No período acima referido a população portuguesa reduziu-se em cerca de 122000 pessoas (cerca de 10000 por ano). Isso acontece por ação ou inação da classe política, mormente do gang criminoso PS/PSD; e é devido à fraca capacidade do empresariato em gerar rendimento e promover investimento, perante uma população que sorve esse vazio em cinco horas diárias de imbecilização televisiva.
A incapacidade governativa e a corrupção na classe política são elementos de crónica e tradicional presença em Portugal. Esses elementos não encontram na população, mesmo nos mais jovens, qualquer atitude popular de contestação. Assim, fixou-se uma classe política onde acampam magotes de inúteis papagaios que ocupam os écrans televisivos com palavreado vazio, ornado de imbecilidades. A larga duração do regime pos-fascista vem contribuindo para a vulgarização da evidente pobreza intelectual do povo; algo que não nasceu no regime atual e que se limitou a polir e complementar a herança salazarista.
A referida quebra populacional tem origens antigas que se relacionam com fluxos migratórios dirigidos para a América do Sul, para o binómio EUA/Canadá, para as antigas colónias e para os países da Europa Ocidental; mais recentemente, esses fluxos dirigiram-se também para nações árabes ricas.
As esperanças abortadas com a inclusão de emigrantes na UE e a fixação de comunidades africanas provenientes das antigas colónias ou, do Nepal, introduziram elementos determinantes para a manutenção da tradição de salários baixos em Portugal. A ação criminosa ou a inação da classe política, mormente do PS/PSD, nos últimos cinquenta anos, surge, como anteriormente surgiu, no tempo do regime fascista.
A fraca capacidade do empresariato para promover investimento e gerar rendimento, conjuga-se com uma população que sorve um vazio próximo de cinco horas diárias de imbecilização televisiva. Nesse contexto, a periferização no cenário europeu e no contexto ibérico não se reduz, antes pelo contrário, aumenta[1].
O mapa que se segue ilustra claramente a quebra populacional em Portugal, na maior parte do país, como resultado do envelhecimento da população e a quebra demográfica, determinantes da emigração e de uma muito baixa natalidade. A incapacidade governativa e a corrupção na classe política, são outros elementos que não encontram na população, mesmo nos mais jovens, qualquer atitude de contestação ou, interesse renovador, perante a omnipresença da classe política.
Da observação da situação em 2011 e 2022 sublinhámos a análise da evolução demográfica (o mapa adiante incluído é revelador).
Ø Nas regiões de fronteira terrestre, a esmagadora maioria do território (e dos municípios) apresenta um decréscimo populacional abaixo de 10%. No restante território fronteiriço há apenas onze concelhos onde a quebra populacional no período referido acima (2011/22) se situou entre 0% e -10%. E, não se regista nenhum caso de evolução demográfica ascendente.
Ø No litoral entre Esposende e Vagos predominam regiões com crescimento demográfico positivo, inferior a 5%, com Matosinhos e Espinho a apresentar quebra demográfica. Com evolução demográfica mais pujante (> 5%) registam-se os casos de Braga, Aveiro, Murtosa, Albergaria-a-Velha e S. João da Madeira.
Ø Entre os concelhos mais afastados do litoral e, com aumento demográfico no período são, sobretudo, Penedono, Viseu e Constância.
Ø Nas regiões insulares há uma grande predominância das situações com decréscimo populacional não inferior a 10%; detetam-se ainda, três situações com maior quebra populacional (< 10%) na Madeira e uma nos Açores. Quanto a crescimento demográfico, registam-se apenas quatro municípios nos Açores e, um na Madeira, como se pode observar no mapa;
Ø Os concelhos de Leiria, Marinha Grande e Batalha constituem um núcleo específico onde o crescimento populacional se situou entre 0 e 5%;
Ø A região da Grande Lisboa, incluindo a península de Setúbal, constitui a principal área de crescimento demográfico do país. Em termos práticos, estende-se entre Óbidos e Setúbal, com o Montijo a leste. As áreas de maior crescimento demográfico nesta região observam-se a norte, entre Lourinhã, Mafra e Alenquer; e também a sul, na Península de Setúbal;
Ø Ainda na área que bordeja a margem norte do Tejo, grosso modo, o crescimento demográfico é claramente inferior ao verificado no conjunto imediatamente a norte; note-se, a excepção Amadora onde se observa uma quebra populacional, no período;
Ø O mesmo não acontece com a margem sul do Tejo, onde o crescimento demográfico é habitualmente elevado. Nesta última região, contudo, há um concelho com quebra demográfica (Barreiro) e um moderado crescimento que envolve, essencialmente, Almada, Moita e Setúbal.
Ø No Alentejo, há uma quase total homogeneidade nos dois graus de aferição de quebras demográficas (inferior – 10% e entre 0 e – 10%) com um caráter mais acentuado em toda a área próxima da fronteira, evidenciando-se uma ´corda´ de desertificação que vai de Alcácer do Sal até à fronteira.
Ø Em todo o Alentejo revelam-se apenas dois concelhos onde a população aumenta no período considerado – Odemira e Sines.
Ø O Algarve, a seguir à Área Metropolitana de Lisboa é a região onde é mais equilibrada a evolução demográfica. Note-se que as maiores quebras populacionais (Monchique e Alcoutim) se encontram em desertificadas áreas de montanha ou do interior enquanto as reduções menos gravosas quanto à demografia se registam em Olhão, Vila Real de Santo António e Castro Marim.
Ø A demografia é um espelho da realidade social e económica e espelha a atuação corrente do empresariato e da classe política, como elementos domésticos dominantes, interligados com as interferências vindas do exterior. Quanto à população, a sua função é manter-se mansa, obediente e mal paga.
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http://grazia-tanta.blogspot.com/
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[1] Sobre a periferização portuguesa.
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2016/04/centro-e-periferias-na-europa-dinamica.html
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2016/06/centro-e-periferias-na-europa-2.html
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2016/06/centro-e-periferias-3-portugal-uma.html
https://grazia-tanta.blogspot.com/2021/08/a-decrepitude-periferica.html
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