A
- A CRISE
DO PAGAMENTO AOS
PROFESSORES
B
- QUERES UMA CASA
PARA VIVER?
C
– QUANDO UM PATETA,
APANHA SOL NA CABEÇA, DÁ
NISTO
D
- A ESTÓRIA DO
“EMBARRILADO”
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A
- A CRISE DO PAGAMENTO AOS PROFESSORES
A
História parece ir repetir-se…
Em 2008 com o começo da crise financeira o governo Sócrates sentiu-se
obrigado a nacionalizar o BPN (o banco do gang Cavaco) e o BPP entrava em
bancarrota.
Em março de 2011 a imprensa e a direita animaram um pequeno
grupo – Geração à Rasca – a conseguir gigantescas e inconsequentes
manifestações contra o governo Sócrates, gerador de um deficit monumental. Em 6
abril, uma reunião de banqueiros decide passar para o Estado a gestão
da (sua) crise financeira.
Dias depois, o PEC-4 (plano de estabilidade e convergência,
versão 4) é chumbado na AR, Sócrates demite-se e seguem-se eleições de onde
resulta o advento da sinistra dupla Passos/Portas, apostada em ir para além da troika; um tombo enorme nas bancadas do
PS (que entraram em hibernação) e do BE; e afinal, da grande manifestação de
11/3 resultara
um reforço de uma direita cavernosa.
um reforço de uma direita cavernosa.
E veio a troika… para
ficar, privatizar, exportar trabalhadores, cortar em rendimentos, uma vez que
toda a gente andaria a viver acima… das suas possibilidades.
Em 2018/19 é o tempo de glória das ordens profissionais
reivindicativas, da pulverização de sindicatos corporativos, cada qual a
pretender uma notoriedade que as velhas centrais não conseguem; mesmo que
frequentem uma palhaçada chamada Concertação Social.
É evidente que o governo Costa só se constituiu com o apoio do
BE/PC, reanimados depois das eleições de 2015; mas as reparações dos estragos
de 2012/14 com a troika e o seu
funcionário Passos ficaram por fazer e a perda de poder de compra mantém-se no
contexto de uma sufocante carga fiscal e de encargos com a dívida, que não
baixam.
Mas a História, por vezes parece querer repetir-se; e o
esquecimento permite o surgimento de farsas.
A ausência de capacidade política na esquerda política e
sindical permite um diktat recente na
AR, com uma votação que obriga o governo a reparar as perdas de rendimento dos
professores, o que estragará os equilíbrios financeiros do Centeno.
Esperar inteligência no Pavilhão das Aves Canoras sito em S.
Bento é tão provável como esperar que camaleões cantem Verdi. E assim, vemos o
PSD e Cristas em acelerada marcha atrás no seguimento da apresentação do ás de
trunfo pelo Costa.
Poderiam ter aproveitado para encontrar a alternativa financeira
acabando com as PPP que engordam nas estradas privatizadas, grupos de saúde que
beneficiam do sub-investimento no SNS, numa lógica de privatização encapotada
também extensível às áreas da educação e da assistência social; e, criar
fórmulas avançadas de autogestão e não de estruturas verticais com um ministro
no topo.
Poderiam não ser indiferentes ao volume de gastos militares, às
mordomias da classe política (bem… aí estariam a dar tiros no pé), às muitas
miseráveis pensões, à aproximação entre o salário mínimo e o salário médio, à
precariedade, ao uso e abuso das contratações de trabalhadores temporários, a
soldo das parasitárias ETT, ao caos que se vive na Segurança Social.
Como é habitual, em Portugal, pouco vai bem e muito vai mal
B - QUERES UMA CASA PARA VIVER?
Recorre ao “direito real de habitação duradoura”!
Os avatares de turno nos serviços
governamentais, para evitarem o confronto com as obrigações constitucionais
relativamente à habitação, inventaram mais uma inutilidade: a que dá por aquele
nome. Passamos a exemplificar.
Queres uma casa em Lisboa? O preço médio
de venda por m2 é de € 2231 e por uns reles 100 m2 terás de pagar apenas 223000
€, e o inevitável IMI. Não é fácil ...
Mas o governo teve um rasgo de
inteligência! Tu assinas um contrato, vitalício, em que tomas de aluguer essa
casa, entregando como caução 10 a 20% daquele valor; coisa pouca para ti, uns
reles 22300 a 44600 €. E a renda mensal, claro!
Tal contrato, protege-te do despejo. Se
decidires mudar de ares nos primeiros dez anos, o senhorio devolve-te aquele
dinheiro (se não estiver falido ou recheado de penhoras). Passados esses 10
anos, o senhorio pode aboletar-se a 5% da caução por ano, o que significa que
ao fim de 30 anos do início do contrato, o senhorio, para além das rendas
mensais se apropriou do teu “investimento” inicial. Fantástico!
Tens duas alternativas:
1 – Borrifas-te nesta “oportunidade”
idiota vinda do governo e utilizas o valor da eventual caução na compra de uma
casita;
2 – Ou fazes um contrato de aluguer nas
condições que o governo criou alugando um andar em Figueira de Castelo Rodrigo.
Ali, a tal habitação de 100 m2 vale apenas 10600 €; pelo que a caução que terás
de desembolsar é de 530 a 1060 €
Dir-me-ás que não há trabalho em
Figueira de Castelo Rodrigo ou que as deslocações diárias para vires trabalhar
em Lisboa ou arredores, são muito longas. É verdade.
Dir-te-ão que tens de criar o teu
próprio projeto! Que tens de te revestir de empreendedorismo! De ser
verdadeiramente competitivo! Conversa parva em que só parvos acreditam!
Toma nota: os governos existem para te
enganar e te roubar e, só raramente resolvem problemas nas nossas vidas.
Há um século havia um operariado organizado e uma cultura de luta que
apertava com os capitalistas. Claro que nesse contexto, os últimos tinham de
garantir que o produto teria de ser suficiente para manter a plebe numa
contestação não revolucionária, sem prejuízo da acumulação de capital que
permitisse a distribuição de rendimentos entre os seus vários setores (acionistas,
gestores, finança e classe política).
Ora, com o neoliberalismo, os sindicatos vão pouco além de figurantes na
Concertação Social; estão pulverizados em pequenas unidades corporativas; e,
pode verificar-se que a parcela do trabalho no produto social tem vindo a
decrescer.
Por outro lado, hoje a acumulação de capital proveniente da indústria ou da
mais-valia é minoritária, sobretudo nos países capitalistas avançados. O que
lhes interessa como forma prática de reproduzir e acumular capital está na área
financeira, com poderosos computadores a avaliar as subidas e descidas dos
títulos; com a criação de capital a partir do nada através das titularizações.
Daí se pode partir para algo de terrífico; a redução do rebanho humano para o
que não puder ser substituído por máquinas e robots (por exemplo, escravos
sexuais... admitindo que não encontram formas mecânicas de substituir pessoas
para essas práticas).
Claro que a financiarização da economia introduz novos e mais poderosos
fatores de instabilidade e crises de altos e baixos, como a que vimos acontecer
de 2008, com o devotado apoio de Obama para evitar que os grandes bancos
implodissem.
C – QUANDO UM
PATETA[1], APANHA SOL
NA CABEÇA, DÁ NISTO
Primeiro, porque julga que a França ainda é uma grande potência; depois,
porque tendo sido secundarizada pela Grã-Bretanha na partilha do Médio Oriente,
nos acordos Sykes-Picot, ainda pretende ter um papel a desempenhar na região.
Talvez fosse melhor aconselhar o Rothschild baby[2] a satisfazer as
reivindicações dos coletes amarelos e deixar-se de imbecilidades e
inconveniências;
A França, que tem bombas atómicas, não admite que o Irão as tenha e, nem
sequer mísseis balísticos para se defender do cancro regional chamado Israel,
para o qual o Irão é o inimigo a abater. O Irão não pode ter mísseis mas a
entidade sionista pode ter 50 bombas atómicas clandestinas e… construídas com a
ajuda da França?
Na Síria diz ele, de acordo com resolução da ONU não deve haver tropas
estrangeiras; mas se forem francesas ou americanas a resolução não se aplica…
Claro que o Irão apoia o Hezbollah e o Assad. E a presença de bases dos EUA
no Golfo Pérsico, nas ilhas de Mansura e Diego Garcia, no Djibouti bem como as
bombas atómicas nos armazéns de Incirlik visam a paz regional ou, são para
ameaçar o Irão e defender a fortaleza sionista? E as enormes vendas de armas do
comercial Trump aos sauditas servem somente para satisfazer a vaidade do MbS?
Alguém se recorda de condenações ocidentais pela invasão do Iémen por
sauditas e pelos emiratos do Golfo?
O homem está preocupado por não haver um governo no Líbano passados oito
meses das eleições. Na Bélgica isso também acontece por vezes; mas isso não
incomoda a França que, pelos vistos ainda não se curou das taras colonialistas
face ao Médio Oriente;
Oh Jean-Yves vai-te f….
4 - A ESTÓRIA
DO “EMBARRILADO”
Diz-se que alguém foi embarrilado se enganado ou burlado. Há, um
sentido literal claramente aplicado ao bispo Gellert cuja estátua está colocada
em Buda e virada para Pest, do outro lado do Danúbio; e que nos inspirou para
esta foto.
Gellert era bispo de Csanad, na Hungria, cerca do ano 1000 e
meteu-se numa disputa entre cristãos e pagãos; e foi apanhado pelos últimos que
decidiram contribuir decisivamente para a sua futura nomeação como santo
padroeiro do país.
Para o efeito foi usada uma técnica de aproveitamento criativo
da gravidade. Face ao grande declive sobre o Danúbio, os pagãos embarrilaram o
Gellert e puseram-no a rebolar até ao rio, onde acabou os seus dias, sem a
intervenção salvadora de qualquer anjo, arcanjo ou mesmo marmanjo.
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