As desigualdades no seio da Europa são muitas e profundas; e Portugal
destaca-se pelas piores razões. Muitos anos depois da queda do regime fascista,
o atual regime pós-fascista revela-se um digno sucessor, mantendo a tradicional
posição do país na cauda da Europa e da Península Ibérica; em termos de
escolaridade e muitos outros.
Sumário
1 - Níveis de escolaridade nos países
europeus
2 - Abordagem circunscrita à Península Ibérica e
suas regiões
######/\######
1 - Níveis de escolaridade nos países
europeus
Pretendemos aqui, neste ponto, proceder a
uma avaliação dos níveis de escolaridade na Europa, comparando os dados fornecidos
pelo Eurostat, relativos aos anos 2000 e 2018[1],
para a população com 15 a 64 anos.
Esses níveis de escolaridade agregam-se em
três grandes grupos:
Ø Níveis 0 a 2 –
inferior ao ensino primário, primário e primeiro ciclo do secundário
Ø Níveis 3 – 4 – segundo
ciclo do ensino secundário e pós-secundário não superior
Ø Níveis 5 a 8 – ensino
superior
Nesse lapso de tempo, relativamente
dilatado, estão subjacentes as diferenças na composição etária da população
(maior longevidade e menores taxas de natalidade) e que se revelam também sob a
forma de retrocessos populacionais em muitas regiões europeias[2].
Observe-se, para começar, a evolução da
representatividade, para os 33 países europeus considerados, da população com
15-64 anos nos diversos graus de escolaridade concluídos.
1.1 - Nível de educação - (0-2)
Para os níveis mais baixos de escolaridade,
a média europeia passa de 30.8 para 25.5% no referido lapso de dezoito anos.
·
Não se verifica um único caso de retrocesso, de aumento
do segmento populacional com as mais baixas qualificações;
·
Em 2000 ou 2018, Portugal surge com os indicadores mais
negativos do conjunto com valores de 67.3% e 49.8%, respetivamente; e regista, também
a maior redução da representatividade desta população. Que impacto terá tido o
programa Novas Oportunidades? No alargamento e aprofundamento de conhecimentos,
certamente; e no capítulo da melhoria de rendimentos ligada a uma passagem a
trabalho mais qualificado?
·
Os indicadores mais elevados, depois de Portugal, recaem
em Malta, Espanha, Itália, nos dois anos objeto de comparação;
·
As maiores quebras na população com este nível de
escolaridade, observam-se em Portugal, Malta e Islândia e são muito mais
modestos em Itália e Espanha, a despeito da grande representatividade desta
população. É de presumir que essas quebras se devam bastante à mortalidade
entre os mais velhos no ano 2000.
·
Em qualquer dos anos considerados, os indicadores mais
baixos de população menos qualificada pertencem todos a países que pertenceram
ao chamado Bloco de Leste, que não os balcânicos e a Hungria - Rep. Checa (14.4
e 12.1% em 2000 e 2018, respetivamente), Eslováquia (16.3 e 14.4%), Lituânia
(17.1 e 11.7%) ou Polónia (18.0 e 13.5%)…
·
Os casos de menor variação registam-se no Luxemburgo
(-1.3%) Alemanha e Estónia (-1.4%) e Noruega (-1.8%).
População 15/64 anos - Nível de educação (0-2) (%
do total)
1.2 -
Nível de educação - (3-4)
Para os níveis intermédios de escolaridade, a variação do seu peso na população com 15-64 anos e
entre os dois anos considerados revela uma grande estabilidade - de 46.5 para
45.8% do total.
· Os países europeus repartem-se em dois grupos de idêntica dimensão; um em
que a parcela de pessoas incluídas neste conjunto de níveis de instrução
aumentou e outro em que os indicadores se reduziram;
· No grupo dos países onde a parcela destas habilitações intermédias
baixou, contam-se alguns dos países mais ricos da Europa ou países do Leste,
onde, na sua grande maioria aquela parcela é superior ao indicador para toda a
UE;
· Por outro lado, as subidas mais acentuadas do peso de pessoas com estes
níveis de habilitação (3-4) observam-se em países onde a diferença face à média
europeia era mais elevada – Portugal e Malta, nomeadamente – em 2000 como em
2018;
· No caso de aumentos de peso relativo de indivíduos com este perfil de
escolaridade, evidenciam-se aqueles onde os indicadores cresceram no período,
mesmo já estando superiores à média global em 2000 – Croácia, Roménia, Sérvia
ou Macedónia do Norte. Registaram subidas menos relevantes, mesmo com
indicadores inferiores à média da UE, nomeadamente Espanha, Irlanda, Islândia,
Bélgica, Chipre, Holanda e Dinamarca;
· Em 2010 como em 2018, este tipo de população tem maior representatividade
na Rep. Checa, na Eslováquia e na Polónia; sublinham-se ainda as subidas na
Roménia e na Sérvia bem como as descidas na Áustria e na Eslovénia;
· Sublinha-se ainda que Portugal, entre todos os países, tinha o indicador
mais baixo em 2000, logo atrás de Espanha, uma situação que se mostra invertida
em 2018; e isso, porque a representatividade das menores habilitações (0-2) era
enorme.
População 15/64 anos - Nível de educação (3-4) (% do
total)
1.3 - Nível de educação - (5-8)
O
desenvolvimento de novas necessidades ou a difusão de outras recentemente induzidas faz-se em interação com o surgimento de novas
tecnologias, novos bens e serviços, exigindo competências, tendencialmente mais
exigentes de conhecimentos em quantidade e diversidade, do que os anteriores.
Nesse contexto, uma vez que todos somos à partida utilizadores/consumidores e
simultaneamente produtores, o processo de aquisição de conhecimentos tanto se
coloca a quem apenas quer usufruir um aparelho, um som, uma imagem, um
itinerário, uma relação com o seu exterior; como aquele que está envolvido na
criação ou desenvolvimento de algo para futura colocação no chamado mercado ou,
mais simplesmene algo que melhore a qualidade de vida do próprio e dos seus
próximos.
Em
toda essa panóplia de situações, em constante diversificação, quantitativa ou
qualitativa há, historicamente, a necessidade de geração, difusão e recolha de
informação; e o preenchimento dessa necessidade exige conhecimentos a montante
como na aplicação final; conhecimentos esses em permanente atualização, através
da intereação entre inovação e obsolescência.
Desse
processo contínuo e muito complexo resulta o acréscimo e atualização de
conhecimentos a disponibilizar, como da agilidade mental para a sua recepção por
parte dos destinatários, sejam consumidores ou produtores de bens intermédios,
finais ou de meros símbolos, representativos de conhecimento. Em suma, as
sociedades vão construindo novas necessidades e novas tecnologias, abandonando
outras, frutuosas num passado mais ou menos recente; e daí que a parcela de
camadas sociais mais instruidas cresça, tendencialmente, enquanto se afastam
outras camadas, ligadas a conhecimentos entretanto tomados como ultrapassados,
pertencentes a outros paradigmas de produção de bens e serviços.
Vejamos,
em seguida, o padrão da população com os mais elevados graus de qualificação (5-8)
para os países europeus, em 2000 e 2018;
·
Se não se observou
para os níveis de escolaridade mais baixos (0-2) nenhum caso de aumento da sua
posição relativa no conjunto da população, para os níveis mais elevados de
escolaridade, pelo contrário, não se apresenta nenhuma situação de redução do
peso relativo. Desta compensação resulta uma relativa estagnação do peso do
nível de instrução intermédio (3-4) para a grande maioria dos países, sendo o
caso de maior variação positiva o de Portugal, apresentando a Áustria o maior
decrescimento do peso relativo daquela faixa de população;
·
Em 2000,
Portugal somente tinha três países onde o peso da população mais escolarizada
era inferior ao seu (13.9%) – Macedónia do Norte (13.3%), Itália (13%) e
Roménia (11.9%). Em 2018, a população portuguesa com habilitações enquadradas
nos níveis (5-8) passa para 22.5%, mantendo-se à frente dos três países atrás
referidos e com uma distância acrescida, juntando-se àqueles, a Croácia, a
Eslováquia, a Hungria, a República Checa e a Sérvia. No capítulo da Europa
Ocidental, porém, Portugal continua a ter o pior indicador – apesar da melhoria
– depois da Itália.
·
Entre os países
com mais elevadas parcelas de população com os maiores níveis de escolaridade
destacam-se, em cada um dos anos em apreço, a Irlanda (31.6% em 2000 e 40.5% em
2018), Chipre (32.1 e 39.4%) e a Grã-Bretanha (31.6 e 39.3%).
·
Os casos de
menor incremento da população com os mais elevados níveis de escolaridade (em
pontos percentuais) observam-se na Alemanha (2.5), Roménia (3.6 e Itália (4.6).
Inversamente, os maiores aumentos da representatividade de gente com estes
níveis de escolaridade observam-se na Áustria (13.9), Islândia (10.2) e Malta
(10).
População 15/64 anos - Nível de educação (5-8) (% do total)
2 - Abordagem circunscrita à Península Ibérica e
suas regiões
Segundo uma publicação do INE dedicada ao 40º aniversário
do 25 de Abril, em 1970 o analfabetismo total, em Portugal atingia 19.7% da
população masculina e 31% das mulheres; e, esses valores subiam para 47% e
64.6% respetivamente, para pessoas de cada um dos sexos, com 65 ou mais anos.
Em 2011, o analfabetismo global era apenas de 3.5%
mas, no capítulo da população com mais de 65 anos ainda atingia 12.6% dos
homens e 24.5% das mulheres. Se se considerar que quem tinha mais de 65 anos em
2011, tinha, em 1970 cerca de 25 anos ou, 35 anos se em 2011 tivesse 75 anos,
sobressai que muitos adultos jovens, com 25/35 anos em 1970 não foram
beneficiados por qualquer esforço de elevação dos seus níveis de escolaridade,
depois da queda do fascismo. Recorde-se que há poucos anos, os patrões, em
Portugal tinham habilitações inferiores às dos trabalhadores (esses dados,
entretanto… deixaram de ser calculados ou divulgados); pelo que não constituíam
elemento motor da melhoria das qualificações dos seus subordinados.
Ainda de acordo com aquela publicação, a parcela da
população a frequentar o ensino superior era de 4.2% em 1970 (com
preponderância masculina observada naquele ano, como no recenseamento de 1981,
a partir do qual se consolida um muito maior frequência de mulheres) e de 47.2%
em 2011. Ficam-nos, no entanto, dúvidas quanto à valia da formação superior em
geral, tendo em conta a forma ligeira como o regime pós-fascista favoreceu o
surgimento de universidades privadas, muitas das quais desapareceram envolvidas
em burlas – Independente, Moderna, Internacional, havendo outras que continuam
a existir, como por exemplo, a Fernando Pessoa; e, entre as muitas existentes, preponderam
instituições de venda de diplomas a quem pagar propinas, para além de cursos de
qualidade duvidosa (equivalências falseadas, ou docentes pouco qualificados, provenientes
da classe política). Daí resultou, desde meados da década passada, uma redução
do número de estabelecimentos, docentes, alunos e diplomados.
Vamos proceder em seguida a uma abordagem das
variações da representatividade dos três níveis de escolaridade (descritos no
ponto 1.) no âmbito da Península Ibérica, entre 2000 e 2018, para cada uma das
regiões ou autonomias e contemplando a população com 25-64 anos.
2.1 - Nível de educação - (0-2)
Para os níveis 0-2 de escolaridade em 2000 (ver mapa
I), verifica-se que em Espanha predominam, na maioria do território, níveis de
60-80% da população com aquele baixo nível de instrução. Em Portugal, a
situação é mais gravosa uma vez que todo o território, exceptuando a Área
Metropolitana de Lisboa, se pauta por indicadores superiores a 80%.
Em Espanha todas as autonomias do Norte, entre a
Cantábria e a Catalunha e ainda a Comunidade de Madrid apresentam os
indicadores menos desfavoráveis, com indicadores de 40-60% da população com
25-64 anos com este nível de instrução (0-2); um plano em que se inscreve
também a Área Metropolitana de Lisboa.
mapa I
Em suma, desenham-se, grosso modo, três zonas
distintas para a distribuição geográfica da população com os níveis 0-2 de
instrução:
· Uma, constituída por Comunidades do estado espanhol, em torno da
fronteira francesa a que se junta Madrid e a região de Lisboa, com valores
distribuídos no intervalo 40-60% da população;
· Uma segunda que ocupa o restante território continental do estado
espanhol, bem como os arquipélagos, com indicadores entre 60-80% das populações
respetivas;
· E uma terceira área constituída pelo território português, excluída a
Área Metropolitana de Lisboa e, na qual este nível de escolaridade abrange mais
de 80% da população.
Finalmente, sublinha-se que o indicador relativo a
Portugal está muito próximo do atingido por Malta que é o país europeu com o valor
mais desfavorável. Por seu turno, Espanha e Portugal apresentam valores muito
acima da situação apresentada pela República Checa que é o caso mais notório de
um baixo índice de dimensão da população menos qualificada.
O mapa II explicita o relevo da população com os
níveis 0-2 de instrução, dezoito anos depois do anterior.
- O perfil que carateriza a maior parte do território ibérico é aquele em o nível mais baixo de escolaridade corresponde a 40-60% da população com 25-64 anos;
- Isso é válido para todo o sul do estado espanhol incluindo os arquipélagos e, engloba ainda toda a costa ocidental da Península excluindo a Área Metropolitana de Lisboa;
- Destaque-se que o País Basco e a Comunidade de Madrid são as regiões onde um perfil educativo de nível 0-2 é, claramente inferior ao que foi observado para o resto do território peninsular
- Em termos negativos registe-se que os Açores são a única região onde a população com este nível de instrução corresponde a 60-80% do total;
mapa II
Os indicadores globais, para Espanha e Portugal
tornaram-se menos distanciados do que em 2000. Porém, isso não evita que o
perfil observado para Portugal, no capítulo deste tipo de habilitações (níveis
0-2), seja o mais elevado (desfavorável) da Europa, correspondendo a 50.2% da
população com 25-64 anos; sobretudo quando se observa que a Lituânia apresenta
um indicador de 5.2%, o mais baixo da Europa.
2.2 - Nível de educação - (3-4)
Na evolução normal das sociedades, a substituição
das gerações é acompanhada de um enriquecimento curricular dos mais novos que
vão ganhando um maior peso demográfico à medida que os mais velhos, em média, menos
qualificados, vão morrendo. Assim, é natural que haja no período em apreço –
2000-2018 – uma redução relativa dos menos qualificados, por morte ou por
ascensão do perfil educativo, com a transição para os níveis intermédios ou
superiores; como é natural a passagem de pessoas dos perfis intermédios para os
superiores. Assim, no âmbito dos três grupos de perfis considerados, o primeiro
(0-2) é marcado pela morte ou pela estagnação curricular dos mais velhos, já
sem virtualidades de ascensão ou, pela transição dos mais jovens para os níveis
superiores, uma vez que não terá cabimento a chegada de elementos vindos dos
níveis superiores de escolaridade. E o mesmo sucede com os níveis mais
elevados, nos quais a regressão de habilitações não tem significado.
Assim, o conjunto dos níveis intermédios de
escolaridade é objeto de um fluxo de entrada de gente que transitou dos níveis
inferiores; e de um fluxo de saída para os níveis superiores de escolaridade. A
resultante dessas movimentações é pois, uma realidade que permite aumentos,
diminuições ou estagnação do peso desse conjunto de perfis educacionais
intermédios, de acordo com a dinâmica social; o que não acontece entre os
níveis mais baixos (0-2) com uma tendência regressiva generalizada em todos os
países europeus (ver gráfico 1), como não sucede nos perfis mais elevados de
escolaridade (5-8) para os quais as suas variações são no sentido de reforço do
peso específico daqueles perfis (ver gráfico 3).
Concretamente, no quadro peninsular, denota-se em
2000 uma situação uniforme para todo o estado espanhol de uma
representatividade de 10-20% no conjunto da população com 25/64 anos. Essa
realidade é extensiva à Área Metropolitana de Lisboa mas, no restante território
português este perfil educativo não chega aos 10% da população.
Note-se ainda que Portugal tem o indicador mais
baixo da Europa, embora o referente à totalidade de Espanha não esteja muito
afastado, ainda que superior. Em ambos os estados peninsulares evidencia-se um
forte contraste face à Rep. Checa onde a representatividade da população com
este perfil educativo é francamente superior.
mapa III
O mapa IV referente à situação em 2018 revela a
continuidade face a 2000 do perfil observado para a Extremadura, Múrcia e Ceuta
(10-20%); nesse plano situam-se também os Açores mas, evoluindo favoravelmente
face ao seu perfil em 2000.
Todo o restante território da Península mostra um aumento
da representatividade da população com a escolaridade ancorada nos níveis 3-4.
Porém enquanto na grande maioria das autonomias espanholas a representatividade
deste perfil educativo passa de 10-20% para 20-30%, em Portugal a evolução é
mais dinâmica, passando todo o território – excepto os Açores, como se disse –
de um nível de inferior a 10% para o plano dos 20-30%, dominante na Península.
O dinamismo observado no perfil educativo 3-4 para o
caso português fez com que o indicador global para Portugal tenha superado o
espanhol em 2018 (24.8% contra 22.9%); uma situação inversa à verificada em
2000, como atrás se referiu.
Assim, a Espanha passou a deter o indicador mais
baixo da Europa, cerca de três vezes inferior ao apresentado pela Rep. Checa
que detém o valor mais elevado, quer em 2018, como em 2000.
mapa IV
2.3 - Nível de
educação - (5-8)
Em 2000, no conjunto do território português, a
parcela de gente com este nível educativo era de 8.8% contra 22.7% no estado
espanhol, o que se traduzia num grande diferencial; num contexto europeu os
indicadores peninsulares balizavam-se então, entre 5.4% em Malta e 42.4% na
Lituânia.
Em Espanha, o
padrão mais satisfatório observava-se no País Basco e na Comunidade de Madrid, abrangendo
30-40% da população com 25-64 anos. Num patamar abaixo - 20-30% - enquadravam-se,
grosso modo as autonomias do norte e do leste (mapa V), excluindo a Galiza e o
País Basco, com perfis distintos.
Com valores ainda
mais baixos, 10-20% situavam-se, Extremadura, Andaluzia, Castela-La Mancha,
Galiza e os dois arquipélagos – Canárias e Baleares; e ainda a Área
Metropolitana de Lisboa, a mais dotada das regiões portuguesas.
Abaixo dos 10% de
população com formação superior, colocava-se em 2000 todo o restante território
português, com um padrão muito inferior à maioria das autonomias espanholas.
mapa V
Quando se procede a uma comparação
com a situação em 2018 (mapa VI) é evidente um generalizado aumento da
população com formação superior face a 2000, naturalmente mais acentuado nos
espaços em que a sua parcela era mais baixa. Assim, mesmo o país com menor
parcela de gente com formação superior (Roménia, 17.8%) revela um indicador
mais de três vezes superior ao de Malta, o país com o valor mais baixo em 2000.
Quanto ao valor mais alto no plano europeu em 2018 (Irlanda, 46.9% da
população), a sua diferença face a 2000 não é particularmente impressiva.
No território português, em geral
verifica-se uma subida de dois níveis; do indicador mais baixo (< 10%) em
2000 para o dos 20-30% em 2018 ou, no caso da Área Metropolitana de Lisboa, do
patamar dos 10-20% para o dos 30-40%.
Os Açores constituem a única região
portuguesa com a subida de apenas um escalão; e assim, o arquipélago isola-se
com o mais pobre perfil de população com formação superior em toda a Península.
A Área Metropolitana de Lisboa, sendo
a região portuguesa com o perfil mais rico de gente mais habilitada (30-40% da
população com formação superior) situa-se muito aquém das comunidades do estado
espanhol mais munidas de gente com formação superior – Astúrias, Cantábria,
País Basco, Navarra, Catalunha e Comunidade de Madrid, todas com indicadores no
intervalo 60-80% da população com 25/64 anos, em 2018.
O território português, exceptuando a
região de Lisboa e os Açores, apresenta um indicador de 20-30% de população com
formação superior que só encontra um paralelo em Espanha na Extremadura,
Castela-La Mancha, nas Canárias e nas Baleares; todas as outras, onde se
concentra a grande maioria da população do estado espanhol têm perfis mais
qualificados.
mapa VI
Em breve
publicaremos a 2ª parte sobre as taxas de abandono e as dificuldades de
aprendizagem.
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