A ideologia do capital insere-se de tal modo na
cabeça dos indivíduos que transforma qualquer hilota num zelota e por isso, sem
a consciência de que se transforma num idiota.
Sumário
1 - Aspetos elementares da estratificação social
2 – A habilidade tática do capitalismo
3 - O Homem fragmentado
+++++ --- +++++
É bem patente para todos, como no âmbito das ciências
sociais, que as sociedades dividem as pessoas consoante o seu papel no processo
produtivo e, tendo isso como base, em múltiplas outras formas relacionadas com
as suas funções reais no enquadramento da própria reprodução social e ainda, de
acordo com aspetos circunstanciais validados pelos Estados ou pela cultura
dominante. Assim à divisão clássica e basilar em classes, segmentos, camadas
sociais e castas devem ainda considerar-se fatores que dividem as pessoas de
acordo com a chamada raça, a religião, a origem geográfica, o sexo, a
orientação sexual… Trata-se aqui dos homens como seres sociais, ainda que
estratificados hierarquicamente.
A complexidade e a maior densidade das relações
económicas e sociais de hoje, aliada às necessidades de controlo das pessoas
por parte dos Estados, encarregados da incorporação do pensamento dominante nas
mentes, exige a adopção de atitudes diversas por parte do sistema
político-económico relativamente a cada um de nós; já não como entes unos mas,
em função dos diferentes ângulos com que aquele sistema olha para cada
indivíduo, com atitudes diferentes, correlacionadas com esses olhares. Trata-se
aqui, do modo fragmentado como o poder encara cada pessoa.
1 - Aspetos elementares da estratificação social
Todos sabemos, por experiência própria, que os mais
pobres e mesmo as chamadas classes médias não são, por definição, grandes
investidores. São-lhes apontadas, a falta de vocação, a preguiça, a falta de
espírito empresarial ou de inserção nos mercados globais, nunca conseguirem
juntar as poupanças necessárias para enriquecer, como nas fábulas sobre os
milionários norte-americanos ou do luso exemplo do senhor Godinho, topo de gama
da tecnologia da sucata. E sem lautas poupanças, sem uma acumulação primitiva
(por herança ou roubo) não se corrompem mandarins, mesmo com cursos de
empreendorismo.
Na realidade e mais diretamente, pretende-se que o
papel dos pobres, numa adaptação das teses de Hobbes, seja o de trabalhar para
os senhores do capital, obedecendo para sobreviver o melhor que lhes seja
concedido; e sem fazer ondas.
Uma das inovações sociais e jurídicas do capitalismo
foi o de subordinar os trabalhadores em geral, os desapossados, não através de
vínculos jurídicos de posse física do indivíduo (não somente da força de
trabalho) e de obediência pessoal mas, através do mercado.
Esse mercado que se diz livre reproduz, de facto,
também uma relação desigual. De um lado, estão os possuidores dos meios de
produção, os capitalistas - também denominados por “empregadores” em novilíngua
- com o livre direito de escolher quem, como e por quanto tempo entenderem os
poderá servir, para extrair valor e rendimento; e, do outro lado, está o
potencial trabalhador, atomizado, cuja única liberdade é a da aceitação do
capitalista que lhe pague, no mínimo, para evitar a fome, ter um teto e o
estritamente necessário para a prestação do trabalho, enquanto não for
considerado desperdício, a desaparecer tão depressa quanto possível.
Essa liberdade, consta aliás em todas as constituições
como “direito ao trabalho”. A Constituição Portuguesa reza taxativamente que
“todos têm direito ao trabalho” (artº 58 nº 1) texto que abre um longo rol de
direitos acessórios, bem como obrigações estatais para assegurar o exercício
daquele direito fundamental. Se estavam desempregados em novembro último, pelo
menos 900000 pessoas (16.3% do potencial total), o mínimo que se pode dizer é
que, nas mãos do partido-estado, aquela disposição é uma farsa.
O exercício daquele direito não é uma opção mas, uma
escolha de outrém, o “empregador”; para a esmagadora maioria dos seres,
trabalhar é uma necessidade absoluta, uma obrigação a que não podem furtar-se.
Como se isso não bastasse, um desempregado que não consiga lhe dêem trabalho, é
criminalizado pelo poder, eventualmente condenado a trabalho social para
combater qualquer propensão à mândria e obrigado a uma humilhante comparência
regular junto de funcionários do Centro de Emprego; um género de termo de
identidade e residência instituído para os arguidos de crime.
Na lógica do trabalho forçado adaptado ao século XXI,
o sistema capitalista não se compromete minimamente em garantir ao trabalhador
a dignidade de lhe ser reconhecido o seu incontornável contributo para a
riqueza social, relegando-o à categoria técnica de recurso; que se utiliza ou
não, como uma ferramenta ou uma matéria-prima.
Porém, embora não sendo vocacionalmente investidora, a
grande maioria da população deverá contribuir, através da carga fiscal para o
esforço investidor de que a sociedade tanto precisa; isto é, para a capacidade
investidora que o Estado delegará nos capitalistas, através de encomendas,
contratos, monopólios, rendas e prebendas.
Neste campo, o esforço fiscal dos pobres e remediados
é apresentado como acto cívico, patriótico mas, através da transformação
estatal, é materializado em bens e serviços que só no papel são públicos. É o
papel distribuidor do Estado a favor dos capitalistas e não aquele definido nos
manuais de economia, de redistribuidor da riqueza. Atualmente, o diretor da
Autoridade Tributária - outro ente da tribo dos sonolentos como Gaspar - até
manda emails para obter a nossa colaboração na redução da evasão fiscal de tascas,
eletricistas e canalizadores, grandes malandros merecedores das punições de que
banqueiros, rentistas e “empresários” ficam isentos dada a sua nobre função de
investidores, criadores de empresas, riqueza e postos de trabalho! Aliás,
Ricardo Salgado, com tantas preocupações que tem com o investimento e a criação
de emprego até se esqueceu de declarar ao Fisco uns quaisquer € 8.5 M[1].
O Estado delega no mercado a função investidora, a
condução da atividade económica, fornecendo os incentivos, os dispositivos e a
regulação necessária para a venda de bens e serviços, outrora da
responsabilidade pública, cabendo a cada indivíduo das camadas populares proceder
a escolhas, como dizem; aliás, o mercado é o ambiente em que se observam as
possibilidades de escolha, não?
Se um indivíduo para assegurar a prestação de serviços
essenciais como a segurança social, a saúde ou a educação tiver o rendimento
suficiente para se servir da oferta disponível no mercado, procederá às
escolhas adequadas, através de formas diversas de contratação e cativação de
parte dos seus proventos. Tratará, para garantir uma pensão de velhice ou
invalidez, de entregar uma parcela do seu salário a uma seguradora ou um fundo
de pensões, rezando para que esses não sejam devorados numa próxima crise
financeira ou tragados num acto desastrado de um “hedge fund”. Terá também de
proceder a um contrato de seguro de saúde para si e a sua excelentíssima
família, escolhendo uma contraparte que lhe permita tratar dos seus problemas
de saúde até ao montante estipulado, em função do capital seguro e do prémio
anual pago, dentro das mais transparentes regras do mercado. Se uma maleita
ultrapassar os limites do contrato, o indivíduo terá de se desenrascar, pois
nenhuma solidariedade social estará ao seu alcance; e é por isso que nos EUA,
havendo dezenas de milhões de pessoas sem cartão de seguro, Obama fez um
contrato com as seguradoras para atender àquela gente, com chorudos pagamentos
do Estado ao sistema financeiro, como contrapartida para calar a oposição e os
lobbies. O mesmo indivíduo poderá mesmo decidir colocar os filhos (se essa
figura continuar a ter uma expressão corrente, dada a baixa da natalidade) numa
escola privada já que as públicas, mal dimensionadas, mal equipadas e com
turmas enormes não estarão vocacionadas para facilitar o sucesso dos alunos.
Este cenário é o alvo dos researchers e dos seus mandantes, sabendo todos que no mesmo não
caberá parte substancial da população, para mais, em estado adiantado de
empobrecimento. Relativamente a 2010, a Autoridade Tributária refere que entre
os agregados com rendimentos (de
trabalho ou pensões) declarados – 3.3 M - 80.7% apresentam-nos inferiores a €
40000 anuais. Por seu turno, entre os 1.4 M de agregados com rendimentos que
total ou parcialmente incluem outras origens de rendimento (mormente trabalho a
recibo verde, real ou falso) a parcela daqueles que declaram menos que os
referidos € 40000 anuais é de 82.9%. Sabendo que entretanto decorreram os
negros anos de 2011 e 2012 e o arrasador 2013 está em curso, a margem para o
estabelecimento de regras de mercado para a prestação de serviços (ainda
essencialmente públicos) é bastante escassa.
O capital financeiro ao apropriar-se do aparelho do
Estado visa a monitoragem desta situação, sabendo que o mercado puro e duro,
como ponto exclusivo das relações sociais, não é a solução única de negócio e o
capital financeiro preferirá beneficiar do sistema actual de drenagem constante
de meios financeiros públicos, previamente obtidos através da via fiscal e
ainda, da utilização da instância política para a redução de salários diretos
ou indiretos.
Essa drenagem processa-se pela canalização desses
fundos públicos através da tradicional contratação de empreitadas, parcerias,
rendas ou outras formas de acumulação privada, por via das verbas pagas pelo
Estado por prestações delegadas em fornecedores privados de serviços;
contratações essas que a mais elementar observação sob critérios de
racionalidade económica aconselhariam a ser objeto de exploração direta, soando
o caso do SNS como o mais escandaloso exemplo. O mandarinato representa neste
jogo um papel subalterno mas, de um mediatismo evidente; e, porque esse
mediatismo desgasta a sua imagem, o capital financeiro atribui um curto prazo
de validade aos naipes de mandarins que se sucedem nos palcos televisivo e
eleitoral. A regra é a velha receita da mudança das moscas mantendo inalterada
a merda.
No âmbito dessa apropriação do aparelho de Estado, o
capital financeiro vai também gerindo a situação social, a dimensão do
desperdício social, incluindo aí, nessa crua designação, desempregados,
beneficiários do RSI e a grande maioria dos reformados, incluindo ainda, todos
quantos não contam nas estatísticas oficiais e que vivem em condições de grande
pobreza e de elementares carências. Nesse vasto leque de pessoas, estão todos
aqueles que não sendo portadores de capacidade de trabalho – por razões
próprias (idade, deficiência, falta de qualificação) ou porque não são, de
todo, necessários para a reprodução do capital, na actual fase da
financiarização.
Como a grande maioria desses vários milhões de pessoas
não tem poder de compra para recorrer aos serviços privados, mormente no âmbito
da saúde, não são objeto do marketing do sistema financeiro e das suas empresas
especializadas. Muitos não poderão recorrer ao serviço público direto ou,
desempenhado por entes privados pagos com fundos públicos, através do SNS, da
ADSE e outros. Para esses há dois caminhos possíveis – ausência de qualquer
sistema de saúde ou o recurso a fórmulas caritativas promovidas pela ICAR com
financiamentos públicos, protagonizadas por sensibilidades embotadas como a da
Jonet, com distribuição de géneros alimentícios ou medicamentos em fim de prazo
de validade, restos de restaurantes e um regresso à sopa dos pobres, numa
revisitação aos piores tempos do salazarismo.
Muitos ainda se poderão inserir marginalmente no
mercado oferecendo “trabalho voluntário” em troca de subsídios magnanimamente
concedidos pelo Estado.
Esse trabalho voluntário tem para o sistema várias
vantagens. “Rendabiliza” o subsídio que, comportando uma contrapartida laboral,
passa à categoria de trabalho. Esse valor monetário, porque é designado por
subsídio, tem naturalmente um valor inferior a um trabalho formal. Não onera o
“empregador” com encargos para a Segurança Social. O despedimento não é figura
que se aplique à figura híbrida de um subsidiado que trabalha, sendo a sua
dispensa, automática, com o fim do subsídio ou por qualquer outra anomalia. A
mobilidade que tanto mortifica os mandarins de serviço na função pública tem,
neste contexto, uma acuidade bem inferior. E, uma vez que esta bolsa de
subsidiados que trabalham existe, maior é a pressão para que os desempregados
aceitem um salário baixo, para se tornarem competitivos com os subsidiados.
Afinal, estamos numa economia de mercado, não?
Para quantos desempregados possam emigrar – num
programa de rádio que conhecemos os emigrantes lusos são sempre casos de
sucesso (!) – o sistema agradece,
permitindo a continuidade do subsídio de desemprego, fora das fronteiras,
esperando que as remessas dos emigrantes ajudem a equilibrar a balança de
pagamentos. Tal como no tempo do fascismo… Resta saber se esta escapatória que
alija o país de pessoas e promove as entradas de remessas vai ter uma grande
continuidade, em linha com a anemia da Alemanha.
No fundo do fundo sobra a esmagadora maioria dos
reformados, com pensões de inferiores a € 400 mensais, com problemas crónicos
de saúde, necessidades permanentes de medicação e cuidados médicos, recursos
que se não compram nos meses em que acaba a bilha do gás; aqueles que têm de
repartir essas pequenas fortunas com apoios a filhos e netos tocados pelo
desemprego; e a quem o partido-estado, benevolamente concedeu quatro canais de
televisão TDT (quarenta em Espanha) para poderem apodrecer os miolos,
distraídos das dores da vida. É preciso referir ainda os desempregados com
40/50 anos, sem qualificações adequadas aos tempos de hoje, compelidos a
envelhecer depressa para passarem à situação de reformados, num caminho que se
pretende conduza rapidamente para a morte. E os mais jovens que, taciturnos,
preenchem as filas diárias à porta dos centros de emprego, sem descambarem na
marginalidade, nem na revolta.
Estes últimos são as vítimas do genocídio silencioso.
Primeiro porque na sua desesperança sofrem e choram em silêncio, sem as visitas
de mandarins cheirosos e bem vestidos. Segundo, porque os media preferem o beautiful people da política ou do
futebol e passam ao largo sem os verem, em seus carros de vidros fumados.
2 – A habilidade tática do capitalismo
Qualquer candidato a economista, ou mesmo à subespécie
dos economicistas, sabe que efetuada uma análise custo-benefício, um resultado
negativo na avaliação de um projeto representa o seu abandono. Desse ponto de
vista, aplicado a cada pessoa, sobressai, após a longa descrição efetuada, uma
divisão da multidão em vários segmentos, de acordo com a rendabilidade
capitalista;
·
os indivíduos que são rentáveis para o capital, que
desempenham funções úteis para a reprodução do capital, quer diretamente como
participantes do processo produtivo ou através da circulação das mercadorias e
dos capitais;
·
os indivíduos que, não desempenhando quaisquer funções
produtivas, são essenciais para a manutenção do sistema capitalista e das suas
estruturas políticas, como o mandarinato, o aparelho repressivo, o aparelho
ideológico e as estirpes judiciais. São, no seu conjunto, um simples custo mas,
rentáveis do ponto de vista sistémico;
·
os indivíduos desnecessários ou excedentários para o
sistema mas que marginalmente permitem a viabilidade de sectores menos nobres
do empresariato, com menores taxas de lucro como, por exemplo, a “economia
social” ou os subsidiados com a obrigatoriedade de exercer “trabalho social”;
·
os excedentários tout
court para os quais o sistema reserva a emigração, as privações, o
encurtamento da vida, a desaparição;
Note-se que
nesta segmentação não se considera a elite capitalista, os senhores: os
gestores de topo, os milionários, os especuladores, os “shareholders”, os rentistas ou, de outro modo, os que controlam o
sistema financeiro, as multinacionais e a economia do crime. São os conhecidos 1% popularizados no Occupy
Wall Street, que se colocam acima da massa dos homo sapiens.
O capitalismo é um sistema que visa a concentração de
rendimentos num núcleo restrito de gente, que torna esse objetivo como o
elemento central da sua estratégia em termos temporais e geográficos.
Acessoriamente, também considera as necessidades da multidão; as reais e as artificiais,
estas, fomentadas como elementos de distração ideológica, de analgésico ou
ansiolítico para as pessoas, sem que essa produção se desvie da lógica
mercantil.
O capitalismo, embora naturalmente invasivo,
insinuando-se onde lhe convém e procurando, por princípio, transformar as
relações sociais em relações mercantis, sempre soube manter áreas fora da
esfera da mercadoria, por conveniência própria, sistémica. Por outro lado, o
capitalismo, como qualquer outro sistema económico, sempre soube estratificar e
dividir a multidão; e nisso evidencia as grandes qualidades e a criatividade
que só a necessidade de sobrevivência permitem gerar, mesmo que isso tenha de
desagradar ou sacrificar algum leque de capitalistas.
Por outro lado, o capitalismo não segue um modelo
teórico estrito como bula papal, sendo imensa a sua capacidade tática, tomando
medidas com um pragmatismo assinalável; o que o reveste de alguma
imprevisibilidade, com as inerentes dificuldades para quem se lhe opõe. Neste
contexto, tanto utiliza políticas neoliberais como promove o investimento
público, essa jóia da vulgata keynesiana. E, simultaneamente favorece a máscara
daqueles seus defensores que se apresentem como fervorosos adversários, só
porque se mostram zelosos da virtude keynesiana, como instrumento da glória do
povo. Do ponto de vista da sua praxis, a coerência formal do capitalismo é uma
treta; é aplicada uma lógica meramente utilitária.
Surge na cabeça a pergunta: qual a solução? A resposta
na ponta da língua é Revolução. Porém, sabe-se que antes da omelete é preciso
ter os ovos; e, antes destes, a galinha. Triste mesmo é que, em Portugal e na
Europa a galinha custe a inventar, havendo demais quem fique a olhar para os
abutres, sem os abater.
3 - O Homem fragmentado
Pelo que se disse nos parágrafos anteriores poderá
subentender-se que o capitalismo considera cada um de nós como uma entidade
única, como uma unidade, com a personalidade singular inerente a cada um dos
seres humanos. Poderá pensar-se que cada pessoa será um género de mónada una e
indivisível como se apresenta num cartão de cidadão. Nem sempre.
Na realidade não é assim, quer num mesmo tempo, quer
quando se procede a uma análise comparada de diversos momentos. Na realidade,
cada pessoa é considerada de modo fragmentado, de acordo com as funções em que
o capitalismo o integra, consoante o indivíduo é olhado através de um ponto de
vista estritamente económico, como ente político, como ser pensante ou como
dejeto a reciclar, mais lentamente num cemitério, ou diluindo-se num forno
crematório, só sobrando dele uma caixa de cinza e o registo fiscal.
Para esse efeito, cada pessoa está presente numa
grande diversidade de bases de dados, está parametrizada sob vários ângulos,
relevando-se uns aspetos aqui, outros acolá, sem prejuízo da sua agregação
formal através de um tal cartão de cidadão, de análises específicas de massas
de dados ou resultantes do cruzamento de elementos contidos em diversos
lugares, como há muito é mostrado nas séries policiescas apresentadas na tv ou,
presentes da fértil imaginação de Orwell.
A posse dessa informação por parte do Estado, o seu
livre manuseamento por consultores privados contratados, a venda de informação
e a sua utilização mafiosa, como no caso recente do super-espião Carvalho, revela
o controlo a que cada um de nós é submetido e todo o potencial de manipulação
que qualquer grupo político, económico, maçónico, mafioso ou outro, pode
efetuar.
Observemos, de seguida, os principais ângulos de
fragmentação dos indivíduos, de acordo com os interesses do capitalismo no seu
conjunto e de certos segmentos das suas estruturas económicas, políticas ou
ideológicas, em particular.
·
O consumidor é o indivíduo cortejado, olhado
através das potencialidades da sua bolsa ou dos cartões bancários que possua.
Tendo em conta a frequente utilização de supermercados, estes oferecem cartões
de crédito para compras com pagamento diferido, com direito a descontos e bónus
para obterem, não só uma fidelização do cliente que afaste a concorrência, como
também como modo de conhecer toda a estrutura dos seus gastos habituais, bem
como do seu agregado familiar, associados ao escalão etário, ao sexo, à
dimensão da família, à profissão, para além de tudo o que possam obter sem que
o saibamos, através de outras fontes. O consumidor é tratado com a devida
vénia, excepto nos serviços pós-venda, de reclamações, onde filas enormes,
obstáculos vários o tentam fazer desistir da queixa. Existe toda uma hierarquia
de locais de consumo e, dentro dessa hierarquia, uma grande variedade de áreas
que possam atrair grupos sociológicos ou psicológicos de consumidores. Além dos
banais supermercados, há lojas gourmet, lojas de vestuário made in China e
outras para roupas finas que utilizam os mandarins como cabides; como há
restaurantes e comedores onde a cara fica espelhada a um palmo do nariz,
durante a refeição; como há casinos e locais de slot machines.
Rico ou
pobre, o consumidor é um filão a explorar, a acenar com a satisfação de
necessidades óbvias ou outras, resultantes da adulação, da satisfação das
pequenas invejas, da ocupação com atividades mais ou menos culturais, como de
distrações idiotas ou bárbaras, onde os protagonistas se revelam nos seus mais
bestiais recalcamentos. O mercado é vasto, criativo, abrangente, insinuante,
melífluo e amoral.
· Colaborador é a designação do trabalhador, do assalariado, na novilíngua do
neoliberalismo. Deixou de ser trabalhador, assalariado, mão de obra, operário,
ou outro epíteto revelador do antagonismo face ao patrão, também ele metamorfoseado
em “empregador”; perdeu essas designações inconvenientes oriundas do marxismo,
do anarquismo, de toda a tradição das lutas anti-capitalistas. Estas
designações consubstanciam a intenção de aplanar as contradições sociais e
apontar o “empregador” como um caso bem sucedido de esforçado praticante de
empreendorismo, em contraponto com o “colaborador” que não investiu num curso
de empreendorismo, que é mandrião e portanto, objeto das contingências do
mercado, das necessidades de melhoria da produtividade de dotação da empresa de
maior competitividade… de onde resulta,
como se vê, criação de riqueza, mais emprego… como se não vê.
Curiosamente, em contraste com o caráter simpático, quase fraterno do
termo colaborador, posiciona-se a atitude distante, fria e arrogante do patrão
que despede mulheres porque engravidam ou apenas porque decidiram casar, que
abusa do horário de trabalho, que acumula salários em atraso, que não paga as
contribuições sociais, que retira direitos, pensando, em abstrato que o encolhimento
do mercado interno é mau para os negócios mas, que espera que essa preocupação
seja assumida pelos queridos colegas. A designação de colaborador é uma figura
que consta na literatura dos anúncios, nos documentos e no site da empresa, não deixando assim transparecer o seu caráter de
recurso descartável, com a forma de gente, como um insuflável, que se enche e
esvazia. O colaborador passa frequentemente à categoria de desempregado, de
despedido, resultado de reestruturação interna, enquanto não se transforma em
desperdício, como adiante se explicitará.
· O devedor é uma
possível consequência da situação de colaborador pois é o rendimento associado
àquela categoria que torna os bancos abertos à concessão de crédito. Quem não
for colaborador não obtém a colaboração dos bancos, por mais que justifique a
sua necessidade de crédito e mesmo que o seja…; a não ser que alguém,
possidente, se interponha, afiançando com o seu património.
Antes da
assinatura que confere alguém em devedor de um banco, a simpatia é o tom
dominante, as facilidades mais que muitas, devendo entretanto o indivíduo
domiciliar o seu ordenado e fazer transitar pelo banco os seus encargos
rotineiros. Quase o obrigam a aceitar cartão de crédito, com designações
grandiosas como “gold”, “dourado”, “platina, “premium” para untar o ego do
cliente e convencê-lo da sua excepcional importância para a instituição, para
que ele possa antecipar a disponibilidade do ordenado vencível no final do mês.
Nessa fase, o candidato sente, provavelmente, o contraste do banco que o trata
com lisura e o patrão que o considera uma besta.
Até tempos
recentes, os bancos ofereciam crédito para casas, carros, viagens, mobiliário,
computadores, tudo o que permitisse uma ancoragem do rendimento de qualquer
incauto “subprime” ao pagamento de
prestações ao banco. E este ficaria feliz por ter durante várias décadas um
rendimento garantido, uma hipoteca e um seguro a seu favor, pagos pelo devedor,
naturalmente e apesar de tudo, contente pelo acesso à propriedade e à
gratificante situação de pagante de IMI à mafia autárquica.
Hoje não é
devedor quem quer mas, sobretudo quem não quer. A incapacidade de pagar a
prestação da casa já não traz a felicidade da propriedade mas, a preocupação e
a angústia de como se livrar dela, sem resquícios de dívida por vários anos.
Sobra dívida para além da vida, destruída.
·
O acesso à gloriosa categoria de contribuinte
assume-se à nascença; a primeira fralda é portajada com IVA e isso é apenas um
suave e inconsciente começo da vida contributiva. O célebre NIF é, o pivot que
irá acompanhar a vida de cada um e passará, por tempo variável, a onerar as
vidas de filhos ou herdeiros do defunto. A sombra extingue-se com a morte mas,
o NIF não. Por detrás do NIF está sempre o Big Brother, com o focinho
olheirento do Gaspar, a beiça porcina do Teixeira dos Santos ou o facies de qualquer outro abutre de
triste memória.
No seu papel patriótico de
contribuinte, o indivíduo irá contribuir para que o Estado possa distribuir…
bem-estar. Para certa gente analfabeta que se diz de esquerda, o pagamento dos
impostos é uma mudança do bolso das calças para o bolso do casaco pois o
“Estado somos todos nós”. Nestas páginas pode-se encontrar o endereço
eletrónico onde esperamos cheguem generosas ofertas para compra da nossa parte
no tal Estado; em sinal de boa vontade incluiremos o NIF no recibo da
transação, como quer o Gaspar. Para o analfabeto comum temos de arcar com
impostos para os governos entregarem o pecúlio ao capital financeiro porque não
“queremos“ ser… caloteiros. Este sentimento sentido e consentido e estúpido de
pertença a uma entidade criminosa deixa-nos tocados pela … comoção.
O contribuinte, mesmo o patriota, é
sempre olhado com desconfiança pelo Estado se tiver um baixo rendimento ou, com
respeito e complacência se for “empresário” ou mandarim. A suspeita de se ser
um malandro é inversamente proporcional ao volume dos rendimentos; procura-se
com mais afinco algum beneficiário de RSI com €25000 no banco do que os
titulares das 123 tecnológicas empresas de trabalho temporário devedoras de €
115 M[2]
à Segurança Social. Opções reveladoras de quem, efetivamente, poderá dizer, com
propriedade, que “Estado somos todos nós”.
A ideologia do capital insere-se de
tal modo na cabeça dos indivíduos que transforma qualquer hilota num zelota e
por isso, sem a consciência de que se transforma num idiota.
Depois do IVA da primeira fralda
muitos mais se seguirão. O IRS, o ISP, o ISV, o IMI, o IMT, o IA, o IS, o IT, o
IABA e toda uma enorme variedade de outros impostos, contribuições, multas,
taxas, coimas, juros. Sem contar com as mais recentes inovações sob a forma de
cortes e do novo imposto designado por CES – contribuição especial de
solidariedade - que parece uma versão moderna da contribuição complementar que
se finou em 1989 mas, com uma aplicação vocacionada para as vítimas do
genocídio. Uma leitura da Conta do Estado permitirá a decifração daqueles
acrónimos, detalhar os restantes, sem contar com as habilidades criativas de
autarcas, autarquinhas e autarquetas para proceder ao saque local. Toda essa
panóplia terá, invariavelmente, a figura tutelar de um ente do partido-estado,
PS/PSD.
A questão essencial é ser fácil para
um contribuinte perceber o benefício do constante rombo no seu rendimento, a
perseguição que os órgãos do Estado lhe movem para exercer a punção fiscal. A
saúde está em vias de privatização indireta, as escolas seguem o mesmo caminho,
as estradas em bom estado foram arrendadas a privados e o seu pagamento é como
um imposto indireto, a habitação é objeto de fornecimento mercantil, etc. O que
claramente é pago pelos impostos são as funções repressivas, a confraria da
toga e o mandarinato, não sobrando muitas dúvidas sobre a sua inutilidade ou
inconveniência para a multidão, que assiste ao polvilhar dos espaços públicos
com seguranças privados, tribunais que tudo empastelam e uma classe política
onde predominam ladrões e idiotas.
· No mau espectáculo que é a democracia de mercado, a
cada um de nós é oferecida a qualidade de eleitor, devidamente numerado,
ficando para jusante a falsificação democrática, entregue ao afunilamento
partidário e ao marketing eleitoral. Sintomaticamente, até para a constituição
de um vulgar acervo das pessoas com capacidade eleitoral, o partido-estado
português mostra o seu desprezo pela democracia, mantendo esse cadastro numa
situação calamitosa de desatualização, através da figura inovadora dos “eleitores
fantasmas! Pouco importa, porque isso em nada obsta a que os eleitos trepem ao
altar do poder e os partidos aos dinheiros dos impostos.
Salazar não
usava essas técnicas modernas - partidos
e marketing - pois considerava os portugueses impreparados para viver em
democracia, uns rústicos pré-modernos. Preferia reservar a qualidade de eleitor
a uma escassa minoria, poupando em cadernos eleitorais, fazendo jus à sua
sovinice. O partido-estado herdou esse mesmo desprezo pelas pessoas e pela
democracia, imanente ao fascismo e procede a um avanço tecnológico.
Cinicamente, o partido-estado, torna o recenseamento eleitoral uma imagem da
mulher de César que se diz não tem de ser séria mas parecer que o é; Salazar,
tradicionalista, não a deixaria sequer sair à rua.
A visão das
pessoas como eleitores não se manifesta todos os dias, é cíclica. Esparsamente
torna-se mesmo dominante e os eleitores são beijados nas feiras, fotografados
na rua ao lado dos mandarins, bombardeados com promessas e argumentos
rapidamente esquecidos; nomeadamente porque todos sabem que pouco há para
reter, dada a catadupa de imbecilidades e mentiras. E até é da tradição, uma
baça figura investida como presidente da cleptocrática república vir a apelar
ao embuste eleitoral, chamando-lhe cumprimento do dever cívico. Esses momentos
de vibração folclórica chamam-se campanhas eleitorais e fora desses momentos de
exaltação, o eleitor não existe; o eleitor é despojado dessa categoria no
preciso dia – em regra, um domingo – em que acaba o carnaval eleitoral.
Toda essa
encenação teatral tem por objetivo a escolha de um grupo de mandarins,
vulgarmente denominados partidos, através de uma cruz que se coloca num papel
para a escolha do feliz contemplado entre o elenco dos concorrentes. Como num
casino, essa escolha favorece essencialmente quem explora o jogo e não quem
aposta.
O grupo de
mandarins que ganhar a adjudicação é certamente o mais convincente para as
pessoas, o que melhor embrulha as promessas ocas e as mentiras adocicadas por
detrás do focinho retocado do chefe. E ganhar, significa o acesso irrestrito ao
“pote”; o que compensa largamente o investimento em cosmética.
·
Fora dos tempos em que cada indivíduo desenvolve os
seus esforços como colaborador na engorda do capitalista, em que cogita sobre a
utilidade do imposto a pagar ou na escolha do gang de mandarins que definirá o
nível daquele imposto, como eleitor, o sistema decidiu tornar cada um de nós em
espectador.
O
espectáculo, bastas vezes pretende incentivar a atividade consumidora, a posse
de mercadorias, mas não só. Todo o espectáculo que rodeia cada pessoa está
montado para que todos os momentos sejam ocupados pelo consumo de elementos que
captem a atenção do incauto, sobretudo através da imagem e de um hedonismo primário.
A chegada a
casa do trabalho é seguida do tempo defronte das imagens de um écran. A escolha
é imensa. Se se pretender análise política lá estarão os comentadores ou os
“debates” entre amigos ou correligionários do partido-estado, com assuntos
circunstanciais ou exercícios de retórica fútil. Há programas do chamado
entretenimento, onde uma plateia aplaude o que quer que aconteça no palco. E há
canais de futebol, futebol e mais futebol quando não se vê a análise dos jogos
no seio das frívolas rivalidades clubísticas. Em Portugal, o tempo médio
defronte da televisão era, anos atrás dos mais elevados da Europa. Por seu
turno, o computador apresenta uma variedade grande de formas de ocupação do
tempo que, embora potencialmente mais criativa, tende a polarizar-se em jogos e
na tagarelice das redes sociais.
Ao fim de
semana, entre a ida ao supermercado e o passeio no centro comercial,
completa-se o ciclo de inserção no espaço da mercadoria e do seu insaciável
consumo.
O sistema
capitalista é invasivo e não se contentaria em deixar livres as pessoas depois
de um dia de trabalho; apropria-se dos seus tempos não dedicados à produção de
bens ou serviços, sabendo-se que nesta produção tem crescido substancialmente a
parte dedicada a conteúdos ideológicos, de aplanamento das capacidades
dedutivas, do desvio de atividades de protagonismo social ou político, de
geração do entorpecimento social. O capitalismo apossa-se do espaço-tempo,
reconstruindo-o, incessantemente; é um sistema biopolítico.
O mercado
oferece tudo, disponibiliza tudo, incluindo os soporíferos que facilitem a
perenidade do sistema de exploração e domínio. É um sistema completo que, como
uma ameba não precisa do outro para se reproduzir.
· Como qualquer elemento
necessário para a produção mercantil, o Homem tem um período de amadurecimento
como instrumento para a reprodução do capital, outro em que é francamente
produtivo e um terceiro no qual se aplica a teoria dos rendimentos
decrescentes, em que um acréscimo na idade corresponde a uma menor produtividade
para o sistema, na sua globalidade. O Homem torna-se desperdício.
Nessa
situação típica, o indivíduo, depois de ter trabalhado dezenas de anos vai para
a reforma e acha-se submetido aos cortes na pensão, nos cuidados médicos, aos
aumentos da eletricidade e do gás, com perda de qualidade de vida, sendo claro,
hoje, que o Estado e o seu patrono, o sistema financeiro procuram embaratecer a
sua manutenção, à custa da redução da sua longevidade. Quanto mais barata for a
manutenção do reformado maior é o valor retido na Segurança Social que fica à
disposição do sistema financeiro, dada a sua morte antecipada, poupando-se, de
permeio, nas verbas do SNS.
Menos típica
ainda que envolvendo centenas de milhar de pessoas é a dos desempregados
seniores ou dos mais jovens, com baixas qualificações tomados como inúteis por
um sistema produtivo que, de todo, não consegue criar riqueza e,
consequentemente, emprego. A solução da emigração que cinicamente é apontada
pelo governo, está longe de ser o encontro do eldorado pois a Europa não é a mesma dos anos 60 e, Angola… não é
um lugar paradisíaco. Também esses constituem um desperdício social para o
capital financeiro, que na sua lógica, deve ser sacudido e não pago.
Num contexto
de “excedente” de seres humanos, da existência de mais de um milhão de
desempregados, os trabalhadores ainda com utilização são objeto de reduções de
rendimentos, de direitos na doença, de acesso à reforma, de dificuldades no
acesso aos transportes públicos e na mobilidade, com reflexos notórios na
qualidade de vida, na natalidade e na longevidade.
E ainda se
deve referir o conjunto das pessoas mais pobres, com direito ao RSI cada vez
com um acesso mais estrito e de valor mais curto.
Globalmente,
pode calcular-se, para o caso português, o potencial de excedentes humanos que
o capital financeiro e os seus governos vão gerindo, silenciosamente, no
sentido da sua desaparição:
1000
Desempregados
|
706
|
Domésticos
|
433
|
Reformados
|
1594
|
Outros inativos
|
671
|
Fonte:
Anuário Estatístico 2011
Para além dos números acima referidos, quantas crianças com menos de 15
anos (1610 milhares) ou estudantes com idade superior àquela (796 milhares)
serão utilizáveis pelos poderes financeiros e políticos nacionais e globais?
Quantos terão, dentro de poucos anos, de rumar para a emigração, para lugares
cada vez mais remotos? Quantos se irão arrastar, sem futuro, passando a vida
entre trabalhos de paga miserável e biscates incertos e pontuais?
A natalidade, já muito reduzida, não compensa os óbitos verificados,
contribuindo assim para uma redução da população já que o volume dos residentes
estrangeiros tem estagnado, deixando de compensar o saldo fisiológico negativo.
Tendo em conta o enorme volume de habitações devolutas, o seu aumento
resultante dos despejos e dos aumentos do IMI, pode imaginar-se a concretização
do projeto governamental de atrair reformados do Norte da Europa, com indígenas
pouco qualificados a aparar relva de jardim e a tratar das limpezas domésticas.
Os novos mainatos.
Este
e outros textos em:
[1]
http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2998273&especial=Revistas+de+Imprensa&seccao=TV+e+MEDIA
é profundo demais o stactus-quo. eu enquanto seguidor de princípios próprios (assimilados e doutrinados)não discordo em nada do exposto,,,mas do que serve cantar para surdos ??a busca do apreço? a Assunção de que se intervém e o não efeito é culpa de quem não adere??ou que o grito tem que ser amplificado?bom seria que todos, mas todos mesmo...se juntassem num tasco qualquer para estabelecerem cumplicidades.e quando dai saíssem acções de combate que o inimigo temesse ,não seriam preciso mais sermões destes (tipo workshop)
ResponderEliminarnão podem surgir iluminados no meio dos atropelos pelo simples facto de iniciar de novo uma HIERARQUIA...hã que estar no terreno e fazer o que os professores não fazem há décadas...
desculpai o meu modo de intervir.hoje estive a testemunhar a favor dum ex. colega no tribunal de trabalho.homem esse que chegou a ser apelidado de GURO...pela forte intervenção sindical. mas porque saiu dos circuitos de interesses(por se ter despedido) só lá estávamos meia dúzia...do que valem doutrinas?ou que herança sobrou?se a busca do novo "GUIA"é a referencia de qualquer subscrição?????e quando qualquer REBOÇADO se apresenta para a manutenção duma economia que só mantém o dia seguinte é seguida...de nada vale este artigo que eu li! porque ninguém assimila,,,.para registos temos a torre do tombo...para vontades temos o OTELO e a ODETE SANTOS a representar peças teatrais com tempo de antena...QUANTOS AMIGOS PERDESTES VÓS?QUANTOS AMIGOS VÓS SOMARAM VIA INTERNET?
ResponderEliminarVer e Ler "Utopia e Realtà" e "Le Origini del Bene e del Male".
ResponderEliminarVer nos sites:
http://utopiaerealteleoriginidelbeneedelmale.blogspot.com/
http://utopiaerealidade-utopiaandreality.blogspot.com/
http://www.edizioniatena.it/economia.asp