sexta-feira, 10 de maio de 2024

Os gastos militares, uma cara inutilidade (África)

Há vários anos que o SIPRI divulga elementos sobre os gastos militares, por parte dos estados-nação. Quase todos os estados-nação possuem essas estruturas militares, tomadas como instrumentos necessários à sua existência, perante ameaças reais, potenciais ou marcadas por um qualquer ridículo conteúdo, do ponto de vista das necessidades humanas. Essas estruturas militares apresentam-se de modo muito desigual, do ponto de vista geográfico e político, procedendo sempre a uma tradicional subtração ao rendimento produzido pelas classes trabalhadoras do país, a favor de capitalistas nacionais ou exteriores. Essas estruturas militares mostram-se em quase todos os cantos do planeta como utilizadores de poderosas indústrias militares, de instrumentos de morte, ou de dissuasão, disponíveis por parte dos Estados e dos elementos cimeiros das diversas classes políticas. Por outro lado, as estruturas militares são um pesado instrumento de hierarquização no seu próprio seio, o qual serve de montra para as empresas e, de modo mais vasto, como forma de hierarquização e submissão das populações, por parte das classes políticas, dos aparelhos repressivos dos Estados e, de certas instituições de caráter global. Dizia Hobbes que “O homem é o lobo do próprio Homem”; hoje, para mais, com instrumentos imensamente perigosos não só para o próprio Homem, como para a vida no planeta. África Observemos os gastos militares médios, em África, segmentados por quatro médias decenais nos períodos - 1985/94, 1995/04, 2005/14 e, 2015/22. Nos períodos em análise nem todos os países apresentam dados dos gastos militares para a totalidade dos decénios… Comecemos por analisar os países e, ainda, quantos países se apresentam com indicadores abaixo dos $ 100 M ou, grandes variações entre os períodos considerados. Essas diferenciações no contexto nacional, podem também ser evidenciados enquanto valores médios per capita, como se evidencia na última coluna do quadro. No período mais recuado e, com valores mais elevados (acima de $ 1000), sobressaem em 1985/94 - África do Sul, Egito, Angola e Argélia. No período seguinte, os protagonistas mantêm-se, com o Egito na frente mas surgindo Marrocos na terceira posição, no lugar antes ocupado pela Argélia, Nos dois últimos períodos a situação alterou-se substancialmente, pelo volume das transações efetuadas, como também pelo número de países em presença; Quénia e Tunísia apresentam-se pela primeira vez na lista dos principais países compradores de armamento. A Argélia situa-se no primeiro posto com um volume muito acima do registado pelos países mais próximos ($ 6400 e $ 9800), respetivamente, nos períodos 2005/2015 e 2015/22). A capitação de material militar no conjunto dos países africanos é bizarra. Por um lado, os maiores gastadores per capita, são as Seychelles ($ 241.2), a Argélia ($ 223.7) e o Botswana ($ 206.2). Abaixo desses valores de capitação regista-se um vasto número de países (17) com uma capitação de gastos militares inferior $ 10. Quadro numérico (a pedido)

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