Nasceu de um objectivo saudável, a recusa da unicidade sindical, ainda que por obra e graça do investimento do SPD alemão e da sua Fundação Friedrich Ebert. Creio que na altura alguns trabalhadores terão pensado que a UGT seria democrática e isenta do controleirismo do PC sobre a CGTP.
Passados mais de 30 anos, qual o balanço? A CGTP continua a única a ter capacidade de ensaiar a oposição ao governo, embora com toda a incapacidade estratégica inerente aos seus mandantes, que procuram essencialmente usar a capacidade de realização - manifs, greves -para perpetuar no seu posto uma imensa burocracia sindical. A UGT é um acessório governamental, qualquer que seja o governo e foi para isso que foi criada, como sabemos, tendo na base um acordo paritário PS/PSD que conduziu à preponderância do primeiro, após divergências entre os TSD, segundo julgo lembrar-me.
Em ambos os casos se bloqueiam estatutos para evitar iniciativas das bases e ambas polarizam a actividade no secretários-gerais, num espírito hierárquico desajustado aos tempos de hoje, numa p´ratica de presidencialismo para não referir caudilhismo
Acontece que a realidade neoliberal veio a trazer um elemento de grande importância para a de-sindicalização e, em toda a Europa o movimento sindical há muito deixou de ser movimento para se mostrar uma burocracia que não tem pejo em dar porrada a activistas "demasiado" desalinhados. Ainda em 2010 a USL apresentou queixa na polícia contra a PAGAN procurando garantir o monopólio dos protestos contra a NATO. Tema em detalhe, neste blog sob o título
A miséria da esquerda que anda por aí. Um “case study”, a Cimeira da NATO
Proença, talvez genuinamente contrariado porque ele é que colocou a cara e a assinatura no contrato, cumpriu o seu papel e o da UGT. A CGTP agradeceu, naturalmente
Não me parece é que os trabalhadores tenham alguma coisa a agradecer a ambas; ou a esperar algo de positivo de burocratas sindicais.
22/1/2012
Sem comentários:
Enviar um comentário