segunda-feira, 11 de março de 2019

Comércio internacional – quem ganha e quem perde



Sumário

1 – Os grandes exportadores
2 - Os grandes importadores
3 – Excedentes e deficits comerciais
4 – As relações comerciais de alguns países (2017)
5 - E a situação portuguesa?

0000000000 ===== 0000000000

A estrutura do poder mundial está em mudança acelerada. Um dos sintomas que podem revelar essas alterações é a evolução da matriz global do comércio externo nas últimas décadas. Para o efeito, selecionámos alguns dados com base nestes critérios:  

  • Importação e exportação, globais.
  • Anos de 2000, 2005, 2010, 1015, 2107, o último a que tivemos acesso.
  • Para todos os países que, em cada ano, representem pelo menos 2.5% da importação ou  da exportação global.
  • E ainda alguns países, pela sua relevância geopolítica mesmo que não cumpram a regra anterior.
  • Lateralmente, apurámos dados sobre Espanha e Portugal.

As taxas anuais de crescimento do comércio global de mercadorias no período considerado apresentam a seguinte imagem, reveladora de que os impactos da crise financeira estão para durar e, como se observará mais à frente, constituíram um passo na redução do predomínio do que convencionalmente se chama Ocidente.

2000/2005
13.20 %
2005/2010
  8.93 %
2010/2015
  1.07 %
2015/2017
  1.91 %

1 – Os grandes exportadores

O peso dos países mais relevantes como origens da exportação, para cada um daqueles
anos apresenta o seguinte perfil (em % do total)

Total exportações  > 2,5%
2000
2005
2010
2015
2017
Alemanha
8,5
9,2
8,0
7,9
8,2
Arábia Saudita


2,9


Bélgica-Lux

2,5



Brasil
0,9
1,2
1,4
1,2
1,3
Canadá
4,2
3,3
2,5
2,5

China
5,7
9,0
12,0
15,0
15,0
Coreia do Sul
2,7
2,9
3,2
3,4
3,7
Espanha
1,8
1,9
1,6
1,7
1,8
EUA
12,0
8,6
7,8
8,8
7,7
França
4,7
4,2
3,4
3,2
3,2
Grã-Bretanha
4,3
3,4
2,6
2,7

Holanda
3,2
3,0
2,8
2,7
2,8
Índia
0,7
1.0
1,4
1,8
1,8
Itália
3,7
3,5
2,9
2,8
3,0
Japão
7,8
6,1
5,2
4,3
4,3
México
2,6


2,5
2,6
Rússia
1,7
2,4
2,6
2,0
2,1
Outros
35,5
37,8
39,7
37,5
42,5
                          Nota: Os espaços em branco representam situações < 2.5%

Denota-se da análise do quadro acima que:

  • O conjunto dos 17 países selecionados como os mais relevantes enquanto exportadores promove cerca de 60% do comércio global;

  • Os três maiores exportadores em 2000 são os EUA, a Alemanha e o Japão, com 28.5% do total. Em 2017 essas posições são ocupadas por China, Alemanha e EUA, por esta ordem, com 30.5% do valor global;

  • Há uma redução da relevância exportadora dos EUA (muito acentuada), do Canadá, da França, da Grã-Bretanha, da Holanda, da Alemanha, da Itália e do Japão; isto é, dos países com um desenvolvimento capitalista mais antigo ou maduro;

  • A Espanha, o Brasil e a Rússia mantêm uma quota parte relativamente constante, no período.

  • Acrescem a sua relevância relativa, a China (quase triplica a sua quota parte no período considerado), a Coreia do Sul e a Índia.
Em resumo, os principais países da Ásia, excepto o Japão, aumentam a sua intervenção como exportadores, sucedendo o inverso às principais economias da Europa e ao binómio EUA-Canadá; um testemunho das mudanças geopolíticas em marcha, com a ascensão da Ásia e a quebra da relevância exportadora dos países capitalistas mais antigos, que bordejam o Atlântico Norte.

2 -  Os grandes importadores

Quanto às importações, para os mesmos anos, o elenco dos principais destinos apresenta o seguinte perfil (em % do total)

Total  importações > 2,5%
2000
2005
2010
2015
2017
Alemanha
7,2
7,2
6,6
6,3
6,6
Bélgica-Lux
2,8
3,0
2,6

2,5
Brasil
0,9
0,7
1,2
1,1
0,9
Canadá
3,6
2,9
2,5
2,6

China
3,0
5,2
7,4
8,1
9,5
Coreia do Sul


2,8
2,7
2,9
Espanha
2,5
2,8
2,1
1,9
2,0
EUA
19,0
15,0
12,0
14,0
13,0
França
4,9
4,6
4,0
3,6
3,7
Grã-Bretanha
5,3
4,7
3,8
3,9
3,8
Hong-Kong
3,0
2,8
2,9
3,7
3,7
Holanda
3,2
3,2
3,1
2,9
3,0
Índia
0,8
1,3
2,2
2,4
2,6
Itália
3,7
3,6
3,2
2,6
2,7
Japão
5,7
4,7
4,3
3,7
3,9
México
2,6




Rússia
0,6
1,2
1,6
1,2
1,4
Outros
31,2
37,1
37,7
39,3
37,8
                                   Nota: Os espaços em branco representam situações < 2.5%

Do quadro acima tomam-se as seguintes notas:

  • O peso dos grandes importadores é um pouco superior ao registado nas exportações (62.2% contra 57.5%, em 2017);

  • Os três maiores importadores em 2017 (EUA, China e Alemanha representam cerca de 29% do total), como em 2000. Porém em 2000, a China estava longe do pódio, a Alemanha estava em segundo lugar, tendo atrás de si o Japão;

  • O relevo da Europa na importação, decresce – mormente depois de 2010 - na Alemanha, em França, na Grã-Bretanha e na Itália, mantendo-se relativamente estável nos restantes países considerados. A que não será estranha a crise que se seguiu a 2008; 
  • É marcante perda de peso relativo que se verifica nos EUA, no Canadá e no Japão, tal como se viu a propósito das exportações; 
  • O ano de 2010 revela claramente o momento da quebra do relevo das importações nos países de capitalismo maduro, da orla atlântica, como do Japão; e o aumento da representatividade é bem claro nos casos da China, da Índia e da Rússia, por razões que se prendem com dinâmicas próprias, as perdas das potências atlânticas, como também à sua relativa imunidade aos desastres financeiros.
3 – Excedentes e deficits comerciais

A formação de excedentes comerciais (+) ou deficits (-), isto é dos saldos positivos ou negativos entre as vendas e as compras no exterior fornece estes elementos (M $);

Export-Import
2000
2005
2010
2015
2017
Alemanha
80600
206000
208600
251200
260800
Bélgica-Lux
-173600
-51500
-387400

-407500
Brasil
-620
48410
29800
15700
71720
Canadá
37200
41200
0
-15700

China

391400
685400
1083300
896500
Coreia do Sul


59600
109900
130400
Espanha
-43400
-92700
-74500
-31400
-32600
EUA
-434000
-659200
-625800
-816400
-863900
França
-12400
-41200
-89400
-62800
-81500
Grã-Bretanha
-62000
-133900
-178800
-188400
-619400
Holanda
0
-20600
-44700
-31400
-32600
Índia
-4960
-35020
-119200
-94200
-130400
Itália
0
-10300
-44700
31400
48900
Japão
130200
144200
134100
94200
65200
México
0




Rússia
65720
123600
149000
125600
114100
Outros
268460
79310
298000
-282600
759580
                             
  • Entre os principais países no comércio mundial, há a considerar os habituais deficits nos principais países europeus – exceptuando a Alemanha e a Itália, esta, nos últimos anos;
  • O maior deficit mundial, o dos EUA duplica no período 2000/17; porém, em termos de dinâmica o maior relevo cabe à Grã-Bretanha cujo deficit decuplica, no mesmo período;
  • O deficit dos EUA tem, em 2017 um volume quase coincidente com o do excedente chinês, revelando o efeito das deslocalizações e transferências de tecnologias em favor da China iniciadas ainda na década de 70 e aceleradas com a entrada da China na OMC. Esperavam, os EUA que essas transferências viessem a conduzir a uma mudança política na China mas, o que aconteceu foi a China proceder ao entesouramento de enorme quantidade de dólares e dívida do Tesouro dos EUA, tornando-se assim o árbitro das cotações do dólar;
  • A Alemanha, o Japão, países com uma tradição exportadora consolidada apresentam saldos positivos, crescentes no primeiro caso e decrescentes no segundo;
  • Os principais deficits registam-se na maior parte dos países europeus e nos EUA, para além da Índia. Tomando em consideração esse facto, de forma muito globalizada pode dizer-se que esses deficits correspondem aos do resto do mundo; ou, de outro modo, que o bem-estar daqueles países deficitários corresponde a uma dívida constituída perante o resto do mundo.
4 – As relações comerciais de alguns países (2017)

Para os países selecionados destacamos abaixo os principais destinos de exportação e as origens das importações, revelando ainda os principais saldos (positivos ou negativos).

  ALEMANHA
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
EUA
França
China
China
Holanda
França
EUA
Grã-Br
França
8.4 %
7.9 %
7.1  %
9.9 %
8.4 %
6.6 %
52080
51160
34580

   BRASIL
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
China
EUA
Argentina
China
EUA
Alem/Argent
China
Japão
Alemanha
22.0 %
11.0 %
8.1  %
19.0 %
15.0 %
6.6 %
21390
5694
-3393

   CHINA
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
EUA
Hong-Kong
Japão
Coreia Sul
Japão
EUA
EUA
Japão
Coreia Sul
19.0 %
11.0 %
6.5  %
9.8 %
8.9 %
8.7 %
324630
21610
-49580

   ESPANHA
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
França
Alemanha
Portugal
Alemanha
França
China
Portugal
China
Alemanha
14.0 %
11.0 %
8.1  %
13.0 %
11.0 %
8.6 %
11736
-21213
-10620

   EUA
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
México
Canadá
China
China
México
Canadá
China
Canadá
México
14.0 %
12.0 %
11.0  %
22.0 %
14.0 %
13.0 %
-330000
-125700
-121800

   FRANÇA
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
Alemanha
Itália
Bélg/Lux
Alemanha
China
Itália
Grã-Br
Alemanha
China
14.0 %
7.7 %
7.7  %
18.0 %
8.8 %
8.1 %
10641
-34900
-30217

   GRÃ-BRETANHA
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
EUA
Alemanha
Fran/Holan
Alemanha
China
Holanda
Alemanha
China
Holanda
11.0 %
9.8 %
6.3  %
15.0 %
9.5 %
7.6 %
-53892
-36534
-22020











    ÍNDIA
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
EUA
Emirat A U
China
China
EUA
Emirat A U
EUA
Emirat A U
China
15.0 %
9.6 %
5.0  %
16.0 %
5.5 %
5.3 %
20865
5931
-52120

   ITÁLIA
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
Alemanha
França
EUA
Alemanha
França
China
EUA
Grã-Br
China
12.0 %
10.0 %
9.3 %
16.0 %
9.0 %
7.2 %
28123
12298
-15402

    PORTUGAL
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
Espanha
França
Alemanha
Espanha
Alemanha
França
Grã-Br
Espanha
Itália
21.0 %
12.0 %
11.0 %
31.0 %
14.0 %
7.3 %
1866
-11799
-2209

    RÚSSIA
Clientes
Fornecedores
Principais Saldos (M $)
China
Holanda
Alemanha
China
Alemanha
Bielorús
Bielorús
Polónia
Alemanha
11.0 %
8.5 %
5.7 %
20.0 %
12.0 %
5.7 %
5817
5286
-7083

O grau de concentração das exportações nos três maiores clientes é muito distinto:

  • Em primeiro lugar, sublinhe-se que há uma tendência natural e geral para uma polarização do comércio de cada país com aqueles que lhe são geograficamente próximos, por óbvias questões de maior relacionamento histórico e cultural ou de redução nos tempos de viagem e inerentes custos de transporte. Como é evidente, para bens cujo acesso não é materialmente possível nas proximidades de um país produtor, o comércio será forçosamente de longa distância, como nos casos dos produtos farmacêuticos ou da cortiça, mercadorias que não têm uma produção disseminada pelo planeta;
  • Se um país desenvolve grandes e diversificadas capacidades exportadoras é natural que o número dos seus clientes seja também elevado, como será o caso de países como a Alemanha, a China mas, também a França, a Itália, o Japão ou a Coreia do Sul. Por outro lado, há países com elevado rendimento mas cuja especialização no âmbito da exportação é menos diversificada, menorizada face a oportunidades de negócio em bens não tangíveis. Os EUA são um caso paradigmático cuja atividade no âmbito do comércio internacional se baseia na sua produção de cereais ou oleaginosas, armamento e serviços, sejam financeiros, no âmbito da informação ou na produção cultural/ideológica que, para simplificar designaremos por “Hollywood”; neste último campo, a Índia embora tenha uma indústria cinematográfica mais produtiva tem um papel muito menor no comércio global com os seus produtos “Bollywood”;
  • A Alemanha, a China e os EUA são os quase únicos países presentes na maioria das relações relevantes atrás identificadas. A Alemanha está entre os três principais clientes de seis outros países, todos estes, no quadro europeu; e em sete situações de presença no pódio dos fornecedores, de países também europeus, para além do Brasil.

  • A China apresenta-se no trio dos principais clientes em cinco dos países selecionados, entre os quais a Alemanha e a Rússia são os únicos europeus; e, em nove situações como fornecedor, a China só não figura no pódio, relativamente a Portugal.

  • Os EUA posicionam-se entre os três principais clientes de seis estados e como principal cliente da Alemanha, da Grã-Bretanha, da China e da Índia. Inversamente, os EUA só se posicionam entre os principais fornecedores do Brasil, da China e da Índia; com a notória ausência de países europeus.

  • Nos casos da China, da Índia ou dos EUA, não há países europeus entre os três principais clientes ou fornecedores. No que se refere ao Brasil regista-se somente uma terceira posição e partilhada da Alemanha, como fornecedora; 
  • A França surge com todas as suas referências cimeiras – na exportação e na importação - relacionadas com países europeus, das suas proximidades geográficas – Espanha, Portugal, Itália, Alemanha e Grã-Bretanha;
  • A Rússia, por seu turno, tem na China o seu principal mercado, na exportação e na importação, num contexto de maior relevo de países europeus. 
  • Note-se que passadas algumas décadas apos a descolonização, as antigas colónias têm um relevo pouco significativo na exportação ou na importação das respetivas suseranias coloniais. Nenhuma antiga colónia francesa surge com uma relação relevante para a antiga metrópole; e o mesmo sucede com a Grã-Bretanha, excepto face ao Canadá que apresenta uma presença irregular nos anos considerados, no limiar dos 2.5% do total que tomámos como limite mínimo. No caso de Portugal, Angola é o único caso que surge regularmente como destino relevante de exportação; o que não acontece na importação.
Uma avaliação dos saldos do comércio externo para os países acima referenciados revela que:

  • Os quatro grandes saldos que os EUA protagonizam em 2017 beneficiam a Alemanha, a Índia, a Itália e, particularmente pelo seu volume, a China; 
  • O maior saldo positivo observa-se na relação entre os EUA e a China, em favor deste último país e a sua continuidade marca a complementaridade entre os dois países tornando a China o maior detentor de títulos de dívida dos EUA;
  • O tradicional deficit externo dos EUA é representado pelos três maiores volumes e que beneficiam a China, o Canadá e o México; 
  • A China surge em sete situações de grandes saldos do comércio externo, sendo todos favoráveis ao país asiático, excepto no que se refere ao Brasil;
  • A Alemanha sobressai com cinco referências, todas com situações de superavit, mormente as referentes à Grã-Bretanha e a França, para além de Espanha, Brasil e Rússia, mostrando, portanto a sua vocação exportadora; 
  •  A Grã-Bretanha mostra quatro situações de deficit, sublinhando-se a sua dimensão face à Alemanha, para além da França e da Itália; e de Portugal que apresenta o seu mais relevante saldo positivo face à Grã-Bretanha;



5 - E a situação portuguesa?

Como é evidente Portugal tem pouca expressão no comércio global; pela sua dimensão demográfica, pela sua pobreza relativa e pela sua posição periférica, na Europa e na Península Ibérica.

As exportações estão muito concentradas na Europa e os únicos casos de regularidade, com alguma dimensão, fora daquele espaço são os EUA e Angola; a China, por seu turno, deixou de ter uma posição relevante na exportação portuguesa, desde o princípio do século, mas não descurando fortes posições investidoras na sequência do afundamento do setor financeiro e da intervenção da troika.

No caso da Europa, a exportação portuguesa mais relevante (44%) processa-se para Espanha, França e para a Alemanha, que é o centro económico da Europa. Uma segunda coroa, constituída pela Itália, Bélgica/Luxemburgo, Holanda e Grã-Bretanha representa, em 2017 16.7% das exportações. Finalmente, os “Outros” apresentam um peso inferior (27.5% em 2017), os quais no caso da Espanha representam 35.5% do total; um indicador que, para a Índia chega a 56.7% do total.

O peso relativo dos “Outros”, dos destinos secundários, pode designar-se como um indicador de dispersão, um género de complemento de um indicador de concentração. A concentração num estreito leque de destinos das exportações é, a priori, uma fragilidade pois uma crise em um deles terá impactos globais ou setoriais sensíveis no país exportador. Inversamente, um leque mais alargado de destinos da exportação é uma diversificação em princípio favorável para o amortecimento de elementos de perturbação em alguns desses destinos.

Note-se, como exemplo, no quadro abaixo que a Espanha é o principal destino das exportações portuguesas com 21% do total em 2017 embora tenha atingido 24% em 2005. Por outro lado, a observação do ponto 4, revelará que aquele nível de concentração num só país é muito superior ao dos outros países europeus ali considerados – Espanha e Alemanha destinam ao seu principal cliente 14% da sua exportação total, indicadores que descem para 12% no caso da Itália, 11% para a Grã-Bretanha e 8.4% para a Alemanha. Trata-se de um grau de concentração muito elevado, que, comparado com os outros países do ponto 4., só encontra paralelo com a China (19%) e o Brasil (22%).

Total exportações   > 2,5%
2000
2005
2010
2015
2017
Alemanha
18.0
12.0
11,0
11,0
11.0
 Angola

2.5
5.2
4.2
3.4
Bélgica-Lux
5.9
4.7
3.4

2.6
China
2.5




Espanha
17.0
24.0
23.0
22.0
21.0
EUA
6.5
6.3
4.3
5.9
5.9
França
12.0
12.0
12.0
11.0
12.0
Grã-Bretanha
11.0
8.8
5.5
6,7
6,7
Holanda
3,7
3,4
3,8
3.9
4.0
Itália
4.1
4.3
3,9
3.0
3,4
Outros
21.8
22.0
27.9
32.3
27.5

Quanto às importações portuguesas, a concentração nas origens europeias é também elevada e, fora desse quadro e da esporádica relevância de aquisições à Argélia, à Nigéria ao Japão ou aos EUA, a China/Hong-Kong é o único fornecedor relevante fora do quadro europeu e de onde provém 6.7% da importação portuguesa em 2017.

Quanto ao quadro europeu das origens da importação portuguesa, para além da estabilidade das proveniências da Alemanha, estáveis em todo o período, em termos relativos (13 a 14%), há a registar o aumento do papel da Espanha, proveniência de 26% do total da importação em 2000 e 31% em 2017; e ainda a redução do peso das outras origens europeias relevantes, de 31.9% para 23.6%, no mesmo período.

Total  Importações > 2,5%
2000
2005
2010
2015
2017
Alemanha
14.0
14.0
13.0
13.0
14.0
Argélia

2.9



Bélgica-Lux
3.2
3.2
2,9
3.1
2,9
China


2.8
3,1
3.0
Espanha
26.0
28.0
30.0
32.0
31.0
EUA
3.0




França
11.0
8.7
7.1
7.3
7.3
Grã-Bretanha
5,9
4,3
3,7
3,1
2.7
Hong-Kong
3,0
2,8
2,9
3,7
3,7
Holanda
4.6
4.2
5.0
5.0
5.3
Itália
7.2
5.4
5.4
5.4
5.4
Japão
2.5




Nigéria


2.7


Outros
22.6
29.3
27.4
28.0
28.4

Pode concluir-se que as relações externas de Portugal se concentram na Europa Ocidental e, dentro desta, em Espanha, tendendo, gradualmente a firmar-se Portugal como uma economia ibérica.

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