab |
Alemanha |
248.2 |
3.0 |
Itália |
58.3 |
1.0 |
Bélgica |
21.1 |
1.8 |
Países Baixos |
65.5 |
3.9 |
China |
478.8 |
0.3 |
Rep. Checa |
19.1 |
1.7 |
Dinamarca |
8.8 |
1.5 |
Rússia |
154.6 |
1.1 |
Hungria |
6.7 |
0.7 |
Suíça |
36.0 |
4.0 |
Irlanda |
61.8 |
12.4 |
Total |
1159.0 |
0.6 |
Nos países atrás considerados e, quanto aos excedentes comerciais, sobressaem a China e a Alemanha, logo seguidos pela Rússia que, em conjunto, representam cerca de 2/3 do total do excedente relativo ao conjunto dos países destacados. Em termos de superavit anual por habitante, o país que mais se destaca é a Irlanda com $ 12.4, surgindo com um valor aparentemente irrisório, o indicador relativo à China… $ 0.3 por habitante.
O cálculo para os países com um regular deficit comercial, em todos os anos do período (2016/21) mostra uma grande diferença face aos países elencados atrás e, evidencia ainda, no quadro seguinte, quanto cabe anualmente, em média, a cada habitante.
País |
Deficit anual médio (2016/21) (M $) |
$/hab |
País |
Deficit anual médio (2016/21) (M $) |
$/hab |
Bulgária |
-3.7 |
-0.5 |
Grã-Bretanha |
-214.9 |
-19,0 |
Chipre |
-5.7 |
-4.7 |
Grécia |
-23.5 |
-2.3 |
Croácia |
-10.0 |
-2.5 |
Letónia |
-2.9 |
-1.5 |
Espanha |
-30.7 |
-0.7 |
Lituânia |
-2.3 |
-0.8 |
EUA |
-947.6 |
-2.9 |
Malta |
-3.4 |
-8.5 |
Estónia |
-1,7 |
-1.3 |
Portugal |
-18.7 |
-1.9 |
Finlândia |
-2.9 |
-0.5 |
Roménia |
-19.0 |
-1,0 |
França |
-94.1 |
-1.4 |
Total |
-1381.1 |
-2.4 |
(CONTINUA)
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