Um retrato da exportação portuguesa por municípios A disponibilidade de dados sobre o comércio externo português permite a sua distribuição pelos diversos concelhos do país, bem como das regiões, no capítulo da exportação como no da importação; permitindo-se, assim, uma avaliação das enormes diferenças entre as regiões e os concelhos do país, mormente no capítulo demográfico. Para os principais aglomerados estatísticos de concelhos (NUT 2), os dados são anuais e apresentados como média para o período 2011/21, no campo das importações como no que se refere às exportações. Quanto às exportações, a capitação é muito inferior à observada para a importação; isto é, € 7567 por mil habitantes para o conjunto do país, cerca de € 3000 inferior ao indicador da importação; o que constitui uma revelação do tradicional deficit comercial do país. Os valores absolutos são muito diferenciados nos anos referidos. A exportação total média no período foi da ordem dos € 78266 M em comparação com a importação que se cifrou em € 109291 M. Para a globalidade do país, a exportação pode ser classificada como destinada a países fora da U.E. - 29.6% do total (€ 23131 M) - com o complemento de 70.5%, a efetuar-se no quadro comunitário (€ 33370 M). Quanto à importação, os valores não são muito distintos – 69.5% provenientes da U.E. (€ 75921 M) e 30.5%. do espaço global não comunitário. No que se refere às exportações, procede-se a uma aferição global que contempla a quantificação da exportação destinada, por um lado, aos países da U.E. e, uma outra, onde se incluem as destinos para os países fora do quadro da U.E.
Observámos atrás a diferença global de € 31025 M entre a importação e a exportação que evidencia, por concelho, as situações de deficit e superavit comercial. Assim, relevamos algumas das regiões onde surgem algumas situações de superavit/deficit: · As situações de superavit evidenciam-se no Norte (€ 2296 M), compreendendo, Ave (€ 1763 M), Tâmega e Sousa (€ 1007 M), Cávado (€ 831 M), Alto Minho (€ 553 M) e Terras de Trás–os-Montes (€ 78 M). Quanto aos valores de deficit, sobressai a Área Metropolitana do Porto (€ 1831 M), o Douro (€ 81 M) e, o Alto Tâmega (€ 24 M). Em termos globais, a região Norte evidencia um superavit global mais que duplo dos deficits apresentados. · Na região Centro o superavit global é de € 599 M, num contexto em que há um relativo equilíbrio entre a exportação e a importação. Ali se inclui as áreas com saldo poditivo - a Região de Coimbra (€ 452 M), a de Leiria (€ 320 M), a de Aveiro (€ 301 M), a Beira Baixa (€ 61 M), as Beiras e Serra da Estrela (€ 59 M). Quanto às situações de deficit, assinalam-se as regiões de Oeste (€ 429 M), Viseu Dão Lafões (€ 111 M) e Médio Tejo (€ 53 M). Também no Centro se verifica uma diferença substancial entre a globalidade dos superavits e as situações de deficit; · Quanto à Área Metropolitana de Lisboa há a registar um deficit global de € 28615 M cujo valor se situa próximo do calculado para o total do Continente (€ 24426 M) mostrando Lisboa um deficit de € 16083 M, seguido por Oeiras (€ 8041 M). Quanto a saldos positivos, eles são raros e reduzidos na AML – Setúbal (€ 1578 M), Palmela (€ 404 M) e com indicadores reduzidos nos casos de Barreiro e Seixal; · O Alentejo no seu conjunto apresenta um superavit de (€ 1478 M), resultante do desempenho do Alentejo Litoral (€ 671 M), dos € 948 M correspondentes ao Baixo Alentejo e do excedente apresentado pelo Alentejo Central (€ 367 M) ou do Alto Alentejo (€ 77 M). A única situação de deficit no Alentejo, recai na Lezíria do Tejo (€ 586 M); · O Algarve mostra um deficit global de (€ 185 M), para o qual contribuem, essencialmente, Faro e Loulé com partes quase iguais - cerca de (€ 102 M) cada um. O caso mais relevante quanto a superavit regista-se em Olhão (€ 72 M); · Quanto às Regiões Autónomas, os Açores apresentam um deficit de (€ 14 M) na sua grande maioria gerado na Ribeira Grande (€ 18 M); · E, por seu turno, a Madeira evidencia um superavit de (€ 87 M) cujo resultado, é gerado no Funchal (€ 162 M) parcialmente compensado pelos deficits de Santa Cruz (€ 45 M) e Machico (€ 21 M) Este e outros textos em: Grazia.tanta@gmail.com |
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