CAVACO E A BANDEIRA: CONCRETIZAÇÃO DE UM SONHO
Um dia desses Cavaco saltou da cama e gritou: I
have a dream! I have a dream! E perguntou para a Maria: como se chama aquele
tipo que foi morto há uns anos e que também disse isto?
Cavaco sonhou que transformava a bandeira
nacional num instrumento de competitividade, desde que lhe fosse feita uma
pequena alteração. E, homem de acção chegou à sede de candidatura, reuniu o seu
estado-maior e explicou como é que as coisas se deveriam passar. E exigiu tabu,
como ele tanto gosta, para que a concorrência não se aproveitasse da sua ideia,
decerto luminosa e de origem divina, como todas as suas ideias, aliás.
Telefonou para o Constância, explicou a sua ideia
e logo o druida se prontificou a mandar construir um modelo macro-económico
para avaliar o impacto das alterações propostas para a bandeira, na
competitividade, desde que o Trichet não descobrisse nisso inconvenientes para
os níveis da inflação e das taxas de juro na Europa.
Falou com o Durão Barroso que o ouviu extasiado e
logo decidiu acrescentar 25 artigos ao projecto de Constituição europeia se o
Chirac, o Blair, a Merkel… concordassem. A agenda de Lisboa só
teria a beneficiar da
generalização do projecto de Cavaco.
O Teixeira dos Santos viu nisso uma forma de
baixar o deficit e obteve a concordância do seu amigo Carlos Tavares sobre o
natural impacto positivo nas cotações da Bolsa, no “rating”
da pátria e na entrada de capitais estrangeiros comprometendo-se a colocar a
questão a Sócrates, como CEO da Sócrates & Mendes, Inc.
Sócrates mandou proceder a uma adenda ao Plano
Tecnológico dado o ineditismo, a inovação e que a nova bandeira deveria ser
apresentada na Alemanha no início do campeonato do mundo de futebol
Manuel Pinho viu na nova bandeira uma forma de
aumentar o seu poder negocial nas eternas negociações com a ENI e viu nisso
também um modo de “vender” uma nova imagem de Portugal
que, para o efeito, se deveria chamar, no futuro Ortugalp, sendo o novo nome patrocinado
pela empresa petrolífera, (já sem o patrocínio da I Liga de futebol) e que
contribuiria para o equilíbrio orçamental.
Marques Mendes alertado sobre o assunto decidiu
ter uma iniciativa legislativa indicando o escritor trauliteiro Vasco de Graça
Moura para compor um novo hino.
O consagrado Ludgero também avançou com uma ideia
brilhante: retirar o vermelho da bandeira para nos demarcar a todos dos
comunistas. E o Borges lembrou-se de retirar a nacionalidade aos funcionários
públicos para poderem em seguida ser despedidos sem problemas, dada a sua
condição de apátridas.
O núncio apostólico sempre bem informado, oficiou
para o Vaticano lembrando que a generalização do sonho de Cavaco poderia ser um
contributo para a recristianização da Europa. Aguarda-se a todo o momento um
comunicado da Casa Branca.
Dezembro 2005
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