Quem vem aceitando as faturas? Os governos
Quem as paga? O povo mais pobre da Europa ocidental
Diz
Centeno que "O Novo Banco foi a mais desastrosa resolução bancária alguma
vez feita na Europa"; e, se pensarmos nos seus protagonistas – Passos,
Maria Luís e Carlos Costa – o último que ainda por aí continua como governador
do BdP - deve ter muita razão. Ainda recordamos o gaguejar de Carlos Costa a
explicar o mecanismo do Fundo de Resolução que, porventura lhe teria sido
ditado, pouco antes pelo Draghi.
Em
agosto de 2014 foi publicado neste blog um texto de abordagem do calamitoso
programa de apoio do Estado aos bancos falidos, mais concretamente do BES;
E,
na concentração de protesto convocada contra essa situação no dia 9/8/2014
junto da sede do BES, não estiveram presentes os papagaios que agora barafustam
contra o governo; pelo contrário. Na sua ignorância, demência ou imbecilidade,
clamavam pela … nacionalização do BES… Ora, nacionalizar massa falida é sempre
algo que os capitalistas muito gostam…
Entretanto,
a muito custo, o “Banco Bom” foi entregue (mais ninguém o quereria) a um fundo
abutre (Lone Star), em 2017 num contrato leonino em que o erário público/fundo
de resolução continua a prestar assistência financeira ao banco. Em 2014/16 o
“Banco Bom” somou cerca de € 2300 M de prejuízos e, a entrada da Lone Star,
materializou-se numa entrada de € 750, para materializar ao sua parcela de 75%
no capital social da instituição. A que se seguirão € 250 M até finais de 2017.
Claro que tudo isto foi monitorado pela Comissão Europeia.
Porém,
nos anos que se seguiram 2017/19 os prejuízos aumentaram substancialmente –
cerca de € 4850 M. E a festa está longe de ter acabado; melhor. Só acaba quando
a Lone Star se for embora com o bornal cheio; o seu negócio – como de todos os
fundos abutre - não é a banca mas a concretização de desestruturações com venda
ou apropriação das partes boas, deixando para trás, ao que lhes não interessa –
crédito malparado, trabalhadores e um good
bye ao Fundo de Resolução.
Em
2008, o BPN onde estava aquartelado o gang de Cavaco Silva, embora pesasse
muito pouco no conjunto do sistema bancário português foi nacionalizado por uma
dupla pouco recomendável (Sócrates/Teixeira dos Santos). Manifestámos então o
nosso desacordo, aqui:
Os
imprestáveis do negócio da nacionalização do BPN renderam mais de 3000 M de
prejuízos a um “veículo” estatal chamado Parvaloren que, como o nome indica, foi algo de parvo
para quem tem o dever de zelar contas públicas. E foi o mesmo Estado (Passos
Coelho) que vendeu (por € 40 M) uns salvados do BPN a uma figura de imaculada
capitalista, como Isabel dos Santos, que indicou para seu homem de mão um tal
Mira Amaral, do PSD.
Nesta
suja ligação entre Estado e classe política ressalta a fragilidade do sistema
financeiro, a grande relevância que os capitais espanhóis vão tendo no
conjunto, reveladora da integração de Portugal como mais uma região do estado
espanhol. E a subserviência é particularmente visível nos beija-mão de Costa e
Marcelo ao Bourbón, a propósito de questão catalã, sobre a qual teria sido da
mais elementar prudência, não se meterem em assuntos internos do país vizinho.
O
enredo entre Costa e Centeno com Marcelo pelo caminho é uma cara distração em
tempos de coronavírus
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