Em 2007, no Tratado de Lisboa, com pompa e circunstância, prometia-se uma coesão territorial e social no seio da UE. Em 2021 as discrepâncias demográficas continuam enormes e permanentes
Sumário
1 – A demografia espelha as derivas capitalistas e dos seus promotores
2 – Evolução demográfica nas regiões europeias
3 – As duradouras desigualdades demográficos
4 – As permanentes desigualdades regionais internas
+++++ |||||||||| +++++
1 – A demografia espelha as derivas capitalistas e dos seus promotores
A observação dos sentidos e dos valores de evolução da população de um estado-nação ou de uma região, num deles incluída, revela com bastante nitidez a relação dessa população com o território e, particularmente com as suas camadas dirigentes e os capitalistas indígenas. É evidente que uma classe política com propensão para a corrupção e o compadrio toma a população como um rebanho a tosquiar com regularidade; compelindo-a a manter-se mansa e pouco exigente de rendimentos decentes e, dignas condições de vida, para agradar a multinacionais ou a empresários locais desqualificados e toscos, com vocação para negreiros. Para atrair “o investimento externo” e ser competitivo na arena global, vigora a luta de todos contra todos.
Por outro lado, a classe política de um país mais rico, com carência de executantes de tarefas menos qualificadas ou pior remuneradas, usará os imigrantes como forma de contenção salarial e de direitos; e saberá manter em níveis toleráveis a ameaça de expulsão, o medo e a submissão, gerindo o anátema lançado por nacionalistas, racistas e fascistas locais, para que se não provoque uma debandada.
No âmbito da deriva neoliberal, um território e a sua população são meros produtos, mais ou menos competitivos, como máquinas de café ou bananas; se forem mais competitivos as taxas de natalidade serão maiores, o perfil etário será equilibrado, acolherá gente vinda de áreas menos competitivas do mesmo estado-nação, de países próximos ou, mesmo muito distanciados. A migração, sobretudo com proveniências longínquas não é fácil para os recém-chegados, confrontados com uma língua desconhecida, hábitos distintos, salários baixos no padrão local, tarefas mais penosas e mal pagas, autoritarismo e, animosidades vindas de camadas locais, chauvinistas, racistas e fascistas.
O Tratado de Lisboa (2007), com pompa e circunstância, introduziu o conceito de coesão territorial. Entende-se com isso que as respetivas populações podem e conseguem aproveitar a caraterização própria do seu território para gerar emprego e remuneração decente aos seus habitantes; para que o seu esforço de trabalho produza “um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável” para usar o patois dos burocratas. Como adiante se quantificará são profundas as desigualdades no quadro europeu, quanto à qualidade de vida e de rendimentos, à desertificação de imensas áreas, às migrações que acentuam as desigualdades e geram as animosidades étnicas e a xenofobia que acompanham o crescimento do PIB nuns lados e a entropia e o abandono em outros. E o covid, para além da sua intrínseca atuação, veio cruzar-se com a incapacidade das classes políticas em gerir a presença do vírus, mais de um ano depois do deflagrar da crise; excepto nos confinamentos, nos teletrabalhos, nos despedimentos, na utilização desajustada das forças policiais, etc.
Diz-se, também no referido Tratado (artigo 176º) que o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional dará o seu contributo para a correção dos desequilíbrios; que, passados catorze anos, tarda em demonstrar resultados. Daí resultam atitudes xenófobas e fascizantes; nacionalismos e patriotismos bolorentos que vêm capturando eleitorados conservadores; e lançam as chamadas esquerdas para a decrepitude passadista, já que mais não sabem.
2 – Evolução demográfica nas regiões europeias
Há cerca de cinco anos, observámos a evolução demográfica na Europa, detalhando a análise às regiões NUT – 2, a partir de 1990 até ao período 2010/15. Cinco anos depois, entendemos fazer uma análise semelhante para o período 2015/20, comparando-o com quinquénio anterior e, naturalmente, proceder à observação das alterações que entretanto, ocorreram. Graficamente, apresentamos, nos mapas seguintes e, para efeitos de comparação, a evolução registada entre os períodos 2010/2015 e 2015/2020.
A observação dos dois mapas, com as variações demográficas para os dois lustros, evidencia várias manchas compactas de áreas com expansão demográfica como também de com regressão populacional.
Em 2010/15 observam-se quatro grandes manchas com decréscimos populacionais abaixo de -1% (a vermelho) – uma, abrange a maior parte da Península Ibérica; outra, ocupa parte substancial da Alemanha: uma terceira estende-se da Polónia até ao golfo da Finlândia; e, uma última, abrange os Balcãs e a Hungria embora se deva ter em conta que não se dispõe de dados para vários países, incluindo a Grécia.
Quanto às regiões com redução populacional entre 0 e -1% em 2010/15 observam-se duas áreas mais dilatadas, na área ocidental da Alemanha e, numa faixa territorial que vai da área mais ocidental da Polónia para sul, até à Eslováquia, para além de regiões isoladas em vários países.
Em 2015/20, a área ibérica com regressão populacional abaixo de 1% centra-se no oeste ibérico reduzindo-se, portanto em relação ao quinquénio anterior; reduz-se substancialmente o território alemão com regressão demográfica abaixo de -1% e, em contrapartida, todo o território ocidental italiano da fronteira suíça para sul, incluindo as ilhas, revela-se com evidente regressão populacional; nos Balcãs a situação não se altera mesmo que agora se conheçam dados para quase toda a região; finalmente, a regressão populacional verificada antes para a Polónia e os países bálticos, alarga-se pela Finlândia e densifica-se para sul.
A abordagem às regiões onde o crescimento demográfico foi positivo mas inferior a 2% revela, em 2010/15 várias concentrações territoriais. Uma, evidencia-se em território francês; outra, espalha-se, de um modo geral entre a República Checa e o Adriático, incluindo parte da Áustria e do norte de Itália. Há ainda a registar áreas importantes no sul de Itália, na Polónia, em áreas ocidentais da costa inglesa e na Escócia e, para finalizar nas margens do Golfo de Bótnia, em territórios suecos e finlandeses.
Observando o mesmo nível de evolução populacional para 2015/20, nota-se um alargamento da área que compreende o norte da Inglaterra e a Escócia, as regiões setentrionais da Noruega e da Suécia e ainda na área sul-ocidental da Alemanha, para além de várias zonas menores, mormente em Espanha, norte de Itália, Polónia ou República Checa.
O crescimento demográfico robusto (2 a 5%) em 2010/15 contempla várias áreas. Uma é o sul e o oeste de França; outra estende-se de Itália (Lácio) até ao sul da Alemanha; uma terceira abrange todo o sul da Inglaterra; e é ainda de assinalar o sul da Suécia, a Islândia e a Bélgica.
Tomando o mesmo parâmetro para o período 2015/20, há a destacar uma vasta zona, homogénea que parte de Navarra e Catalunha, atravessa o sul de França e atinge o sul da Alemanha e quase toda a Áustria. Outras áreas, menores, observam-se na Inglaterra, na costa do Mar do Norte e na costa norueguesa; para além de vastas áreas da Turquia.
No primeiro lustro, as situações de crescimento demográfico acima de 5% apresentam as maiores manchas territoriais no sul da Noruega, nas áreas de Estocolmo e Helsínquia; nas áreas de Genebra, no centro da Suíça (incluindo Zurick); no Languedoc-Roussillon e na Córsega, em França; no Lácio, no Luxemburgo e nas áreas de Londres e Praga. No mapa, a zona mais extensa de forte dinamismo demográfico situa-se na Turquia.
Na abordagem do período 2015/20 separámos os casos de crescimento demográfico entre 5 e 10%, daqueles em que o mesmo é superior a 10%. Os últimos casos são muito poucos – Islândia, Luxemburgo, Malta, as ilhas gregas do Egeu Norte (junto à Ásia Menor) e algumas regiões da Turquia
Quanto às situações de crescimento demográfico de 5 a 10 % no período, as mais extensas situam-se no sul da Escandinávia, na Irlanda, na Córsega nas Baleares e na Turquia: para além das mais dinâmicas regiões suíças (Genebra e Zurick) sobressaem as áreas centradas em cidades ou, áreas urbanas como Berlim, Leipzig, Praga, Viena, Bratislava, Hamburgo, Bremen, Budapeste, Madrid e Helsínquia.
3 – As duradouras desigualdades demográficos
A evolução retratada nos vários quinquénios a partir de 1990 mostra (quadro seguinte) os valores correspondentes ao total da população dos países com redução demográfica. O seu número mantém-se relativamente constante, com um período mais elevado em 2010/15, resultante da inclusão da Alemanha, da Espanha e da Estónia, o que deixa de se verificar no quinquénio mais recente; por seu turno, a Itália passou a apresentar um indicador negativo no último período. Estas situações são facilmente descortinadas nos dois mapas acima apresentados. A situação registada no período 2015/20 revela, pela primeira vez, uma redução do volume das populações afetas a esses países com decréscimo populacional.
Países com decréscimo populacional (UE)* |
||||||
1995/ 1990 |
2000/ 1995 |
2005/ 2000 |
2010/ 2005 |
2015/ 2010 |
2020/ 2015 |
|
Nº |
9 |
10 |
10 |
9 |
12 |
10 |
População (1000) |
66049 |
103189 |
104190 |
168365 |
234261 |
162802 |
% do total UE |
13,7 |
21,2 |
21,1 |
33,5 |
46,2 |
31.7 |
Todos os períodos – Bulgária, Estónia, Croácia, Letónia, Lituânia, Hungria e Roménia Em 5 periodos - Polónia, excepto em 1995/90 Em 3 períodos – Rep. Checa (três primeiros); Em 2 períodos – Eslovénia (dois primeiros); Alemanha; Portugal e Grécia (os dois últimos) Em um só período – Eslováquia (2005/2000); Espanha (2010/15); Itália (2015/20) *Com população decrescente nos dois últimos quinquénios (não membros da UE) – Sérvia, Albânia; e, Montenegro (2015/20) |
De seguida procedemos à distribuição dos países da UE – e outros do espaço europeu - consoante os valores médios para a evolução populacional (em %) nos dois quinquénios:
Decrescimento |
Crescimento fraco <1) |
Crescim. Médio (1-5) |
Crescim. Elevado (>5) |
||||||||
2015/ 2020 |
2010/ 2015 |
2015/ 2020 |
2010/ 2015 |
2015/ 2020 |
2010/ 2015 |
2015/ 2020 |
2010/ 2015 |
||||
Lituânia |
-4.4 |
-7.0 |
Monteneg. |
0.5 |
P. Baixos |
3.0 |
2.0 |
Suíça |
|
5.8 |
|
Croácia |
-4.0 |
-1.8 |
Eslováquia |
0.7 |
0.6 |
Finlândia |
2.3 |
Malta |
17.0 |
6.2 |
|
Letónia |
-4.0 |
-6.3 |
Rep. Checa |
0.7 |
Dinamarca |
2.9 |
2.3 |
Noruega |
|
6.4 |
|
Bulgária |
-3.5 |
-3.0 |
Eslovénia |
0.8 |
Itália |
2.7 |
Turquia |
7.0 |
7.1 |
||
Roménia |
-2.7 |
-2.1 |
Macedón.N |
0.3 |
0.8 |
França |
1.3 |
2.8 |
Luxemb. |
11.2 |
12.1 |
Sérvia |
-2.6 |
-2.6 |
Finlândia |
0.98 |
Áustria |
3.7 |
2.8 |
Suécia |
6.0 |
||
Itália |
-1.9 |
UE |
0.8 |
0.7 |
Irlanda |
2.8 |
Irlanda |
6.1 |
|||
Albânia |
-1.4 |
-1.1 |
Chipre |
4.8 |
3.4 |
Islândia |
10.7 |
||||
Grécia |
-1.3 |
-2.4 |
Islândia |
3.6 |
|
||||||
Hungria |
-0.9 |
-1.6 |
Bélgica |
2.5 |
3.7 |
|
|||||
Portugal |
-0.8 |
-1.9 |
GB |
2.8 |
3.8 |
|
|||||
Polónia |
-0.1 |
-0.05 |
Liechtenst. |
3.7 |
4.1 |
|
|||||
Monteneg. |
-0.04 |
Suécia |
4.4 |
|
|||||||
Estónia |
-1.4 |
Estónia |
1.1 |
|
|||||||
Alemanha |
-0.7 |
Rep. Checa |
1.5 |
|
|||||||
Espanha |
-0.1 |
Eslovénia |
1.6 |
|
|||||||
Espanha |
1.9 |
|
|||||||||
Alemanha |
2.4 |
|
|||||||||
Noruega |
3.9 |
|
|||||||||
Suíça |
4.5 |
|
Nota:
Países não membros da UE em itálico Fonte
primária: Eurostat
No âmbito da UE, 20 países não alteram o escalão da sua dinâmica demográfica, 9 dos quais com regressões populacionais consolidadas, enquanto outros 9 mostram um crescimento demográfico nos dois períodos, o que revela as grandes e persistentes desigualdades dentro da UE. Revela-se também que os fundos comunitários estão longe de gerar homogeneidade e igualdade de condições de vida, como aliás também se pode observar nos mapas aqui inseridos. Aliás, admitir como objetivo sério e persistente uma homogeneidade nas condicões de vida entre as várias regiões da Europa é uma ladainha que surge nos discursos das classes políticas e nos eurocratas, para entorpecer e enganar os povos; a realidade retratada nos mapas facilmente mostra que o rei vai nu.
O número de situações de decréscimo demográfico é quase igual nos dois períodos, com maior homogeneidade no mais recente onde os casos mais gravosos se situam entre -4.4 e -2.6% de redução populacional, muito abaixo do verificado no quinquénio mais recuado, sobretudo para a Lituânia e a Letónia. Como se referiu atrás, para os dois períodos – e se pode divisar nos mapas - os casos de maior quebra populacional situam-se no Báltico e nos Balcãs. Em 2010/15, Alemanha, Espanha e Portugal eram os únicos países com decrescimento demográfico na Europa Ocidental e, no período seguinte apenas se situam nessa situação Itália e Portugal que, certamente arrastaram para o último período as feridas geradas pela durante a intervenção “saneadora” das instituições de regulação (FMI, BCE…).
O capitalismo não tem a igualdade, entre estados-nação ou entre pessoas, como imagem de marca; pelo contrário, a desigualdade permite a escolha do mais barato, do mais precário, do mais submisso, pois daí resultam maiores margens de acumulação de capital e maior concorrência entre quantos dependem do seu labor para viver, mesmo que parcamente. Décadas atrás, a procura de força de trabalho mais barata, cingia-se às áreas rurais do mesmo país (Portugal anos 50, por exemplo); depois, alargou-se a países próximos (portugueses, espanhóis, magrebinos emigrados para França ou, jugoslavos para a Alemanha nos anos 70); e, mais recentemente, num quadro intercontinental, com latino-americanos e africanos por toda a Europa, filipinos nas monarquias do Golfo Pérsico e, tutti-quanti nos EUA, mormente os latino-americanos, honrados com um muro eletrificado e vigiado e que foi uma das grandes bandeiras hasteadas por Trump. Em regra, a homogeneidade no povoamento dos territórios não existe e é uma potencial frustração para quantos acreditam na racionalidade humana aplicada ao planeamento, à coesão territorial e outras belas melodias cantadas pelas classes políticas.
A Alemanha, a Estónia e a Espanha são os únicos países que passaram de situações de quebra populacional em 2010/15 para taxas de crescimento médio de população, sucedendo exatamente o contrário com a Itália. O gráfico seguinte expõe as variações quinquenais da população para todos os países da Europa, por ordem alfabética.
Destacamos no gráfico seguinte, algumas situações:
· * Com crescimento demográfico superior a 5% em 2010/15 – Luxemburgo, Malta ambos próximos de paraísos fiscais, ambos membros da UE; e ainda a Noruega, o cofre-forte europeu (Suíça) e a Turquia em tempo de afirmação geopolítica entre os países muçulmanos das suas proximidades, após a cessação das esperanças de integração na UE (um país com a população da Alemanha, muçulmano e com salários “competitivos” não era bem vista na Europa).
· * Com crescimento demográfico superior a 5% em 2015/20, mantêm-se Luxemburgo, Malta e Turquia aos quais se devem juntar, Irlanda, Islândia e Suécia.
·
* Os casos mais destacáveis de regressão
populacional registam-se em 2015/20 são os de Lituânia, Letónia, Sérvia,
Roménia, Croácia, Bulgária, Grécia, Hungria, Portugal, cujas situações se
mantêm, grosso modo, no quinquénio
anterior.
Regiões da UE com quebra populacional no quinquénio terminado no ano referido |
||||||
Total de regiões |
1995 |
2000 |
2005 |
2010 |
2015 |
2020 |
Bélgica (11) |
1 |
1 |
- |
- |
- |
- |
Bulgária (6) |
6 |
6 |
6 |
6 |
6 |
6 |
Rep Checa (8) |
nd |
6 |
7 |
1 |
3 |
3 |
Dinamarca (5) |
- |
- |
- |
- |
1 |
- |
Alemanha (36) |
5 |
11 |
12 |
25 |
25 |
4 |
Estónia (1) |
1 |
1 |
1 |
1 |
1 |
- |
Irlanda (2) |
nd |
nd |
- |
- |
1 |
- |
Grécia (4) (a) (13 em 2020) |
1 |
2 |
9 |
|||
Espanha (19) (b) |
5 |
5 |
2 |
- |
11 |
8 |
França (22) |
2 |
5 |
1 |
1 |
3 |
10 |
Croácia (2) |
nd |
nd |
nd |
1 |
2 |
2 |
Itália (19) (c ) |
7 |
11 |
7 |
3 |
2 |
16 |
Chipre (1) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Letónia (1) |
1 |
1 |
1 |
1 |
1 |
1 |
Lituânia (1) ( 2 em 2020) |
1 |
1 |
1 |
1 |
1 |
1 |
Luxemburgo (1) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Hungria (7) ( 8 em 2020) |
3 |
7 |
7 |
6 |
6 |
6 |
Malta (1) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Holanda (12) |
- |
- |
1 |
1 |
4 |
1 |
Áustria (9) |
- |
3 |
1 |
1 |
1 |
- |
Polónia (16) (17 em 2020) |
nd |
12 |
10 |
9 |
11 |
8 |
Portugal (7) |
nd |
2 |
1 |
3 |
6 |
6 |
Roménia (8) |
7 |
7 |
8 |
7 |
7 |
7 |
Eslovénia (1) |
1 |
1 |
- |
- |
- |
- |
Eslováquia (4) |
- |
- |
3 |
2 |
2 |
2 |
Finlândia (5) |
- |
1 |
1 |
1 |
- |
2 |
Suécia (8) |
- |
5 |
3 |
3 |
- |
- |
G Bretanha (35) (d) |
6 |
10 |
2 |
- |
1 |
1 |
Total UE (252) |
46 |
97 |
75 |
73 |
97 |
93 |
4 – As desigualdades regionais internas
A observação do quadro anterior para um período de 25 anos pode ser complementada com informação sobre todas as regiões de grande degradação demográfica na Europa (2000/2020) e usando as designações das regiões tal como são referidas nos seus países. Procedemos ainda a um cálculo das variações populacionais em 2000/2020.
Bulgária |
-15,1 |
Grécia |
-0,5 |
|
Severozapaden |
-32,7 |
Attiki |
-3,4 |
|
Severen tsentralen |
-26,7 |
Dytiki Makedonia |
-7,8 |
|
Severoiztochen |
-9,9 |
Ipeiros |
-1,3 |
|
Yugoiztochen |
-15,3 |
Thessalia |
-3,3 |
|
Yugozapaden |
-2,3 |
Ipeiros |
-1,3 |
|
Yuzhen tsentralen |
-16,5 |
Peloponnisos |
-2,3 |
|
Redução populacional (país) 2000/2020 |
1239 mil |
Redução populacional (país) 2000/2020 |
57 mil |
Estónia |
-5.2 |
Irlanda |
31,4 |
|
Estónia |
-5.2 |
Irlanda |
31,4 |
|
Redução populacional (país) 2000/2020 |
72 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
1187 mil |
França |
1.3 |
Letónia |
-19,9 |
|
Centre - Val de Loire |
-0.5 |
Letónia |
-19,9 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
6775 mil |
Redução populacional (país) 2000/2020 |
474 mil |
Eslováquia |
1.1 |
Rep Checa |
4.1 |
|
Západné Slovensko |
-2,8 |
Severozápad |
-0,7 |
|
Stredné Slovensko |
-1,4 |
Strední Morava |
-0.5 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
59 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
416 mil |
Áustria |
11,2 |
Lituânia |
-20,4 |
|
Áustria |
11,2 |
Vidurio ir vakaru Lietuvos regionas |
-21,6 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
899 mil |
Redução populacional (país) 2000/2020 |
718 mil |
Alemanha |
1.2 |
Portugal |
0,5 |
|
Chemnitz (2015/2020) |
-2.5 |
Norte |
-2,1 |
|
Sachsen-Anhalt |
-17.1 |
Centro |
-4,8 |
|
Thüringen |
-12.9 |
Alentejo |
-9,1 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
1003 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
47 mil |
Malta |
32,4 |
Chipre |
28,6 |
|
Malta |
32,4 |
Chipre |
28,6 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
126 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
198 mil |
Luxemburgo |
44,4 |
Países Baixos |
3,0 |
|
Luxemburgo |
44,4 |
Limburg |
-2,1 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
193 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
1544 mil |
Suécia |
16,6 |
Finlândia |
6,9 |
|
Mellersta Norrland |
-1,0 |
Pohjois-ja Itä-Suomi |
-2,8 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
1466 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
354 mil |
Eslovénia |
5,4 |
Liechtenstein |
19,5 |
|
Eslovénia |
5,4 |
Liechtenstein |
19,5 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
108 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
6 mil |
Suíça |
20,1 |
Reino Unido |
13,4 |
|
Suíça |
20,1 |
Reino Unido |
13,4 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
1442 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
7852 mil |
Polónia |
-0,8 |
Hungria |
-0,9 |
|
|||
Slaskie |
-6,4 |
Közép-Dunántúl |
-5,2 |
|
|||
Zachodniopomorskie |
-1,5 |
Nyugat-Dunántúl |
-1,0 |
|
|||
Lubuskie |
-0,7 |
Dél-Dunántúl |
-12,5 |
|
|||
Dolnoslaskie |
-1,8 |
Észak-Magyarország |
-14,3 |
|
|||
Opolskie |
-12,3 |
Észak-Alföld |
-7,8 |
|
|||
Kujawsko-Pomorskie |
-0,9 |
Dél-Alföld |
-11,0 |
|
|||
Warminsko-Mazurskie |
-1,8 |
Redução populacional (país) 2000/2020 |
452 mil |
|
|||
Lódzkie |
-1,9 |
||||||
Swietokrzyskie |
-2,3 |
||||||
Lubelskie |
-1,8 |
Albânia |
-7,0 |
|
|||
Podlaskie |
-1,1 |
Veri |
-5,1 |
|
|||
Mazowiecki regionalny |
-1,3 |
Jug |
-6,7 |
|
|||
Redução populacional (país) 2000/2020 |
305 mil |
Redução populacional (país) 2000/2020 |
213 mil |
|
|||
Itália |
4,8 |
|
|
|
Liguria |
-4,0 |
|
Roménia |
-13,9 |
Molise |
-6,9 |
|
Nord-Vest |
-10,6 |
Campania |
-0,1 |
|
Centru |
-12,5 |
Puglia |
-2,0 |
|
Nord-Est |
-16,7 |
Basilicata |
-8,0 |
|
Sud-Est |
-19,0 |
Calabria |
-6,6 |
|
Sud - Muntenia |
-16,4 |
Sicília |
-2,4 |
|
Sud-Vest Oltenia |
-20,5 |
Sardegna |
-1,6 |
|
Vest |
-13,4 |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
2718 mil |
|
Redução populacional (país) 2000/2020 |
452 mil |
Sérvia |
-8,0 |
|||||
Region Vojvodine |
-1,5 |
Espanha |
17,0 |
|
||
Region Sumadije i Zapadne Srbije |
-2,5 |
Asturias |
-4,6 |
|
||
Region Juzne i Istocne Srbije |
-3,0 |
Castilla y León |
-2,9 |
|
||
Redução populacional (país) 2000/2020 |
601 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
6862 mil |
|
||
Noruega |
19,9 |
Islândia |
30,5 |
|
Noruega |
19,5 |
Islândia |
30,5 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
889 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
85 mil |
Montenegro |
3,1 |
Turquia |
24,3 |
|
Montenegro |
3,1 |
Agri, Kars, Igdir, Ardahan |
-1,5 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
19 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
16266 mil |
Macedónia do Norte |
2,7 |
Bélgica |
12,5 |
|
Macedónia do Norte |
2,7 |
Bélgica |
12,5 |
|
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
55 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
1283 mil |
Croácia |
-9.8 |
||||||
Jadranska Hrvatska |
-1.4 |
Dinamarca |
9.2 |
|
|||
Kontinentalna Hrvatska |
-8.0 |
Dinamarca |
9.2 |
|
|||
Redução populacional (país) 2000/2020 |
-440 mil |
Aumento populacional (país) 2000/2020 |
493 mil |
|
Os fundos comunitários visam dotar de condições favoráveis os investidores e menos, evitar as vultuosas migrações que se verificam na Europa e que incluem, como elementos geradores de “competitividade” a aceitação de trabalhadores vindos de África, Ásia ou América Latina, com regras discriminatórias, rendimentos menores, tarefas mais penosas e, sempre com a ameaça da expulsão; e, muitos milhares dos que chegam todos os dias à Europa, fazem-no de modo clandestino e, mesmo com risco da própria vida. A pouco humanitária aceitação de “clandestinos” e refugiados, humilhados e perseguidos pela repelente agência do capital chamada Frontex[1] serve apenas para acentuar essa humilhação, a obediência, a precariedade e o baixo custo do trabalho, pois as empresas estabelecidas na Europa precisam forçosamente de ser competitivas, como consta do missal do capitalismo, mormente neoliberal.
Sobre as desigualdades demográficas no mundo, na Europa e Portugal, veja-se:
The evolution of wealth in Europe (2000/19)
https://grazia-tanta.blogspot.com/2020/08/a-evolucao-da-riqueza-na-europa-200019.html
https://grazia-tanta.blogspot.com/2020/08/the-evolution-of-wealth-in-europe-200019_6.html?m=1 (english)
Desigualdades na dinâmica demográfica na Península Ibérica (1990/2019)
https://grazia-tanta.blogspot.com/2020/07/desigualdades-na-dinamica-demografica.html
Como se consolidam as desigualdades através do tempo
https://grazia-tanta.blogspot.com/2020/02/como-se-consolidam-as-desigualdades.html
https://grazia-tanta.blogspot.com/2020/04/how-inequalities-are-consolidated-over.html (english)
Comércio internacional – quem ganha e quem perde
https://grazia-tanta.blogspot.com/2019/03/comercio-internacional-quem-ganha-e.html
Center and peripheries in Europe (3) - Portugal, an Iberian periphery https://grazia-tanta.blogspot.com/2018/10/centre-and-peripheries-3-portugal.html (english) http://grazia-tanta.blogspot.pt/2016/06/centro-e-periferias-3-portugal-uma.html
|
Center and peripheries in Europe (2) - Portugal, a case of peripheral disaster |
https://grazia-tanta.blogspot.com/2018/10/center-and-peripheries-in-europe-2.html (english)
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2016/06/centro-e-periferias-3-portugal-uma.html
Center and peripheries in Europe - The dynamics of inequalities since 1990
https://grazia-tanta.blogspot.com/2018/10/center-and-peripheries-in-europe.html (english)
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2016/04/centro-e-periferias-na-europa-dinamica.html
Evolution of the world population 1950/2050 - The case of Europe
http://grazia-tanta.blogspot.com/2018/07/evolution-of-world-population-19502050_16.html (english)
https://grazia-tanta.blogspot.pt/2018/05/evolucao-da-populacao-mundial-19502050.html
Custos do trabalho na Europa – espelho da exploração e das desigualdades
https://grazia-tanta.blogspot.pt/2017/07/custos-do-trabalho-na-europa-espelho-da.html
Europa, periferias e desastres periféricos
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2017/05/europa-periferias-e-desastres.html
União dos Povos da Europa ou o nacionalismo à solta
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2016/09/uniao-dos-povos-da-europa-ou-o.html
https://grazia-tanta.blogspot.pt/2017/08/union-of-european-peoples-or.html (english)
[1] O Frontex é uma versão ampliada do SEF português que, na sequência do assassínio de um imigrante ucraniano, por parte de membros da instituição foi, entretanto dissolvida; mas cujos elementos se irão repartir por outras polícias.
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